Ecos do Crepúsculo

03 Fuga das Sombras

A prisão de Eldoria era uma fortaleza negra que se erguia imponente, um pesadelo arquitetônico onde o desespero parecia estar gravado nas pedras. Seus muros altos e frios, cobertos de musgo e líquenes, eram um lembrete constante da crueldade que ali habitava. O céu sempre nublado e a densa floresta ao redor criavam uma atmosfera opressiva, onde o sol mal penetrava, e os ventos uivavam como lamentos de almas perdidas.

        Nora, com seus longos cabelos vermelhos presos em uma trança e seus olhos verdes brilhando com uma determinação impiedosa, estava em uma cela pequena e imunda. O chão estava coberto de água suja e restos de comida, e o cheiro de mofo e ferro era quase insuportável. A cela era uma prisão para a mente e o corpo, e o som dos grilhões e dos gritos dos outros prisioneiros criava um ambiente de constante angústia.

        A mente de Nora estava fixada em duas coisas: o traidor que a havia entregue e a busca desesperada por sua irmã desaparecida. Ela sabia que precisava fugir para continuar sua missão. Seus pensamentos estavam longe de se concentrar no próprio sofrimento; a traição e o desaparecimento da irmã alimentavam sua determinação.

          De repente, o som de um tumulto começou a ecoar pelos corredores da prisão. Gritos, sons de metal colidindo e os lamentos dos prisioneiros preenchiam o ar. Um guarda bêbado tinha esquecido de tracar corretamente a cela de alguns dos preços e uma rebelião estava se formando, e os prisioneiros estavam aproveitando a oportunidade para atacar os guardas e causar o máximo de destruição possível. Nora sentiu a adrenalina subir; o caos ao redor oferecia a chance que ela precisava. Ela forçou as forçou as pernas a se levantarem, engoliu em seco e foi ate a grade.

         Ela observou a situação com atenção enquanto os guardas lutavam para manter o controle. Usando sua faca escondida, ela cortou as correntes que a prendiam, liberando-se com um movimento preciso e silencioso. O metal da fechadura rangia levemente, mas o tumulto abafava qualquer som que ela pudesse fazer. Com uma respiração controlada, ela deslizou para fora da cela.

Os corredores estavam um caos absoluto. Guardas estavam sendo atacados por prisioneiros revoltados, e a estrutura da prisão estava sendo destruída em vários pontos. Nora usou o tumulto como cobertura, movendo-se pelas sombras com uma agilidade impressionante. Seus movimentos eram fluidos e rápidos, evitando os guardas e os prisioneiros envolvidos nas brigas.

        Ao passar por um corredor, Nora encontrou um grupo de rebeldes que estavam atacando uma das áreas de armazenamento de armas. Eles estavam tão envolvidos na luta que não notaram sua presença. Nora se aproximou com cautela, usando a confusão para sua vantagem. Ela derrubou um guarda distraído e, com uma precisão letal, tomou uma clava de metal improvisada do armazenamento. O peso da arma era uma vantagem; seu uso poderia causar um impacto devastador.

        O tumulto estava se espalhando, e Nora aproveitou a oportunidade para chegar à área de segurança principal. A luta estava em pleno andamento, e o som dos gritos e dos impactos metálicos era ensurdecedor. Ela viu um grupo de guardas tentando reverter a situação, com alguns prisioneiros sendo recapturados enquanto outros atacavam ferozmente.

        Nora entrou em ação. Com uma velocidade surpreendente, ela avançou contra os guardas. Seus movimentos eram uma sinfonia de precisão e brutalidade. Ela usava a clava para desarmar e incapacitar os guardas, seus golpes eram rápidos e certeiros. Cada movimento era meticulosamente calculado, cada golpe era uma expressão de sua habilidade como assassina. Sua mente estava focada, ignorando o caos ao seu redor enquanto ela se concentrava em cada alvo.

          Em um momento crucial, ela encontrou uma sala de controle onde um guarda estava tentando restabelecer a ordem. Nora, com um movimento ágil, o desarmou e o imobilizou com um golpe rápido. Ela assumiu o controle da sala e desativou temporariamente o campo mágico de contenção ao redor do portão de saída. A sensação de sucesso foi breve, mas a vitória estava ao alcance.