O furacão

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A muito tempo atrás, um bebê foi abandonado na porta de uma casa de fazenda, a dona lhe acolheu a contragosto. Todos na cidade suspeitavam que o bebê era filho de uma bruxa, por ter aparecido do nada, sem pistas nem de quem havia deixado na porta, a única coisa que o bebê tinha em seu cesto era o seu nome, Dorothy.

- Dorothy!! - A mulher que eu chamo de tia me chama pelos cômodos da casa. - Aí está você, vá agora na cidade comprar as coisas que estão nessa lista e volte rápido. - Ela me entrega a lista já irritada com a cara que faço.

- Por que não manda um dos empregados?

- Porque eles estão muito ocupados! Hoje temos que deixar tudo arrumado!

Suspiro e fico calada, detesto brigas, principalmente com idiotas. Chamo toto e pego minha bicicleta, Toto ama passear com bicicleta, Pit Bull parece amar exercícios.

Chego na cidade com muita gente idiota me olhando, me pergunto por que precisam de tantos humanos na terra. Pego a lista e vou para a primeira loja pegar tudo que era preciso, a distância noto um garoto fazendo careta para meu cachorro, com certeza não notou que eu vi, Totó parece calmo então não preciso me preocupar.

O atendente me entrega as coisas com um olhar ríspido, aqui não é tão irritante... Olho para Totó e o vejo correndo em direção ao garoto de antes, mas agora ele estava com uma pedra na mão prestes a jogar.

Totó empurra o garoto que começa a chorar alto, todos olham para ele e a mãe dele aparece irritada, só agora que essa mulher aparece.

- Você ta louca?!! Deixar esse cachorro selvagem por ai?? Onde ele mordeu meu bem?? - A mãe agitada olha o corpo do garoto.

- Bem aqui!!! - E como toda criança mentirosa, ela aponta para o joelho chorando, realmente não gosto de humanos.

Todos ao redor me olham irritados e quem realmente viu o que aconteceu, sai do local para não ter confusão. A velha que é alguma coisa da igreja, aparece para com certeza, irritar.

Pego Totó e coloco na coleira o prendendo a bicicleta.

– Me de esse cachorro, cachorros loucos devem ser entregues ao delegado e mortos, principalmente uma racha mortífera como essa. - A velha irritada vem em minha direção e eu subo na bicicleta.

– Sai daqui sua velha fedorenta!! - Sai pilotando o mais rápido que eu podia, as pessoas não me impediram, pelo menos isso.

Vou o mais rápido que posso para casa, fico feliz em ter comprando tudo da lista, Totó se deita cansado, acho que coloquei ele para correr demais. Corro pela casa em busca da tia, que para minha sorte esta sozinha na cozinha, infelizmente ela esta com papéis em sua frente, talvez não me escute.

– Tia!!

– Trouxe tudo que lhe pedi Dorothy? - Ela fala com a voz séria.

– Sim, mas uma velha quer matar o Totó!!

– Como assim? que velha? - Ela começa a se irritar por tentar fazer as duas coisas ao mesmo tempo.

– Aquela da igreja, uma criança idiota tava sendo besta com o Totó, ele não gosto e se jogou no garoto, ele ficou chorando e agora tão dizendo que Totó é louco! - Algumas lagrimas saem dos meus olhos por explicar, Totó é o único ser que eu escolhi e que está comigo.

– Eu tenho mais o que fazer querida, resolvo seu assunto depois, ninguém vai matar o Totó, eu garanto. - Ela não passa nenhuma credibilidade em sua voz.

Sai da cozinha e fui direto ver o Totó e tira-lo da frente da porta, ando um pouco e olho para trás ao ouvir o barulho de pessoas conversando, eram o delegado e a velha, corro em procura das empregadas da casa, e acho duas que cuidam bem de mim.

– Anastacia, Tereza!! Vieram matar o meu cachorro! - Elas me olham espantadas.

– Como assim meu bem? - Explico a história para elas que ficam bastante sérias. – Acho que se você se esconder em algum local da casa com o Totó, eles vão se cansar e vão embora. - Tereza olha para Anastacia e concorda com a idéia.

– Vou procurar um local! - Corro chamando Totó, pela minha sorte ele me segue fielmente.

Nos escondemos atrás do curral dos porcos, o local mais distante que há da casa, fico em um ponto que posso ver pessoas se movendo nos fundos da casa principal, abraço Totó com todas as forças.

Infelizmente vejo que algumas pessoas se aproximavam, pela distância era um pouco confuso de identificar, mas a ansiedade só me faz pensar o pior.

– Vamos para a floresta Totó, não posso contar com a sorte. - Corremos o mais rápido que podemos, até achar um local distante da casa que podiamos sentar e esperar.

A noite está chegando, o vento fica estranhamente mais forte a cada minuto, eu deveria esta com medo porém, é tudo tão nostalgico.

Vamos para a casa rápido segurando nas árvores, o vento parecia querer me tirar do chão. Entro dentro da casa e não vejo absolutamente ninguém, escuto o som do vento quebrando as coisas a distância, agora estou com medo.

– AAAAAAHHHHHH.

Me agarro em Totó e fico no canto da parede, o medo de algum móvel bater em nós é imenso.

A turbulência para e parece que somos jogados ao chão, tudo para, não escuto barulhos nem nada, olho pelos destroços da janela e vejo o lindo céu noturno, tão brilhante que ajuda a né acalmar.

– Passou, passou Totó, estamos bem agora. - Tento acalma-lo, sinto vontade de chorar mas serei forte por nós dois.

A luz da lua me ajuda a notar que não me afastei da porta de entrada, a abro lentamente e vejo algo impressionante, cai em uma vila com casas da minha altura e portas menores que o normal, todas tão fofas.

– Olá! - Falo alto e pessoas pequenas vem armadas para me recepcionar.

– Quem é você bruxa?

Continua...

O mal de OzOnde histórias criam vida. Descubra agora