12 | Matar.

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⤿ CASA DOS HARRINGTON 30/10/1984

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⤿ CASA DOS HARRINGTON
30/10/1984

𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗘𝗜 𝗔 𝗠𝗔ÇÃ Á 𝗠𝗜𝗡𝗛𝗔 𝗙𝗥𝗘𝗡𝗧𝗘 com a ânsia presa na garganta. Nos últimos meses, minha maior dificuldade tem sido manter uma vida normal. Falo isso em relação à alimentação saudável, à vida social e a tantas outras coisas. Na verdade, nunca foi fácil.

Quando eu não estava fumando ou ouvindo música, estava dormindo. Mas não por vontade própria; a insônia parecia querer ser minha companheira neste ano todo. Sempre estava dopada, com olheiras profundas dominando meus olhos, e a preocupação de quem estava por perto era evidente.

E quando falo de quem estava por perto, refiro-me apenas a Hopper e Steve. Mais precisamente, ao Steve. Hopper se afastou, e desta vez, eu não sei o que fiz de errado ou por que ele se distanciou. Quase nunca o via.

E Jonathan? O afastei durante todo o ano. Sempre que ele se aproximava, eu me retraía. Sempre que vinha com preocupações, eu o ignorava. Não porque estivesse com raiva, mas porque sou estúpida, eu acho. As palavras simplesmente não saíam. Não conseguia contar para ninguém sobre tudo o que aconteceu naquela semana maluca. Jonathan queria me ajudar, mas eu não sabia como aceitar ajuda, então me afastei. Isso era o que eu sabia fazer de melhor.

Nunca consegui explicar como me sentia neste mundo. Nunca falei com ninguém sobre minhas visões, as constantes crises de ansiedade, as falas da minha mãe que rondavam minha mente e transformaram a cicatriz horrível na minha barriga em uma insegurança, sobre como aquela semana de terror me traumatizou, e principalmente, como eu sentia falta da El.

Meus pensamentos me diziam que eu estava sempre me vitimizando. Como se qualquer dor no mundo fosse maior que a minha, a tornando insignificante.

A única coisa boa que aconteceu nesse quase um ano foi a reaproximação com meu irmão. O sentimento claro era de saudade - saudade de tê-lo por perto - e acho que isso era recíproco. O que facilitou foi ele ter se afastado daqueles babacas e deixado de ser um deles também.

E minha amizade com Nancy? Bom, se é que posso chamar assim. Eu me afastei da princesa de Hawkins. Quase como se também fosse culpada. A única coisa que nos unia era o fato de ela ainda namorar meu irmão; se não fosse isso, estaríamos como sempre: desconhecidas.

🎧 | 𝐀 𝐎𝐔𝐓𝐑𝐀 𝐇𝐀𝐑𝐑𝐈𝐍𝐆𝐓𝐎𝐍, robin buckleyOnde histórias criam vida. Descubra agora