Renascido (Metamorfos Bestas das Sombras #3)

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Quando emergi do Nexus, milhas abaixo das Profundezas que o cercavam, descobri que, mais uma vez, eu estava mudado. Renascido. Em meu verdadeiro eu dessa vez, um ser construído e em camadas das múltiplas vidas que eu já tinha vivido.

Eu me conhecia, talvez melhor do que nunca, reconhecendo minha nova malha perfeita de lobo, fênix e metamorfo. O Nexus havia tirado o melhor e o mais forte de cada um, tecendo-os juntos para criar minha verdadeira forma.

Chamas me cercavam, apesar de quão fundo eu estava na água, iluminando a escuridão sem fim. Não apenas a escuridão, mas as muitas, muitas criaturas que me cercavam.

O velho Mera quase teria morrido de susto, mas eu não temia mais nenhum nascido do Nexus. Eu abracei todos eles, desde os maiores monstros de aparência pré-histórica até minúsculas partículas de penugem.

Estendendo a mão, coloquei minha mão no focinho de uma criatura próxima que parecia um crocodilo cruzado com um megalodonte, minha mão mal era tão grande quanto uma de suas cinco narinas. Um zumbido de conexão entre ele e eu ganhou vida.

Eles eram meus. Uma vontade de tocar cada criatura e selar sua essência dentro da minha me atingiu, mas assim que alcancei a próxima, o chão tremeu, sacudindo até mesmo aqueles de nós nas Profundezas.

Minha cabeça se levantou rapidamente, mas eu estava muito abaixo para saber o que estava acontecendo no reino. Nem tudo estava bem, disso eu sabia. O poder rasgou de mim, enviando redemoinhos de energia tocada pelo fogo, que não machucaram minhas criaturas, mas me permitiram sentir minha conexão com o reino e Nexus.

Quando eu me levantei, a terra que Dannie fez o melhor que pôde para enterrar também se levantou. Meu renascimento de dentro do "útero" do Nexus havia reparado as rachaduras que ela havia deixado no poder, e era hora de todos nós nos levantarmos. Das cinzas de nossos antigos eus.

As criaturas marinhas giravam protetoramente ao meu redor, e eu me perguntei como eu poderia ter tido medo delas. Elas eram como os abervoqs e outras criaturas terrestres — incompreendidas. Sim, algumas delas eram ferozes e assassinas, mas isso era sobrevivência. Uma vez que suas fontes naturais de alimento — e a saúde do reino — retornassem, elas não seriam uma ameaça para ninguém que não fosse uma ameaça para elas.

Você não poderia puni-los por sobreviver.

Conforme me aproximei da superfície, a instabilidade do reino se tornou muito mais aparente. Isso não veio de mim ou da minha base de poder, no entanto; havia algo ou alguém lá fora destruindo a estrutura deste mundo em pedaços, espalhando as névoas e deixando fogo furioso para trás.

Instando o Nexus a se levantar mais rápido, eu estava determinado a parar essa nova ameaça. Não lutamos tanto para salvar este mundo, apenas para tê-lo destruído agora.

Quando eu irrompi da água, minhas novas asas de fogo se abriram para me segurar no ar. Quando respirei o ar pela primeira vez, senti grandes partes de quem eu costumava ser deslizando para o lugar. O velho e o novo se fundindo. Com isso, eu sabia exatamente quem era o responsável pela força destrutiva.

Meu companheiro.

Sombra! Eu gritei junto com nosso vínculo, enviando uma explosão de poder com ele.

O vínculo voltou a mim, tão forte quanto sempre. Ele não tinha sido destruído quando eu morri porque os vínculos eram mais profundos que a pele. Eles eram parte de nossas almas, e essa parte tinha renascido comigo. Se alguma coisa, eu estava mais forte e mais eu mesmo do que nunca.

Exceto pela minha alma de lobo. Eu não conseguia mais senti-la tristemente definhando dentro de mim; em vez disso, nós fomos fundidos em nossos melhores e mais fortes eus.

Sombra! Chamei-o novamente, sabendo que ele me ouviria. Nós sempre nos encontraríamos. O estrondo das fundações da terra diminuiu, e eu voei mais alto, minhas criaturas marinhas seguindo em uma grande massa assustadora abaixo.

Olhar para eles chamou a atenção para meu reflexo na água. Sem distorção, a água aqui me mostrou exatamente o que havia emergido do Nexus. O que eu havia renascido como.

Chamas me cobriram da cabeça aos pés, enquanto asas de fogo deslumbrantes se estendiam para trás, parecendo muito com as de fênix de Dannie. O resto de mim era lupino, no entanto, reiterando meu sentimento de que eu não tinha perdido minha besta, não exatamente. Eu era ela e ela era eu, e nós éramos uma besta de fogo que parecia uma mistura da forma Anúbis de Shadow e a fênix original de Dannie. Menos o bico.

Por um breve momento, me perguntei se eu ficaria assim para sempre, uma criatura de escuridão e luz que era legal e assustadora, mas não a versão de mim mesma com a qual eu estava mais familiarizada.

Sem mencionar que depilar seria uma tarefa muito difícil com tanto pelo.

Com esse pensamento, um "Meraísmo", como Angel diria, meu poder diminuiu, e uma onda de calor deslizou pelo meu corpo. Conforme ele desaparecia nas solas dos meus pés descalços, meu reflexo agora me mostrava mais uma vez parecendo humano. Um humano que era talvez um pouco mais alto, um pouco mais curvilíneo e com cabelos ainda mais selvagens e descontrolados. As asas não desapareceram com meu lado lupino, mas descobri que não estava infeliz com isso.

Os novos e estranhos apêndices nas minhas costas se agitavam sem esforço ou pensamento, elevando-nos ainda mais alto acima das Profundezas e do Nexus, que estava começando a se reformar conforme as águas se afastavam das terras vermelhas e douradas.

Se alguém tivesse me dito que eu ia criar asas da noite para o dia, eu esperaria ser desajeitado e fraco usando-as nas primeiras vezes, mas não houve período de transição algum. Elas batiam quando eu queria me mover, e enquanto eu navegava suavemente sobre a água, eu instintivamente sabia como pegar as correntes de vento e planar.

Era como se eu tivesse um conhecimento inato sobre asas, uma evolução daqueles que nasceram do Nexus.

Aqueles de nós que nunca poderíamos morrer, pois sempre renasceríamos se escolhêssemos entrar na luz.

Essa era outra verdade que eu conhecia, junto com o fato de que meu renascimento havia desbloqueado os últimos resquícios da minha força, um poder elementar de criação que eu não tinha conseguido acessar antes.

No lugar onde meu lobo uma vez rugiu havia um poço de energia, e parecia Inky e Midnight. O que fazia sentido, já que o verdadeiro Nexus era o ponto onde as névoas de leicher e éter colidiam e criavam vida.

Eu era um produto disso.

E esse produto estava a caminho para encontrar seu companheiro e salvar o maldito dia.