Ela Se Apaixona Pelo Garoto - Petalz

Quem diabos é "Saki"?

A família Miyawaki enfrentava dificuldades financeiras no Japão, o que resultou em uma mudança repentina para a Coreia do Sul. Sakura, uma jovem japonesa no último ano letivo, ficou furiosa por ter que deixar seu país de origem. Sempre muito orgulhosa de sua nação, ela nutria um profundo interesse por sua cultura, especialmente pelos animes e mangás que consumia avidamente. Quando foi informada de que teria que se mudar e, consequentemente, ser transferida para uma escola na Coreia, a loira não ficou nada contente.

Porém, o que ela poderia fazer? Sua família estava em crise, e a mudança para Seul parecia a única saída viável. Por sorte, Sakura já havia feito algumas aulas de coreano no Japão, alimentada por um antigo sonho de visitar a Coreia. No entanto, viver lá estava muito longe dos planos que ela tinha para si mesma. Diante da situação, a loira não teve escolha a não ser aceitar seu destino, esperando pelo que o futuro lhe reservava.

Ao chegar à Coreia, a loira sentiu como se estivesse perdendo tudo o que tinha. Deixou para trás sua antiga escola, seus amigos e todos os planos que havia construído no Japão. A realidade era dura, e a mudança repentina de status abalava profundamente a japonesa, que sempre viu sua família como estável. Agora, forçada a se adaptar a uma nova vida em um ambiente desconhecido, Sakura sabia que precisava se destacar de alguma forma, dar orgulho aos seus pais, talvez até se tornar uma estrela. Quem sabe assim um dia conseguiria retornar ao Japão.

Porém, ao invés de se destacar da maneira que imaginava, Sakura chamou atenção por outro motivo: seu estilo andrógino. Apesar de seus longos cabelos loiros, que poderiam facilmente ser escondidos por um capuz ou boné esportivo, a Miyawaki usava roupas largas que não deixavam transparecer suas curvas femininas. Esse estilo único fez com que fosse frequentemente confundida com um garoto em seu novo ambiente escolar, alguns até mesmo definindo-a como Tomboy. Para a surpresa de muitos, isso não incomodava Sakura nem um pouco. Ela estava apenas sendo ela mesma – a Sakura que seus amigos no Japão haviam apelidado de "Saki", um apelido que ela passou a adotar quase como seu próprio nome.

— Porra, Chaewon! — Indagou revirando os olhos ao ouvir a amiga falar sobre o mesmo assunto pela centésima vez no dia: Saki.

— Qual o problema, Zuha? — Disse a mais velha para a amiga ao lado, agora de braços cruzados bufando feito um touro. — Não está nem um pouco curiosa sobre os boatos?

— Estar eu até estou. — a Nakamura foi sincera — Mas quem diabos é "Saki"? — A mesma arqueou uma de suas sombracelhas, transparecendo a dificuldade em pronunciar tal nome.

— Saki é simplesmente o assunto do momento, sua abestada!

— Uau, grande coisa. — Foi sarcástica, claramente não estava feliz em ter a possibilidade de perder o pedestal que construiu naquele colégio, sua popularidade era tudo para Kazuha.

E não parou desde então, Kazuha Nakamura enfrentou um turbilhão de fofocas e especulações. Não só pelos corredores da escola que circulavam rumores sobre a nova "sensação", como também, para seu desgosto, Kazuha tinha que ouvir Chaewon — sua melhor amiga há anos — falar sobre o assunto incessantemente. Os cochichos eram inevitáveis, e logo o "garoto japonês" virou o centro das atenções.

As fofoqueiras de plantão afirmavam que ele tinha um longo cabelo loiro escondido sob um boné esportivo e um capuz de moletom preto da Nike, com uma calça jeans larga que completava seu estilo enigmático. A beleza e o ar misterioso do "garoto" faziam dele uma figura de destaque no ambiente escolar. Para Sakura, era surpreendente que, tão rapidamente, ela tivesse se tornado "Saki", a popular, mesmo que, na verdade, fosse uma figura masculina imaginária pelos alunos.

Kazuha, por sua vez, estava cada vez mais frustrada. A constante atenção direcionada ao novo "garoto" começou a ameaçar sua própria popularidade, algo que ela sempre valorizou. As conversas sobre Sakura a irritavam, e a preocupação de ver sua posição social enfraquecida apenas alimentava seu descontentamento. Ela se sentia ameaçada pela ascensão rápida de alguém que, até aquele momento, só existia em forma de rumor e especulação.