capitulo dois

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Wooyoung terminava de tomar seu café da manhã sem conseguir disfarçar sua irritação, que não era só evidente pela expressão fechada do ômega, mas também pelo fato de que todo o cômodo da casa estava impregnado com os feromônios agitados do garoto. San sentia-se levemente afetado, e o observava de longe chegando até a achar fofo a forma como ele enchia a boca de comida e formava um bico nos lábios carnudos.

O Choi sabia muito bem o porquê de tudo aquilo. Wooyoung havia dado sua cartada final ao sair da festa com aquele alfa dois dias atrás. Ele queria que San sentisse ciúmes e ele sentiu, mas era excelente em esconder suas emoções e sentimentos, em quanto a fachada mostrava um segurança tranquilo e sereno, seu lobo gritava e ronsnava tentando tomar o controle para ir atrás do seu ômega.

San não entendia muito bem como aquilo havia acontecido, mas seu lado lupino era instintivamente atraído pelo ômega, a ponto de sentir seu corpo quente e suas gengivas sensíveis com o desejo de marcar Wooyoung, no entanto a personalidade do garoto fazia o Choi hesitar. Se enganava quem achasse que ele nunca olhou para o ômega com outros olhos ou que se controlava por profissionalismo. O alfa sabia que no momento que tivesse o moreno em seus braços não conseguiria mais largá-lo e só a ideia de ser deixado para atrás assim que desse o que o ômega queria o deixava sem fôlego.

Ele se sentia por um fio, pois em todos aqueles meses de trabalho nunca viu o ômega sair com alguém de fato, ele estava empenhado em tentar conquistá-lo, mas quando San chegou para buscá-lo e sentiu o fedor do alfa, viu as marcas que outro fez em sua bela pele oliva... Ele ficou transtornado, algo quase animalesco tentava tomar conta do alfa, porém ele seguia tentando se controlar.

Porém agora enquanto observava o ômega emburrado na cozinha e via as marcas roxas em seu pescoço em tons mais claros se via novamente beirando ao descontrole. Havia muitas coisas que Choi San não entendia, mas ele tinha apenas uma certeza: alfa lúpus só amam uma vez. Ele quase podia ouvir a voz de seu avô ao explicar as lendas e tradições de seu povo.

Esse era o fato que o impedia de dar ouvidos a voz do seu lobo que rosnava e chamava aquele ômega de seu. Choi San tinha medo de ser ridicularizado e ter seus sentimentos menosprezado, como da última vez. Fazia muito anos, mas o gosto amargo da dor ainda estava presente.

Wooyoung suspirou pela milésima vez enquanto esperava Hongjoong terminar sua ligação

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Wooyoung suspirou pela milésima vez enquanto esperava Hongjoong terminar sua ligação. Havia ido até agência a pedido do mais velho, porém devido ao trânsito acabou perdendo o horário e agora se encontrava ali, impacientemente esperando.

Ele divagava sobre a noite de sábado e sobre como o sexo que havia feito, não foi suficiente para apaziguar o incômodo que sentia, talvez o cio estivesse próximo, e isso significava passar três dias apagado, pois por mais promíscuo e devasso que fosse, o ômega jamais deixaria seu corpo a mercê de um alfa em momento tão vulnerável como esse, ele aprendeu demais com o último erro.

- Wooy, você me ouviu? - a voz do seu agente preenche a sala tirando o ômega dos pensamentos sombrios - Tem algo te incomodando?

- Eu não quero ter um segurança na minha cola 24h por dia, isso é muito cansativo e os feromônios daquele alfa estão me deixando descontrolado.

Hongjoong franziu as sobrancelhas.

- Achei que Choi San usasse adesivos inibidores, nunca senti nada vindo dele. - ponderou fazendo o ômega revirar os olhos - Wooyoung você tem certeza que isso não é birra só porque você não conseguiu levá-lo para cama?

O tom de voz do seu agente juntamente com a expressão desconfiada fizeram o ômega ficar ainda mais irritado, o cheiro azedo da raiva impregnando todo o ambiente. Wooyoung iria matar Seonghwa por ter deixada escapar seu interesse pelo segurança, logo para Hongjoong. O ômega também não entendia o porquê de sentir aquele cheiro tão forte, quase como se o próprio Choi tentasse impregnar tudo com ele.

- Óbvio que não tem nada haver - ele mentiu descaradamente - Já superei isso e minha relação com o Choi é puramente profissional, mas já que eu preciso tanto de segurança, não pode demiti-lo e contratar um beta?

Hongjoong soltou um longo suspiro e levantou de onde estava e foi até o ômega. Esse nem era o tópico da reunião que deveriam ter, mas Jung Wooyoung era teimoso demais.

-Wooyoung, devo lembrá-lo do real motivos para termos contratado um segurança para te proteger? - o mais velho diz fazendo o Jung engolir em seco - Não posso deixar aquilo acontecer novamente, e não é porque você é uma estrela da minha agência, mas também é como um irmão pra mim e além do mais, Seonghwa arrancaria minhas bolas se algo acontecesse com você.

Numa tentativa de amenizar o clima pesado, o Kim mencionou o companheiro, mas o mais novo não teve como evitar deixar sua mente voltar para aquelas lembranças sombrias de quatro anos atrás. Elas eram o grande monstro guardado no armário e vez ou outra sempre saia para atormentar o ômega e ele tinha que conviver com aquilo enquanto seguia sua vida entre sorrisos falsos e casos de uma noite só numa tentativa falha de não mostrar ao mundo o quão quebrado e bagunçado ele estava por dentro.

- Você tem ido ao psiquiatra?

Aquela pergunta era um tópico extremamente sensível, Wooyoung odiava mostrar fraqueza e não tinha muita facilidade em compartilhar seus sentimentos com estranhos e evitando uma possível bronca, ele resolveu mentir.

- Tenho sim, mas não é de muita ajuda quando eu não consigo falar...

- Wooy, você não pode deixar que momentos ruins definam sua vida, eu sei que você tenta da forma que pode, mas ignorar o problema não faz doer menos e não permita que as palavras daquele maldito moldem quem você é.

As palavras de Hongjoong por mais simples que fossem, sempre tocavam Wooyoung e foi com os olhos lacrimejando que ele se despediu do chefe e amigo.

Assim que saiu da sala, os sintomas da crise de pânico tomava conta do ômega aos poucos, e a medida que caminhava pelos corredores da empresa, lembranças e mais lembranças bombardeavam a mente de Wooyoung, seu peito queimava e a visão ia ficando turva devido as lágrimas. Ele encostou em um parede e o ar escapou de seus pulmões, não sabia quanto tempo havia se passado até que sentiu a presença de seu segurança e de Hongjoong, ambos tentavam falar com ele, mas ele não conseguia entender, a sensação era aquela que sentimos quando estamos submerso e a ultima coisa que Wooyoung viu antes de ficar inconsciente foram os olhos vermelhos de Choi San o olhando com preocupação.

N/A

olaaaa, cheguei com mais um capítulo. Confesso que não gostei muito desse, mas é um drama necessario para o desenrolar da história. Espero muito que vocês estejam gostando, não esqueçam de curtir e comentar.
E uma pergunta: vocês preferem capítulos longos ou curto?

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⏰ Última atualização: Sep 10 ⏰

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Broken - alfa and ômegaOnde histórias criam vida. Descubra agora