01

97 4 0
                                    

Meu despertador tocou às 6h30, uma hora que parecia quase indesejada, mas necessária para começar o dia. Levantei da cama com um suspiro, tentando espantar o sono, e me vesti rapidamente com uma roupa de ginástica uma leggings e um top esportivo. A academia era a primeira parada do meu dia, uma rotina que eu seguia religiosamente. Coloquei o meu fone de ouvido, liguei minha playlist favorita e saí para a garagem.

Meu carro novo, um presente de aniversário recente, estava estacionado com o brilho da manhã refletindo em sua superfície. Acelerei até a academia, onde o tempo parecia voar enquanto eu me dedicava ao treino. A academia não era apenas um lugar para manter a forma; era uma forma de me sentir viva e cheia de energia.

Após o treino, voltei para casa, onde um cafe da manhã ja estava pronto para mim, depois de comer tomo um banho e coloco uma roupa confortável para o dia corrido, calço meu crocs de guerra e me preparo para ir pra faculdade. A rotina era bem estabelecida: um dia cheio de aulas teóricas seguidas de um turno prático no hospital.

Com meu carro novamente em movimento, fui para a faculdade, onde os cursos de medicina tomavam meu tempo até o meio da tarde. As aulas eram intensas, mas eu me sentia confortável com o conteúdo. A maior parte do meu foco estava em entender os aspectos práticos da medicina, já que meu pai frequentemente me lembrava da importância de me destacar e fazer a diferença, pois ele pagava caro na minha faculdade.

No final das aulas, por volta das 15h, dirigi até o hospital para o turno prático. O hospital era um contraste com a minha vida normal, não havia o luxo e o conforto que eu estava acostumada. A área prática era um campo de aprendizado constante, e eu sempre me sentia desafiada, mas animada. Pela experiência diferente

Hoje, no hospital, o dia prometia ser movimentado. Eu estava designada para um turno de acompanhamento, e o que parecia ser uma aula prática se transformava em uma oportunidade de aplicar o que havia aprendido em situações reais.

Enquanto me preparava para iniciar o turno, meu supervisor, Dr. Moreira, um médico experiente e respeitado, se aproximou para me orientar. Ele era conhecido por sua dedicação e por exigir o melhor de seus estagiários.

— Olá, Dr. Moreira. Tudo bem com o senhor?

Perguntei, tentando esconder minha ansiedade.

— Estou bem. Hoje, você irá ajudar nas recuperações dos pacientes.

Ele respondeu com um sorriso encorajador.
Conhecia o Dr. Moreira dês de pequena, ele é um grande amigo do meu pai e, por isso, conseguiu com que eu pudesse vir oferecer algum tipo de ajuda no hospital, para melhorar meu aprendizado.

O clima no hospital era agitado. Enfermeiros e médicos corriam de um lado para o outro, e eu estava pronta para absorver o máximo de conhecimento possível. Meu uniforme de estagiária era simples, mas funcional, e eu me sentia à vontade com ele, mesmo que não estivesse tão habituada à ausência de conforto.

O tempo passava rapidamente entre a observação dos procedimentos e a interação com os pacientes. A conexão humana, por mais difícil que fosse, estava se tornando uma parte essencial do meu aprendizado. Eu mantinha um olhar atento e um sorriso encorajador, tentando sempre absorver o máximo possível.

Enquanto o relógio marcava 19h, uma notícia chegou ao meu conhecimento: um novo paciente havia sido internado, e sua condição era crítica. Algo no tom urgente me fez sentir uma leve onda de antecipação. Fui informada de que este paciente, um policial do BOPE, estava prestes a passar por uma cirurgia. Eu sabia que meu turno seria mais exigente hoje.

Enquanto me preparava para a chegada do paciente e a realização dos procedimentos necessários, estava completamente alheia ao fato de que a vida de um capitão do BOPE, podia um dia -de certa forma- estar em minhas mãos.

Quando a equipe médica começou a se preparar para a cirurgia, eu estava posicionada para observar. O ambiente na sala de operação estava carregado de tensão e foco. Eu me posicionei de forma a ter uma visão clara dos procedimentos, anotando cada detalhe e absorvendo cada movimento dos cirurgiões. O Dr. Moreira, ao meu lado, fez questão de explicar cada etapa do processo, permitindo-me entender a lógica e a técnica por trás das ações.

O capitão do BOPE estava agora em uma unidade de recuperação, e a responsabilidade de observar sua recuperação era crucial para garantir que não houvesse complicação

Durante o período de recuperação, Caio,um colega do meu curso, se aproximou novamente. Ele estava visivelmente interessado em mim e comentou.

—Bom trabalho hoje. Se precisar de ajuda para lidar com a pressão desses turnos, não hesite em me chamar. Podemos compartilhar algumas dicas.

Agradeci com um sorriso cortês e, enquanto ele se afastava, percebi que sua atenção estava se tornando mais evidente. No entanto, eu estava focada na recuperação do paciente e em garantir que tudo corresse bem.

Hoje, mais do que nunca, eu sentia o peso e a responsabilidade de ser uma médica em formação. O aprendizado real estava acontecendo agora, na sala de recuperação e nos cuidados com o paciente, onde cada detalhe fazia diferença

SOL LOIROOnde histórias criam vida. Descubra agora