Quase sessenta por cento de correspondência - dramione

Capítulo 4 : O primeiro encontro

Hermione demorou apenas mais uma hora na sexta-feira, lutando bravamente contra sua vontade compulsiva de trabalhar demais. Malfoy fez um pedido raro para que eles pelo menos compartilhassem o jantar juntos, dadas suas agendas caóticas.

No sábado à noite, ela o informou que havia pedido comida que chegaria em menos de uma hora e foi rapidamente ao banheiro para se refrescar. Quando ela voltou para a sala de estar, ele não estava em lugar nenhum. Ela se jogou no sofá e começou a passar os canais quando a campainha tocou.

Hermione franziu a testa atrás dela. Nenhum dos amigos deles jamais usou o ponto de aparição na rua, especialmente com as proteções extras que Malfoy tinha instalado. Eles sempre usavam o flu, e a comida ainda não deveria estar aqui. Ela andou pelo corredor, espiou pelo olho mágico e revirou os olhos.

"O que você está fazendo aí?" ela perguntou, abrindo a porta.

Malfoy franziu a testa, parecendo completamente perplexo. "Granger?", ele zombou dramaticamente. "Eu deveria saber."

Hermione ficou igualmente perplexa. "Você deveria saber o quê?"

Ele suspirou, batendo o pé impacientemente. "Eu deveria saber que quando meus supostos amigos me marcassem para um encontro às cegas, seria uma piada colossal."

Ela revirou os olhos novamente, embora um pequeno sorriso estivesse ameaçando aparecer. "Bem, eu também não posso dizer que estou emocionada", ela disse, entrando no jogo.

Afinal, ela pediu para sair, não foi?

"Mas já que você veio até aqui, seria uma pena desperdiçar a noite, então..." Hermione abriu mais a porta. "Entre, Malfoy."

Ele entrou, examinando teatralmente o corredor enquanto seguia em direção à sala de estar. Antes de entrar, ele perguntou: "Aqui?", como se nunca tivesse estado lá antes. "Estou surpreso, Granger, você tem um gosto notável", ele disse com um sorriso irônico. "Eu meio que esperava que cada parede estivesse coberta com estantes de livros transbordando, móveis produzidos em massa e travesseiros e cobertores feitos à mão", ele acrescentou, descrevendo perfeitamente seu antigo apartamento.

Ela se encostou no batente da porta, braços cruzados. "Sim, bem, os antigos donos tinham uma equipe de arquitetos e designers."

Ele assentiu apreciativamente. "Entendo. Eles tinham bom gosto."

Hermione deu de ombros. "Um pouco esnobe e pretensiosa, se você me perguntar, mas eu vou sobreviver," ela disse enquanto ele revirava os olhos. "Por favor, fique confortável. Eu posso levar isso," ela disse, gesticulando para a garrafa que ele estava segurando.

"Não, eu vou. Aparentemente, o vinho precisa respirar por alguns minutos, caso você não saiba," ele disse com uma pitada de aborrecimento.

Ele ainda não tinha esquecido quando ela sugeriu que o vinho realmente precisava respirar. Ele tentou convencê-la de que não, mas ela leu para ele um artigo tedioso que encontrou online. Malfoy então disse que preferia vinho feito por elfos de qualquer forma, já que era perfeito desde o momento em que era servido.

Ele encontrou as taças no armário de vinhos e as colocou na mesa de centro. Hermione se acomodou no sofá ali perto, observando-o lutar com a rolha.

Ele estava vestido casualmente. Bem, tão casual quanto Malfoy já foi. Mas ele parecia menos... mágico em calças escuras simples e uma camisa Oxford branca.

"O que você pediu para nós?", ele perguntou, finalmente abrindo a garrafa e cheirando o vinho.

"Ah, eu fui de indiano. Espero que esteja tudo bem para você."