Multiversos

Monumentos

"Peter sempre foi um cara romântico, então, quando Wade questionou qual era a parte de seu corpo que o Parker mais admirava, ele respondeu que eram seus lindos olhos azuis, mesmo que sua cabeça só conseguisse pensar nos 'monumentos' do namorado."

- Cacete! Eu tava precisando disso - exclamou Wade ao sair do banheiro. O mercenário caminhava com apenas uma toalha na cintura, em direção à cama que compartilhava com o namorado, este que por sua vez estava deitado já de pijama, enquanto lia um livro sobre física quântica - Você fica sexy com óculos de leitura.

Peter desviou sua atenção do livro para encarar o outro, vendo que ele se contorcia com uma de suas mãos nas costas tentando coçar algum ponto específico, e a outra segurando sua toalha.

- Você fica sexy de toalha.

Após receber sua imortalidade, e perder toda e qualquer beleza que já pode possuir algum dia, Wade poderia ser dito como muitas coisas; nojento; asqueroso; feio; horroroso; terrível; entre outros adjetivos que já havia sido chamado. Peter foi o primeiro e único, a dizer que o mercenário era minimamente atraente.

Muitos diriam que os gostos do Parker são extremamente duvidosos, mas vendo o namorado naquela pose tão chamativa, apenas de toalha e com gotas de água escorrendo por de sua clavícula até o abdômen, as cicatrizes horríveis passam mais do que despercebidas. Além disso, o amor é estranho, quase estúpido, fazendo com que fosse óbvio que Wade não era o homem mais bonito do mundo, mas na visão de Peter, também não era o mais feio.

- Vem aqui - chamou, dando batidinhas na cama para que Wade se sentasse.

Peter encarou suas unhas, as vendo curtas como sempre. Ele não fazia manicure, e era benefício para o traje que as deixasse curtas, todavia, eram o suficiente para coçar as costas moribundas do seu namorado.

- Ah, que delícia - gemeu jogando a cabeça para trás - Mais forte, mais forte!

- Cala a boca, Wade - riu enquanto o namorado continuava a fazer graça.

- Hoje foi um dia de merda, deixa eu gemer para o meu namorado gostoso.

Peter deu-lhe um tapinha no ombro e o abraçou por trás. Chegava a ser estranho o tanto que gostava de Wade, mas, ao mesmo tempo, era maravilhoso ser tão apaixonado por alguém que tem certeza de que nunca irá perder, considerando o histórico de amantes que já teve. Sentiu as mãos de Deadpool agarrarem as suas, levando-as aos lábios e lhe dando um selinho dedicado.

- Sabe o que seria perfeito agora, meu amor?

Ao ser chamado daquela maneira, o Parker já tinha certeza que acabaria fazendo mais alguma coisa para o mercenário. Não que Wade fosse carinhoso apenas quando queria algo, mas quando o chamava de "meu amor", nas entrelinhas, ele estava pedindo algo. Era como uma espécie de código secreto dos dois, ambos sabiam o que significava mesmo sem nunca ter dito verbalmente.

Para Wade a situação era perfeita, levando em consideração que o romântico incurável que seu namorado era, sempre acabava cedendo aos seus desejos sem pestanejar.

- O que, Wade?...

- Uma massagem nas costas - segurou as mãos de Peter com mais firmeza, entrelaçando seus dedos - Com essas suas mãos fortes e másculas.

- Como eu posso dizer não para essa carinha? - questionou retórico, beijando a bochecha do mercenário - Pode deitar, querido.

Já Peter, independente das ocasiões, se estavam brigados, ou qual era a conversa, sempre chamava Wade de querido. Diferente do namorado que lhe lançava vários apelidos bregas, ele permanecia apenas com um, que sabia que Wade gostava e sentia expressar seus sentimentos.

Enquanto deitava de barriga para baixo, Deadpool suspirou satisfeito, conforme Peter cobriu sua bunda recém-saída do banho, com uma toalha, e sentou-se sobre ela, começando a apertar seus músculos entre os dedos, desde os ombros até o cóccix.

- Sinto que abuso da sua pena, sei que está comigo só por isso, mas, exagero um pouco- AI - reclamou ao sentir um aperto forte nas costelas.

- Já disse que não gosto que você diga essas coisas.

- É brincadeira, meu docinho - forjou uma voz mansa, gargalhando em seguida, virando seu rosto apenas o suficiente para poder olhar Peter - É só que, nenhuma outra pessoa faria o que você tá fazendo com tanto prazer.

- Por isso você está comigo e não com nenhuma outra pessoa, idiota - inclinou-se, ficando com o rosto próximo ao do namorado, lhe dando um selinho.

É inegável que Wade não se importa com sua aparência. Ele tem noção do quão horrível é, e simplesmente não dá a mínima para isso, mas o preocupava saber o que Peter pensava. Um de seus medos atuais era de que o Parker iria notar que é areia demais para o caminhão do mercenário e ir embora.

Sendo assim, inconscientemente, ele precisava ser validado.

- Mesmo eu sendo eu, não é? - Peter acenou com a cabeça - E o que você mais admira em mim?

O Parker sorriu e respondeu de imediato.

- Seus olhos.

Mas ele mentia, já que não eram os olhos de Wade que estavam passeando por sua cabeça nesse mesmo instante. É claro que também acha os olhos azuis do namorado algo lindo e digno de ser admirado, mas em sua perspectiva é outra parte que mais chama atenção.

O monumental par de coxas de Wade, sem sombra de dúvidas é o que atormenta os sonhos do pobre Peter Parker. Desde quando ainda não tinham um relacionamento e apenas o via com o traje de Deadpool, as coxas dele chamavam sua atenção. Ficam incríveis e perfeitamente marcadas naquela fantástica laica vermelha.

Constantemente Peter se vê pensando sobre aqueles monumentos. Em como é delicioso se dedicar a eles, seja com suas mãos, sua boca, ou qualquer outra coisa que seja prazerosa o suficiente para fazer seu namorado revirar os olhos.

Suas noites de patrulha nunca mais foram as mesmas depois que as viu sem nada para cobrir, e pode as apertar com vontade. Em telhados aleatórios, Peter se lembrava delas, de como eram grandes, torneadas e rígidas na medida certa, em noites assim, lhe restava se jogar com as teias em meio a noite fria, para que "algo" encolhesse.

Era terrível, mas às vezes tinha até mesmo ciúmes delas! Com certeza mais pessoas as encaravam como ele, eram dignas de se admirar, todavia, não queria que ninguém além dele fizesse isso. Queria revindicá-las para si, marcá-las como suas, mas o fator de regeneração de Wade não permitia um chupão sequer. Se contentava com as lembranças de todas as chaves de perna que já ganhou, e com a monogamia.

Entretanto, Peter era um homem romântico, extremamente romântico, sendo assim não poderia simples dizer que sonhava em seu sufocar até perder o oxigênio em meio aos monumentos majestosos de seu namorado.

Sendo assim, falar dos olhos límpidos e tão azuis quanto o céu, eram um melhor caminho.

- Sem sombra de dúvidas são seus olhos.

- Cacete... Você é tão romântico.