Aurora Parker é uma mulher marcada pelo peso de seu passado e pelas escolhas que nunca quis fazer. Nascida em uma família fragmentada e dolorosamente complexa, Aurora carrega as cicatrizes de uma infância moldada pela rejeição, rituais cruéis e a pe...
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AURORA OLHAVA A LUA DE LONGE, OS OLHOS FIXOS NO CÉU NOTURNO, enquanto memórias da infância invadiam sua mente. Ela se lembrava claramente da história que Kai havia lhe contado, uma história sobre o Sol e a Lua. Em sua imaginação de criança, a Lua era uma mulher de pele branca, com cabelos cacheados que batiam em seus ombros e às vezes se tornavam lisos. O Sol, por sua vez, era um homem moreno, com cachos escuros e um brilho intenso. Eles tinham uma história de amor trágica, uma história em que foram obrigados a se separar, condenados a nunca estarem no mesmo lugar ao mesmo tempo. Por isso, o dia e a noite existiam.
Naquele dia, ainda uma menina, Aurora prometeu a si mesma que nunca iria se apaixonar por alguém, decidida a evitar a dor que via na história do Sol e da Lua. Mas agora, enquanto observava a lua brilhando solitária no céu, ela percebia o quanto havia errado. Esteve irremediavelmente apaixonada por Klaus, aquele que havia sido seu mentor, seu salvador, e mais recentemente, Damon havia cruzado seu caminho, bagunçando ainda mais seus sentimentos.
A lua parecia zombar de sua antiga promessa, brilhando implacável, enquanto Aurora se encontrava dividida entre seus planos e aceitar o companheirismo.
Enquanto viajando nesses pensamentos, Aurora ouviu passos abaixo dela. Inicialmente, não conseguiu identificar quem era, mas logo a voz suave e familiar de Bonnie chamou sua atenção.
— Aurora? — A voz de Bonnie ecoou pela floresta, carregando uma curiosidade cautelosa.
Aurora, ainda nos galhos da árvore, olhou para baixo e viu Bonnie sozinha, olhando para ela com uma expressão de leve preocupação.
— Está tudo bem? — Bonnie perguntou, dando alguns passos para mais perto da árvore, seus olhos fixos em Aurora.
Aurora, mantendo seu tom seco e distante, respondeu:
— Só precisava de um pouco de ar.Bonnie assentiu, sem mostrar sinais de se sentir incomodada.
— Entendo. A festa pode ser um pouco demais às vezes. Mas parece que tem algo mais incomodando você
Aurora desviou o olhar para a lua novamente, evitando o olhar atento de Bonnie.
— Seja o que for, estou aqui se você quiser conversar. Sei que não somos exatamente amigas, mas... posso ouvir, se você precisar — Bonnie continuou, sua voz cheia de sinceridade.
Aurora, surpresa com a oferta, sentiu uma hesitação dentro de si.
As palavras lutavam para sair, mas ficaram presas entre o desejo de desabafar e a necessidade de manter suas defesas erguidas. Eventualmente, ela apenas suspirou, incerta sobre como reagir à presença inesperada de Bonnie ali, em meio à solidão que buscava.
Enfim, Aurora pulou da árvore, aterrissando no solo com a graça de uma predadora felina. Bonnie deu um sorriso, claramente impressionada com a destreza da vampira, e puxou uma garrafa de tequila do bolso da jaqueta.