Determinação e Desafios

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Um novo dia começou a despontar no horizonte, trazendo consigo a luz suave da manhã. Moly, que havia passado a noite em claro, imersa em pensamentos sobre a série de acontecimentos que a cercavam, levantou-se de maneira apressada. Com um misto de ansiedade e determinação, ela realizou sua higiene matinal, preparando-se para a execução de seu audacioso plano. Disfarçada com uma nova aparência, parecia ter se transformado em uma pessoa completamente diferente. Ao entrar no táxi com suas pertenças, proclamou em voz alta, com um brilho nos olhos: "Victor, você vai mudar e se apaixonar por mim."

Em contraste com a determinação de Moly, Victor foi deixado em frente à sua casa por seus amigos, apresentando uma cena lamentável. Ele estava claramente embriagado, lutando contra os efeitos de uma ressaca pesada, o que criava um quadro triste e preocupante.

Assim que Moly desceu do táxi, seus olhos se depararam com a situação à sua frente: os amigos de Victor se afastavam em um carro, deixando-o caído desamparado na porta de sua casa. Um dos amigos, gritou: "Cuide-se, Victor!" Ao testemunhar essa situação embaraçosa, Moly não conseguiu se conter e murmurou, imitando o tom dos amigos de Victor: "Cuide-se, Victor! Veja em que estado seus amigos te deixaram." Ao se aproximar dele, Moly ouviu Victor, que, ao notar sua presença, disse: "Você é a Lorena, a nova empregada. Por favor, me ajude a entrar em casa."

Moly suspirou profundamente, sentindo um turbilhão de emoções, e internalizou: "Não posso acreditar que tenho sentimentos por esse homem." Com uma determinação renovada, ela agarrou os braços de Victor, ajudando-o a se levantar e apoiando-o ao redor de suas costas. Com um esforço considerável, Moly começou a arrastá-lo, enquanto comentava: "Você realmente tem amigos maravilhosos; te deixaram jogado na porta de casa e nem se preocuparam em te ajudar a entrar."

Indignado com a crítica que vinha da própria empregada, Victor respondeu, com um tom de desdém: "Não se meta na minha vida; você é apenas uma empregada!" A tensão entre os dois, marcada pela diferença de suas posições, pairava no ar, enquanto Moly lutava para equilibrar seus sentimentos e a realidade que os cercava.

Moly, ao ouvir as palavras hostis proferidas por Victor, sentiu uma onda avassaladora de nervosismo dominar seu ser. Em resposta, com um tom firme, declarou: "Eu sou apenas a empregada, não a sua babá." Com essas palavras, ela o soltou de seu aperto, fazendo com que ele caísse desajeitadamente no chão.

Victor, tomado pela indignação diante da afirmação de Moly, exclamou com raiva: "Você não deveria ter agido dessa forma; vou te demitir!" Sua voz transbordava de desprezo, como se a situação fosse insuportável.

Sem se deixar abalar, Moly levantou o dedo do meio em um gesto de desprezo e desafiou: "Vai em frente." Em seguida, virou-se e, com passos firmes, entrou na casa, ainda sentindo a indignação borbulhar dentro dela.

"Volte aqui, Lorena, sua empregada atrevida!" bradou Victor, observando Moly se afastar sem sequer olhar para trás. Ele se sentia frustrado por não ter a atenção dela, enquanto refletia: "Nunca mais vou beber tanto; mal consigo me levantar e permanecer em pé," lamentou-se, reconhecendo sua própria fraqueza naquele momento.

Moly, ao entrar no quarto que seria seu refúgio, começou a organizar suas coisas, sua mente fervilhando com a recente discussão. Indignada com a situação que a levou a cruzar caminhos com Victor, questionou-se: "O que eu fiz para me apaixonar por aquele homem tão insensível?" Uma dúvida profunda a assaltou: "Vale realmente a pena persistir nesse plano?" No entanto, por mais desafiadora que fosse a circunstância, Moly não era do tipo que se deixava abater facilmente. Determinada, ela sabia que lutaria pelo que desejava, independentemente das adversidades.

Moly dedicou um tempo para organizar suas coisas no quarto que a receberia durante sua estadia como empregada. Antes de deixar o recinto em busca de Linda, ela parou diante do espelho e, com um olhar determinado, murmurou para si mesma: "Moly, você é capaz."

Com essa breve autoconfiança, Moly dirigiu-se ao quarto de sua amiga e bateu na porta, esperando uma resposta. Entretanto, o silêncio que se seguiu indicou que Linda ainda não havia despertado. Sem se deixar abalar, Moly pegou seu telefone e enviou uma mensagem: "Amiga, você está acordada?" Contudo, a ausência de resposta confirmou o que Moly já suspeitava: Linda ainda estava em um sono profundo.

Sentindo-se um pouco desorientada e sem saber qual caminho seguir, Moly se viu em um dilema. Sua amiga, que normalmente a guiava e apoiava, estava indisponível naquele momento. "O que eu vou fazer agora?", questionou-se em voz alta, sua frustração crescendo. "Ah, não! Eu não posso acreditar que estou prestes a ajudar o Victor", exclamou Moly, uma mistura de incredulidade e preocupação em sua voz.

Ela sabia que não poderia simplesmente deixá-lo em uma situação complicada. Embora se tratasse de um momento extremamente desconfortável e desafiador, Moly percebeu que seu amor por Victor ardia em seu coração. Ela compreendia que, ao estender a mão para ajudá-lo, ele poderia começar a vê-la mais como Lorena, a empregada, do que como Moly, a herdeira mais rica do país. Essa ideia a incomodava profundamente, mas sua lealdade ao que sentia por ele a impulsionava a agir, mesmo que isso significasse enfrentar seus próprios medos e inseguranças.

Quando Moly voltou, encontrou Víctor ainda prostrado no mesmo lugar onde o deixara, completamente caído. Com uma mistura de preocupação e determinação, ela não hesitou em dar um tapa em seu rosto e gritar: "Senhor Víctor, é hora de acordar!"

Após alguns momentos, ele, com os olhos levemente inchados devido ao cansaço e ao sono profundo, conseguiu abrir os olhos e, em um tom meio irônico, perguntou: "Está com medo de ser demitida, não é?"

Moly respondeu, com uma pitada de exasperação na voz: "Você realmente não muda nunca, não é? Vai continuar me ameaçando ou finalmente vai precisar da minha ajuda?"

"Por favor, me leve para casa!" implorou Víctor, quase desmaiando de fraqueza.

Moly percebeu que não tinha força suficiente para levantá-lo e carregá-lo em seus braços. "Se ao menos ele estivesse acordado e cooperasse, tudo seria muito mais fácil," pensou, sentindo-se angustiada com a situação. Assim, decidiu que a única solução seria arrastá-lo pelos braços, pois essa era a única maneira que encontrava de levá-lo para dentro de casa, onde ele poderia descansar e se recuperar.

"Amor em Disfarce: O Jogo do Coração de Moly Russell"Onde histórias criam vida. Descubra agora