𝐂𝐇𝐀𝐌𝐀 𝐕𝐈𝐕𝐀 ✦ 𝐎𝟏

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𝗙𝗟𝗢𝗥𝗔 𝗪𝗨𝗟𝗙𝗥𝗜𝗖 𝗙𝗟𝗔𝗠𝗘𝗟 - 𝗦𝗘𝗫𝗧𝗢 𝗔𝗡𝗢

❝ẜα𝖼̧α 𝗌սα𝗌 ẜ𝗅ᴏɾ𝖾𝗌 ხ𝖾𝗆 ძ𝖾𝗇Ɨɾᴏ ძ𝖾 𝗆ꪱ𝗆, ρ𝖾𝗅ᴏ 𝗆𝖾𝗇ᴏ𝗌 αꪱ𝗇ძα Ɨ𝖾ɾ𝖾ꪱ 𝖼ᴏ𝗆ρα𝗇𝗁ꪱα❞
ρᴏꪱ𝗌ᴏ𝗇 Ɨɾ𝖾𝖾; ցɾᴏսρ𝖾ɾ

Poucas coisas no mundo me perturbavam, e, mesmo quando isso acontecia, eu preferia permanecer em silêncio a causar incômodo aos que estavam ao meu redor. No entanto, o som da carruagem estava afetando minha tranquilidade. Aquela leve vibração quase imperceptível parecia prestes a romper meus tímpanos.

── Flora, minha querida, está empolgada para finalmente conhecer Hogwarts? - tia Honória quebra o silêncio que nos envolvia. ── É um lugar brilhante, eu diria. É deslumbrante, as pessoas são acolhedoras e a educação é excepcional! - acrescentou com seu tom habitual de entusiasmo.

Honória Dumbledore, ou como sempre a chamei carinhosamente, Tia Honória, é uma daquelas pessoas que todos desejam ter por perto. Ela é extrovertida e tem um humor extraordinário, e fala o que lhe vem à mente, sem se preocupar em usar filtros. Desde que meus pais partiram, ela tem sido uma verdadeira guardiã para mim. Ao contrário de Albus, Tia Honória parece realmente apreciar a nossa conexão familiar.

Tenho sorte por tê-la em minha vida.

── Ouvi dizer que Hogwarts tem um lago imenso. Deve ser extraordinário durante os invernos!

── Oh, sim! O Lago Negro. Mas o que você realmente vai gostar é da imensidão do campo de Quadribol. Na minha época, não era tão grande — comentou, fazendo-me rir.

A vista através da janela era inexplicável.

Meus pulmões travaram, assim como meus olhos. O imenso castelo parecia brilhar em conjunto com o sol do final da tarde.

Respirei fundo, sentindo meu coração pulsar forte no peito, como se quisesse escapar. Minhas mãos se fecharam em torno do pingente do meu colar, buscando conforto. A superfície fria do metal parecia transmitir uma calma que eu tanto precisava. Olhei para minha tia, que me observava com atenção, e, apesar da tempestade de emoções dentro de mim, consegui esboçar um sorriso suave, sem mostrar os dentes, tentando transmitir que estava tudo bem, mesmo que por dentro eu estivesse em um turbilhão.

Tudo ficará bem.

── Porra, Draco! você deveria receber uma boa detenção por ser um babaca. - ouço uma voz feminina estridente. ela está rodeada por outra garota e outros dois rapazes.

Tia Honória saiu há alguns minutos e estou andando pelo corredor da entrada de Hogwarts. Esperava que alguém me ajudasse com as malas e a orientação pelo castelo, mas isso não aconteceu. Provavelmente fiquei esperando cerca de quinze minutos. Meus pés doem.

── Olá! acho que estou um pouco perdida... Eu me chamo Fl-

── Sabemos quem você é. - a garota loira me corta sorridente enquanto me puxa para um abraço caloroso. ── Sou Daphne Greengrass! essa é Pansy... - ela indica me voltando para a garota alta de cabelo curto ── Draco, Blas. - dessa vez ela é rápida, como se os próprios fossem irrelevantes.

── Vai assustá-la dessa forma, Daphne. Você é péssima com recepções. - pansy diz sem me encarar.

── Flora Flamel, certo? Eu não sabia que Nicholas Flamel transava... ele não era praticamente um idoso mumificado? - daphne indaga me soltando do abraço ── Oh, merda. Meus sentimentos.

Provavelmente meus olhos ainda estavam arregalados e minha boca entreaberta. Eu não me sentia ofendida por ter que falar abertamente sobre meus pais. No entanto, eu definitivamente não estava esperando aquilo. Conferi no meu subconsciente se eu realmente estava lúcida para manter aquela conversa.

Eu realmente estava alí.

── Cuidado, Daphne. A bonequinha de porcelana vai acabar chorando.

A voz máscula ecoou nos meus ouvidos parando diretamente no fundo do meu estômago, fazendo-me erguer o rosto e buscar pela fonte de ameaça.

── Não seja um idiota, Theodore. Ela é uma de nós. 

── Uma de nós...? - ele riu sarcástico passando a língua no  interior da bochecha ── Está andando com essas putinhas de Ravenclaw? - dessa vez, ele me analisou de cima abaixo, parando na mala azul do meu lado.

Não chore, Flora. Não chore, não chore...❞

A maldita voz profana parecia corroer todo o meu ser, me trazendo a vontade avassaladora de correr dalí. Meu sexto sentido estava implorando para que minhas pernas se movessem para uma zona segura. Me sinto uma covarde por não conseguir manter contato visual.

Meus olhos não buscaram o garoto de vestes esmeralda, mas sim minhas malas. Ela se moveu para frente e eu o imitei, dando um passo para trás.

Semanas antes da minha vida se revirar,
tia Honória e eu visitamos o escritório pessoal da professora Minerva McGonagall. Nem todos os alunos transferidos tinham a opção de ser selecionados junto com os calouros, mas, considerando minhas circunstâncias, tia Honória preferiu um processo mais individualizado. Minha seleção durou longos vinte e dois minutos, durante os quais o chapéu seletor hesitou entre Gryffindor e Ravenclaw. Não me vejo como parte de Gryffindor; não me sinto corajosa e não sou do tipo que quebra regras sem pensar. Fiquei contente por ser escolhida para a casa das Águias.

Eu Não tinha nenhum amigo ali. Não tinha ninguém para me confortar e me defender. Todos os meus amigos ficaram para trás, em Beauxbatons. Portanto, por esses motivos, travei a mandíbula, forçando os dentes uns contra os outros.

Não queria ser um problema no meu primeiro dia de aula. Não queria ser intimidada. Não queria ser uma covarde.

Por um minuto inteiro não me movi, cheirando o perfume amadeirado que estava impregnado no meu nariz, tentando não chorar alto.

── O gato comeu sua língua, bonequinha

𝐍𝐎𝐓𝐀𝐒 𝐃𝐀 𝐀𝐔𝐓𝐎𝐑𝐀

𝗮𝗺𝗼𝗿𝗲𝘀, 𝗼 𝗾𝘂𝗲 𝗳𝗼𝗶 𝗶𝘀𝘀𝗼?!? 𝘃𝗮𝗺𝗼𝘀 𝗼𝗿𝗮𝗿 𝗽𝗲𝗹𝗮 𝗻𝗼𝘀𝘀𝗮 𝗱𝗶𝘃𝗮 𝗱𝗮 𝗰𝗼𝗶𝘁𝗮𝗱𝗼𝗹𝗮̂𝗻𝗱𝗶𝗮! 🙏

𐅁𝗰𝗼𝗺𝗲𝗻𝘁𝗲𝗺 𝗽𝗿𝗮 𝗮𝗷𝘂𝗱𝗮𝗿 𝗻𝗼 𝗲𝗻𝗴𝗮𝗷𝗮𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼𐅀

𝐅𝐋𝐎𝐒𝐂𝐔𝐋𝐔𝐒 ୲ Ɨ𝗁𝖾ᴏძᴏɾ𝖾 𝗇ᴏƗƗ Onde histórias criam vida. Descubra agora