9- JOGOS

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NO DIA seguinte à excursão da escola, Athena e Luna mataram aula para sua pequena viagem de compras, que acabou durando trinta e seis horas inteiras. Honestamente, Athena não tinha ideia de como haviam perdido tanto a noção do tempo. Luna continuava sugerindo lugares para irem, e elas iam, rindo juntas. Começaram o dia fazendo compras em dois shoppings diferentes e depois foram comer - um leão da montanha estava no cardápio naquela noite. Então, decidiram ir a uma boate sem nenhum motivo, além de ser algo que ambas queriam fazer. Athena tinha um pequeno problema: a falta de identidade, mas isso foi rapidamente resolvido - graças a Luna. Ela encantou o segurança, e ele as deixou entrar, contanto que ela prometesse não beber nada. Se ela fosse humana, essa regra teria sido quebrada assim que entraram pelas portas. Elas dançaram ao som de música alta, rindo a maior parte do tempo, e espantaram caras estranhos com um único olhar ameaçador. Elas saíram da boate depois de algumas horas, eventualmente ficando entediadas e optaram por andar pela cidade - levando mulheres bêbadas para casa para garantir que chegassem em segurança. Por volta das três da tarde do dia seguinte, voltaram para Forks e Luna a deixou antes de acelerar pela estrada. Athena não se divertia tanto há muito tempo.

No dia seguinte, após uma visita surpresa de Jasper, Alice e Luna apareceram na porta dela para passar um tempo juntas, como haviam planejado no grupo de mensagens há apenas dez minutos. Rosalie foi convidada, mas escolheu ficar em casa, provavelmente com Emmett. Elas conversaram por horas, rindo de vários filmes que conseguiram assistir em velocidade duas vezes maior. Outra vantagem do estilo de vida vampírico.

"Sinto falta do álcool," Luna murmurou, enquanto olhava para o teto, deitada no sofá de Athena.

"Eu também," Athena suspirou enquanto ouvia a música suave que tocava durante os créditos do filme que acabaram de assistir.

Alice se virou para Athena, com a sobrancelha levantada de curiosidade. "Você chegou a beber?"

"Eu vi muitas pessoas intoxicadas, parecia tão divertido e livre," ela suspirou, desejando ter experimentado isso pelo menos uma vez. Elas podiam beber álcool, mas teriam que vomitar depois de um jeito nada glamoroso, além de que o efeito era muito pequeno.

"Bem, eu sim," Luna respondeu suavemente, relembrando seus dias de humana. "O que eu daria para poder beber cerveja novamente," ela suspirou e o silêncio tomou conta do grupo por alguns momentos. "Também sinto falta de chorar," Luna continuou de repente, captando a atenção das outras vampiras, que se sentaram para olhar diretamente para ela.

"Isso tomou um rumo sombrio," Alice respondeu suavemente, com os olhos cheios de preocupação, mas com um tom levemente divertido na voz.

"Estou falando sério. Não há nada como liberar todas as suas emoções através das lágrimas," Luna respondeu, mantendo o olhar fixo no teto enquanto suspirava profundamente.

Athena ergueu uma sobrancelha em confusão. "Então, as emoções não ficam apenas fervendo em algum lugar na sua cabeça para sempre como humana?"

"Não," ela riu. "Chorar é terapêutico."

"Eu só jogo pedras em árvores ou morros, às vezes pedras grandes se estão por perto," ela deu de ombros, pensando que era o que a maioria das pessoas fazia para resolver o tipo de dor onde você só quer gritar. Alice e Luna riram, imaginando a cena. "É muito catártico!"

O silêncio tomou conta delas à medida que a risada foi diminuindo. Athena ouviu as folhas roçando nas janelas do segundo andar. O som a incomodava imensamente, e ela quase queria subir na árvore agora e resolver a situação. Então, quando seu olhar passou por um armário marrom fechado que ela não pensava desde que se mudou, uma ideia surgiu em sua mente. "Alguém quer jogar monopólio?"

"Sim!" Luna exclamou instantaneamente, sorrindo amplamente. Athena riu e abriu o pequeno armário com jogos que havia colecionado ao longo dos anos - tendo jogado com as crianças que costumava cuidar na Escócia.

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"Nunca pensei que veria o dia em que Alice Cullen estaria na cadeia!" Athena exclamou, enquanto Alice movia seu peão para a prisão laranja no canto do tabuleiro.

"Você está indo à falência," Alice respondeu com um olhar penetrante, estreitando os olhos para ela.

Athena fez uma careta, suspirando suavemente enquanto olhava para as poucas notas azuis que ainda tinha em sua posse. "Golpe baixo."

"E eu estou nadando em dinheiro!" Luna exclamou de felicidade, jogando suas notas de todas as cores enquanto as balançava em suas mãos. Ela riu, e Athena e Alice se entreolharam, tendo uma conversa através dos movimentos de seus olhos. Em segundos, elas pegaram toda a coleção de dinheiro de Luna, misturando-a com as poucas notas que ainda restavam no banco. "Ladrões!"

"Desculpa?" Alice perguntou, olhando para Luna com uma falsa preocupação.

"Vocês são ladras!" ela ecoou, gesticulando para sua soma reduzida de dinheiro que costumava cobrir seu lado do tabuleiro.

"Eu não sei do que você está falando," Athena respondeu, reprimindo a vontade de rir. Ela se virou para Alice, com os olhos cheios de uma falsa perplexidade. "Alice? Alguma ideia?"

"Não, nenhuma," Alice respondeu, rindo suavemente enquanto Luna ficava mais irritada a cada segundo.

"Eu não gosto de vocês duas," ela murmurou, puro veneno entre as palavras. Segundos depois, ela virou o tabuleiro com tanta força que os oito hotéis e vinte casas - que elas passaram a última hora conquistando - voaram em todas as direções. Algumas bateram nas janelas, pousando com tanta força que Athena temeu que o vidro se quebrasse, outras na cozinha, e outras espalharam-se pelo sofá e duas cadeiras que cercavam sua mesa de centro na sala de estar. Logo, a risada irrompeu entre as três, durando enquanto Luna retirava as pequenas casas do topo do cabelo de Alice.

"Eu ia sugerir que jogássemos Jenga a seguir, mas com essa reação, não acho que seja sensato," ela riu, recolhendo os pedaços quebrados de um vaso de planta estilhaçado. "Gostaria de manter minha casa intacta," ela continuou, batendo no vidro da janela mais próxima para ter certeza de que não iria quebrar por causa da chuva. Danos causados pela água eram a pior coisa que poderia acontecer à sua casa, dado todos os livros que ela guardava tão carinhosamente. Assim que começaram a guardar o tabuleiro, certificando-se de pegar todas as peças, o telefone de Athena começou a tocar. Em segundos, ela o encontrou enterrado debaixo do travesseiro e imediatamente ficou preocupada ao ver quem estava ligando. Billy não costumava usar o telefone. Ela atendeu e rapidamente pressionou-o contra o ouvido. "O que está acontecendo?"

"Jacob ainda não voltou para casa." Ela podia ouvir a preocupação na voz dele e seus pensamentos através do telefone.

"Qual é o horário de recolher?"

"Onze horas, já que é uma noite de escola."

"Que horas são?" ela franziu a testa, perguntando-se por que não tinha um relógio na sala de estar.

"Uma da manhã."

"Vou procurá-lo."

"Obrigado."

"Te aviso quando o encontrar."

"Eu te devo uma."

Ela riu suavemente. "Não, você não deve."

E com isso, ela correu para a floresta - tentando capturar um cheiro que reconhecesse como sendo de Jacob enquanto corria pela cidade. À uma e dez da manhã, ela o encontrou desmaiado no porão de um dos amigos dele. Ela garantiu que ele estava seguro o suficiente, deu uma rápida olhada na casa para verificar sinais imediatos de perigo e foi embora, ligando para Billy logo em seguida para que ele soubesse onde ele estava e parasse de se preocupar que algo terrível tivesse acontecido.

Writer in the Dark - J. HALEOnde histórias criam vida. Descubra agora