☆﹒-﹒Caderninho﹒⟢﹒📒

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    Ultimamente, os dias por aqui têm sido estressantes, com brigas constantes e as idiotices de Kingsley e Perrine na maior parte do tempo. A mente tem estado vazia e sem criatividade; tenho andado pelo campo, mas a única coisa que vejo é a grama amarela pós-outono. Os pássaros não têm aparecido, as árvores estão sem folhas e o céu nublado apresenta nuvens brancas que parecem ter gosto de lama.

    Eu me sento e apoio as costas na árvore enquanto olho seriamente para um pequeno caderno fechado, que roubei de Kingsley… Tenho certeza de que, se soubesse que roubei, exigiria o pagamento de dez grilos, mesmo que eu olhasse e visse o quanto as folhas estão amareladas e a capa cheia de marcas de arranhões. Encaro o caderno por minutos antes de abri-lo e soltar um suspiro,nada. Nada…Não consigo pensar em nada…Tudo ao meu redor está terrivelmente feio para eu imaginar algo bonito e…

— Tentando compor, Cole? — uma voz suave e gentil surge atrás de mim. Sinto meu coração acelerar sempre que escuto… é como a sinfonia da ternura, a cadência da serenidade, a harmonia da paixão. Cada entonação, cada inflexão é como um poema declamado ao vento, tocando as fibras mais íntimas da existência e despertando emoções profundas que se traduzem em suspiros e sorrisos. Oh… Clémentine.

    Eu não respondo, apenas lanço um olhar para Clémentine, cujos cachos loiros dançam em seu rosto por causa do vento suave do campo. Desvio o olhar logo em seguida para o caderno.

— O dia está muito feio para compor… — digo enquanto observo o caderno, e logo vejo ele sumindo da minha frente, agora nas mãos de Clémentine.

— O dia não precisa estar lindo para compor. — Clémentine sorri gentilmente e logo se senta ao meu lado, encostando a cabeça contra a árvore enquanto lança um olhar na minha direção.

    Sempre me sentia desconfigurado quando Clémentine se sentava tão perto, meu coração acelerava, e eu me encolhia, com as bochechas queimando suavemente, mas não o suficiente para que Clémentine percebesse.

— Você deveria fechar os olhos, como se fosse sonhar, mas sem dormir — disse Clémentine, e logo lancei um olhar confuso. — Podemos fazer o que quisermos na nossa mente, não é? Talvez devesse escrever algo mais feliz dessa vez. Pense em algo que, sempre que você pensa, te faz feliz.

    Eu olhava para Clémentine, droga… me perdi em meus pensamentos de novo e não ouvi nada do que disse. A única coisa que passava pela minha mente era como seria a sensação de tocar seus cachos; pareciam cheirosos e macios… Seria idiota dizer a você que quero tocar?

— Cole…? — Clémentine encarou Cole, que voltou com uma expressão confusa. — Eu entendi, já tenho uma ideia… — disse Cole, pegando o caderninho da mão de Clémentine e começando a escrever.

    Escrever algo que me faz sentir bem todos os dias… Eu olhei para Clémentine, que estava se inclinando tentando ver por cima do meu ombro o que eu estava escrevendo. — Não olha! — disse enquanto escondia o caderno, e logo senti meu rosto ficar totalmente envergonhado. — Desculpa! — Clémentine se afastou rapidamente, colocando os braços para cima em forma de rendição, e logo soltou uma risada suave.

— Não! Eu quis dizer… Desculpa, eu preciso de um tempo sozinho para pensar… — Minha mente estava se tornando uma bola de neve, cheia de sensações e sentimentos estranhos que eu não sabia o que significavam. Agora minha mão se movia rapidamente, escrevendo no pequeno caderno; minha mente estava, aos poucos, criando versos apaixonados e gentis. Clementine… talvez você realmente seja minha felicidade…?

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Linhas bambas dançam, deslizam no papel amarelado, 

Versos emergem, como sussurros de um amor guardado. 

Frases se entrelaçam, em um abraço silencioso, 
Tece um conjunto harmonioso, um laço precioso. 

No emaranhado de palavras, um eco do passado, 
Cada sílaba respira, um sentimento velado. 

Como se a tinta, com carinho, quisesse contar, 
Histórias de amores que aprenderam a esperar. 

♡﹒🐇・﹒Colentine | PT/BR﹒✦Onde histórias criam vida. Descubra agora