- Meu príncipe, não sente esse vento gelado? Isso não é um bom presságio. - A voz era rouca e um pouco mais envelhecida, era mestre Coles.
- Ainda vou pegar esse cervo maldito Coles, amanhã a essa hora sua carne já estará sendo preparada.
Jaime observava cada árvore, cada galho que estralava e caía na floresta, jazia um dia e uma noite que o príncipe havia partido para Toca dos Coyotes, floresta reservada para família real caçar. O lugar era grande e esverdeado, musgos e cipó cobriam os galhos das árvores, várias espécies de animais preenchiam a floresta de vida, porém, dessa vez o local estava grosseiro, nada convidativo. Parecia uma pessoa de mal humor.
- Devíamos voltar para as barracas meu príncipe. - Comentou mestre Coles.
- Ainda não meu velho, são essas armaduras de vocês! - Murmurou Jaime aos três soldados de seu pai e ao seu cavaleiro juramento, sor Plínio Baralf.
- Retornem para o acampamento, vão!- Meu príncipe, não podemos deixá-lo a só. Seu pai nos mataria se algo acontecesse com seu herdeiro. - Disse um dos soldados vermelhos.
- Isso é uma ordem! - Encarou Jaime a todos.
- Deixe-me acompanhar meu príncipe, retirarei minha armadura para não lhe atrapalhar e lhe acompanharei. - Sor Plínio aproximou-se de Jaime, encostou a mão sobre seu ombro e disse:
- Confie em mim Príncipe Jaime.Sor Plínio já foi retirando seu manto antes mesmo de Jaime falar algo.
- Tudo bem, o resto de vocês podem ir.
Ambos continuaram a caminhar devagar sobre a floresta, nada mais além dos estalos de seus passos podia se ouvir sobre aquele mar de musgos. Um pouco mais adiante Jaime sussurrou para sor Plínio.
- Já ouviu falar sobre a mística dessa floresta Plínio?
- Sim meu príncipe, durante minha formação como seu juramentado aprendemos tudo sobre a sua família. - respondeu sor Plínio ao príncipe.
- Então sabe que nada pode acontecer comigo aqui. - Jaime expressou um sorriso soberbo para sor Plínio.
- Todo cuidado é pouco meu príncipe. Comentou sor Plínio.
Antes que o príncipe pudesse falar algo uma sombra fina e pequena passou mais a frente da dupla.
- É ele! - sussurrou Jaime.
- Devagar meu príncipe, não vamos assusta-lo.
- Fique aqui eu irei na frente. - Disse Jaime.
Jaime sacou o arco de suas costas, pegou uma flecha com uma ponta de aço drixtico e caminhou sobre a ponta dos pés em direção ao pequeno animal, agora eu te pego, pensou Jaime, se posicionou sobre uma árvore que já havia tombado a anos naquela floresta, esticou o arco, soltou a respiração e quando seu corpo estava completamente imóvel disparou uma flecha certeira que pegou no pescoço do cervo. O animal ainda teve força para correr por alguns minutos antes de cair sobre a grama.
- Eu avisei Plínio. - comemorou o príncipe.
Sor Plínio só fez rir. Jaime correu em direção ao cervo se afastando, até sumir entre as árvores. Um barulho e um grito ecoou sobre a floresta. Até chegar no cavaleiro. Era o grito do príncipe, Sor Plínio correu em direção aquele som, quando chegou ao local avistou o príncipe que avia caído num buraco quase três vezes sua altura.
- Está tudo bem príncipe Jaime? - gritou o cavaleiro. Você se feriu? - Gritou uma segunda vez.
- Hahahaha - gargalhou o príncipe. Eu estou bem, não é essa caverna que vai me matar sor.
- Não saiu daí, vou chamar os outros para ajudá-lo a lhe tirar daí. - Sor Plínio correu atrás do acampamento em busca de ajuda.
Mas que lugar é esse? Pensou Jaime enquanto caminhava adentro da caverna,
Parece som de água. Mais alguns passos foram dados até Jaime ver a lagoa subterrânea que tinha ali, o brilho no interior da mesma ficava mais forte a medida que Jaime caminhava. Todos esses anos vindo aqui eu nunca tinha achado esse lugar, será que meu pai já viu isso? Parece rocha.Ao tocar na parede da caverna o cinza das rochas deu lugar a um azulado, as veias de seu braço resplandeceram o azul, dava pra ver o sangue pulsando no mesmo ritmo das rochas. Um contraste se viu na parede, era uma escrita,
O guerreiro adentrou
Na floresta ele achou,
seu sangue transformou
e coroado ele se alegrou.O que significa isso? Cara isso é muito legal. Mostrarei ao mestre Coles.
Jaime voltou para o início da caverna quando ouviu o barulho dos cascos dos cavalos
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Azul & Cinza - Ascenção Do Céu
RomanceVocê precisa morrer para o rei renascer! A canção foi cantada o céu já caiu, logo o mar se infurecerar e os castelos irão grunir. Da toca do coyote irá chegar e o novo rei surgirá, cuidado com os enigmas alguns deles não irão proferir!