11 - PÔR DO SOL

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A BUSCA por Vampiros não teve o menor resultado, além de um leve cheiro que pairava na área dos barcos. Athena voltou para casa nas primeiras horas da manhã, após verificar se Billy e Jake estavam bem. Ela subiu as escadas, desejando pela primeira vez desde que voltou a Forks que tivesse a capacidade de dormir. Todo o seu ser estava pesado e parecia exigir um esforço extremo para que ela se movesse de qualquer maneira. Mas ela não podia dormir - pelo menos, não no sentido tradicional da palavra. Athena preparou um banho e, enquanto se afundava na água, entrou em um estado de meditação que ela chamava de "sono falso". Ela simplesmente deixava sua mente ficar quieta, bloqueando todos os sons do mundo exterior que perfuravam seu crânio.

Quando finalmente saiu do banho, a rara luz do sol brilhava através da janela do banheiro - iluminando sua pele com os brilhos que ela não via há algum tempo. Athena sorriu suavemente enquanto girava sua mão na luz, observando o brilho dançar em sua palma. Como não podia ir à escola, Athena planejou um dia inteiro em frente à televisão com seus livros. O botão de reiniciar perfeito.

Athena estava na metade do segundo filme do dia quando uma batida frenética soou em sua porta. Ela não ouviu a pessoa se aproximar e presumiu que era um vampiro, querendo sair do sol o mais rápido possível. Ela pulou do sofá e correu para a porta, abrindo-a para deixar quem quer que fosse entrar sem pensar duas vezes. Jasper, que estava meio escondido atrás da manga da jaqueta, entrou em sua casa e ela logo fechou a porta, não querendo que as pessoas que passeavam do lado de fora vissem os dois.

"Bom dia," ela sorriu suavemente, voltando para o sofá para pausar o filme no qual estava concentrada nos últimos quarenta minutos.

"Tenho algo para te mostrar," Jasper respondeu, tentando decifrar a mistura de emoções que o engoliu por completo ao passar pela porta. Havia tantas que nem ele conseguia entender o que estava passando pela cabeça dela.

"Direto ao ponto, adoro isso," ela riu e puxou as botas para os pés, devagar, para que as meias não se enrugassem na parte de baixo. Jasper apenas riu, sua mente em outro lugar enquanto ela desligava o abajur que estava ao lado de sua cabeça. Jasper caminhou até a porta dos fundos da casa e a abriu, indicando que ela deveria sair primeiro. "Hale, se você está prestes a me matar, saiba que não vou cair facilmente," ela falou seriamente, ligeiramente preocupada com a seriedade em seus olhos. Essa seriedade escondida se desfez quando ele sorriu, lutando para não dizer uma palavra enquanto ela saía de casa - a luz do sol começando a brilhar em sua bochecha.

Felizmente, a porta dava para a floresta, para que eles pudessem correr sem o risco de serem vistos. Athena seguiu Jasper pela floresta, sorrindo o tempo todo. O sol apenas enfatizava a magia das árvores e todas as flores que cobriam o chão da floresta. Parecia mais feliz à luz do sol. Ela o seguiu por quilômetros, conversando com ele o tempo todo até que o silêncio caiu sobre eles no topo de uma colina rochosa. Ela pensou que as pedras tornariam a área inabitável, mas aparentemente não era o caso. Um riacho lento dividia a área gramada ao meio, separando um lado cheio de flores e abelhas zumbindo. O outro lado tinha arbustos densamente compactados espalhados pela maior parte do terreno; duas árvores estavam de pé nesse lado - uma tinha um balanço de corda preso a ela e a outra pairava sobre a maior parte da vida selvagem, criando uma sombra que as escondia do sol. Athena suspirou involuntariamente ao observar os arredores, sem acreditar que algo tão absolutamente bonito pudesse ter passado despercebido por tanto tempo.

"Como você encontrou isso?" ela perguntou em voz baixa enquanto caminhava pela vegetação, admirando as várias flores que povoavam o entorno.

"Em uma caminhada," ele respondeu com uma leve risada, referindo-se a uma de suas primeiras conversas a sós. Ele sorriu ao perceber que a felicidade dela atingia um nível que ele nunca tinha sentido antes. Uma borboleta pousou em seu ombro e começou a descer por seu braço; ela observou a borboleta viajar por todo o caminho até sua mão e sorriu enquanto ela caminhava pela superfície fria de seu dedo anelar. Athena suspirou suavemente quando a borboleta voou, pousando em algum lugar entre as árvores. Ela se dirigiu ao balanço de pneu, deslizando nele com facilidade. Ela balançava para frente e para trás, apreciando como o balanço passava por cima da borda do penhasco, oferecendo a melhor vista de toda a floresta sob seus pés. Jasper se sentou em uma das pedras lisas perto da borda do balanço de pneu e apenas ouviu sua risada, sentindo a completa felicidade que irradiava dela sem precisar usar seu dom.

Writer in the Dark - J. HALEOnde histórias criam vida. Descubra agora