Nightmares - Um trauma para superar e um alguém para amar.

capítulo 1 - a culpa é minha?

Meus olhos estavam fechados e relaxados, meu nariz puxava o ar e soltava suavemente, minhas mãos agarradas ao travesseiro enquanto eu dormia e me entregava naquele maravilhoso silêncio, mas não foi por muito tempo. Pude ouvir gritarias logo pela manhã, qualquer um se assustaria , mas aquilo virou uma grande rotina para mim, então logo me remexi pela cama colocando o travesseiro em meus ouvidos e tentando apenas ignorar o que estava ocorrendo, mas os gritos estavam mais altos do que o normal, então  levantei de minha cama, meu sono tinha sido completamente levado embora.

Fui em direção a porta de meu quarto, puxei a pequena maçaneta lentamente para não fazer qualquer tipo de barulho, após isso, me dirigir a pequena escada que existia levando ao andar de baixo, me sentei em um degrau e comecei a prestar atenção no que havia ocorrido  dessa vez.

Eram meus pais, especificamente meu pai e aquela maldita mulher com quem ele se casou. Meus pais se divorciaram muito cedo, minha mãe tinha grandes planos , mas meu pai nunca a apoiou, muito pelo contrário, ele a diminuía  muito, ainda me lembro como se fosse ontem, dos dias que eu era apenas uma criança de apenas 10 anos desejando ter uma família normal, como a dos filmes, minha infância nunca foi algo tão fácil, confesso que já tive muita inveja das outras crianças por conta disso.

Foram essas pequenas lembranças que estavam na cabeça de Thomas até ele voltar para sua realidade novamente ao ouvir seu nome sendo citado ao meio das gritarias.

- Você realmente acha que eu sou obrigada a ter que conviver com Thomas? principalmente por ele fazer parte do seu antigo casamento! Era pra ser só eu e você James, droga !  — disse a mulher berrando para seu marido.

- Eu não quero ele aqui, não quero! Já o suportei demais, eu realmente quero uma família, mas que seja a NOSSA família. — A grande mulher dos cabelos escuros gritava, gritava e gritava em frustração.

Thomas apenas continuou ali no pequeno degrau da escada escutando cada palavra que era dita por aquela mulher. Sua madrasta o odiava muito , pelo simples fato dele ser filho de outra mulher.

Após alguns minutos de muita gritaria, o silêncio finalmente aconteceu, Thomas soltou um suspiro fundo de alívio e desceu o restante das escadas, seu pai estava em pé parado de frente o aguardando, o mesmo olhou para Thomas. Depois de alguns segundos de silêncio por parte de ambos, o homem suspirou e finalmente começou a falar.

- arrume suas malas, você vai ir morar com sua mãe. — disse o homem friamente, o mesmo parecia não se importa nenhum pouco.

- como é? — Thomas só conseguiu dizer isso, nada mais, o garoto sentiu uma leve pontada no peito ao ouvir isso de seu próprio pai, Thomas realmente ouviu certo? seu próprio pai iria trocar seu próprio filho por uma mulher maldita mulher? aquela merda toda era tão frustrante para Thomas.

- me perdoe. — foi apenas o que seu pai disse antes de se virar e sair, deixando Thomas ali sozinho.

Thomas ao ver seu pai se virar e sair, sentiu vontade de chorar , mas ele se conteve em segurar até a última gota daquelas malditas lágrimas, o garoto suspirou fundo e subiu de volta ao quarto, o mesmo se sentia tão afetado por ter tido aquela maldita conversa, mas ele sabia que não haveria um futuro ali em meio a tantas brigas, nem sequer um "eu te amo" ele ouvia mais de seu pai, ou até mesmo um "estou tão orgulhoso de você, meu filho. "

- Eu sou um tolo... — murmurou Thomas para si mesmo. Ele segurava tanto as lágrimas que ameaçavam a cair, até que um momento ele só aceitou e desabou ali mesmo, ele olhou para o lado de sua pequena mesa e estante e podia ver um pequeno porta retrato, era Thomas e sua mãe.

O garoto se levantou e foi em direção a pequena mesa, ele estendeu a mão e pegou no pequeno porta retrato e abraçou forte enquanto as lágrimas ainda escorriam de seus olhos.

- mãe, eu vou voltar... — ele disse em meio as lágrimas e soltou um sorriso.

- o papai não se importa mais comigo — disse ele baixinho enquanto olhava para o porta retrato. - tudo irá mudar agora, mãe. — disse ele ainda  sorrindo e logo em seguida, olhando para janela e depois para as malas.

Naquele momento Thomas não sabia, mas a vida dele mudaria para sempre depois disso.