Capítulo 10 - Nascer do sol

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Fourth Nattawat pov

O som da música ainda ecoava distante no campus, mas eu não conseguia ouvir nada além do batimento frenético do meu coração. O beijo. Gemini. Eu... beijei Gemini. A cena se repetia na minha cabeça como um filme que não parava de rodar. Meus lábios ainda formigavam, e o gosto dele era uma lembrança impossível de ignorar. Mas por que eu fiz algo tão estúpido?

Eu sempre pensei que era hetero. Será que não sou? Nunca tinha olhado para um homem desse jeito. Mas com Gemini... era diferente. Desde o início, ele me intrigava com seu jeito reservado e sua calma, que, de alguma forma, me atraía. Mas nada disso fazia sentido agora. O beijo tinha sido tão rápido, e ainda assim parecia que o mundo tinha parado por alguns segundos.

Eu me afastei logo depois que aconteceu. Gemini também pareceu hesitar. Nossos olhos se encontraram por um breve momento, e por um segundo, pensei ter visto o mesmo choque em seu olhar. A mesma confusão que me dominava. O ar ao nosso redor parecia pesado, como se algo invisível estivesse pressionando contra nós dois, tornando impossível continuar ali.

A realidade me atingiu de uma vez. O que eu tinha feito? Por que fiz isso?

Meu corpo reagiu antes que minha mente pudesse processar. Eu recuei, o coração acelerado. A vergonha e o medo se misturaram, formando um nó apertado em minha garganta. O calor subiu ao meu rosto e, sem dizer nada, me virei e saí correndo. Eu não podia continuar lá. Não conseguia encarar o que tinha acabado de acontecer.

Corri sem saber para onde estava indo. Cada passo me distanciava daquela confusão, mas minha mente permanecia um caos completo. 'Você é hetero. Isso não pode ser real, só foi um pequeno deslize', eu tentava me convencer. Mas minha mente me traía com lembranças de todas as vezes que meus olhos procuravam por Gemini, de como eu me sentia bem ao lado dele. Quando foi que isso começou?

Parei por um momento, sem fôlego, e olhei ao redor. Vi Phuwin um pouco à frente, conversando com Pond. Parte de mim queria ir até ele, contar o que tinha acabado de acontecer, pedir ajuda para entender essa bagunça em que minha cabeça se transformou. Mas, ao ver os dois conversando, algo me impediu. Phuwin parecia genuinamente confortável. Ele e Pond estavam em um momento só deles. Eu não podia simplesmente interromper. Não queria que me vissem assim, tão perdido.

Engoli em seco e dei meia volta. A sensação de isolamento me envolveu como uma névoa pesada. Normalmente, eu correria até Phuwin com qualquer problema, mas dessa vez... era diferente. Eu mesmo não entendia o que estava acontecendo. Como eu poderia explicar isso a ele?

Caminhei em direção ao estacionamento, apenas o som dos meus passos no vazio da noite. Minha mente continuava a girar. O que aquilo significava? Eu gostava de Gemini? Isso explicava o nervosismo que sentia perto dele? Não. Eu não podia gostar de homens ou podia? Minha cabeça doía de tantas perguntas sem respostas. Tudo isso era novo e assustador.

Subi em minha moto, ainda tremendo. Coloquei o capacete e acelerei, tentando ignorar o turbilhão de emoções que me consumia. A estrada à minha frente estava vazia, como se o mundo tivesse parado para me dar um tempo para pensar. Mas pensar era a última coisa que eu queria. Eu queria fugir. Correr para o mais longe possível daquele beijo. Era uma noite agradável em Phuket, o céu limpo e o vento batendo em mim. Decidi passar pela praia para clarear a mente.

Enquanto dirigia pela estrada costeira, o som do motor da moto era o único barulho em meus ouvidos, me afastando de tudo, exceto do meu confronto interno. Cheguei à praia, estacionei a moto e caminhei lentamente em direção à areia. O mar parecia tão calmo, o completo oposto do turbilhão que estava passando dentro de mim. Eu me sentei ali, observando as ondas quebrando na areia, tentando encontrar alguma paz.

When Sparks Fly [PondPhuwin, GeminiFourth]Onde histórias criam vida. Descubra agora