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Quando acordei minha cabeça parecia que ia explodir. Minha mãos não estavam mais acorrentadas, toquei o topo do meu couro cabeludo e senti o sangue seco e a região dolorida.Minha garganta estava seca e meu estômago estava vazio. Abri os olhos devagar para me acostumar com a luz fraca que irritava minha visão; olhei em volta e percebi que estava em um tipo de sala no mínimo claustrofóbica, as paredes indicavam que um dia já foram brancas mas com o tempo a pintura envelheceu dando um aspecto de abandonado e mal cuidado.
A luz piscou e vi a lâmpada, que era segurada por um fio de energia, oscilar fracamente ameaçando apagar.
Olhei ao redor sendo tomado pela confusão e me apoiei no colchonete com cheiro suspeito no qual estava deitado. Além do colchonete encontrei um tipo de saco perto dos meus pés, com as mãos trêmulas eu abri e encontrei quatro garrafas de água, uma muda de roupa, um par de sapatos velhos e uma caixa de fósforos.
Um pouco desesperado eu tomei uma das garrafas em poucos goles me arrependendo um pouco por causa da sensação de estômago pesado. Esperei a sensação passar e peguei a bolsa improvisada amarrando-a no pulso. Caminhei até a porta já bem desgastada e cheia de ferrugem e a forcei.
É claro que estava trancada, óbvio.
Caminhei um pouco hesitante e minha pele pinicou. A roupa que me vestiram era um tipo de uniforme todo cinza, a camisa era um número maior que o meu e a calça também, fazendo com que dobrasse a barra dela. O tecido não parecia ser um que usam para fazer roupas, era áspero e parecia que iria se despedaçar ao toque. Era bem desconfortável e poderia ser facilmente comparado com um saco de batata e para piorar me pinicava dolorosamente. O calçado era preto sem cadarços e nem nada que me deixasse seguro para andar.
Escutei o barulho de tranca do lado externo da porta e me encolhi na parede querendo me fundir e nunca ser encontrado. A porta foi aberta com um rangido alto e um guarda apareceu. Não era o gordo, era um homem alto e forte, seu cabelo era raspado no estilo militar e ele estava com a roupa do exército americano.
- Levante-se. - me movi dessa vez com muito cuidado.
Ele se aproximou em passos ordenados, como uma marcha, e tirou uma algema do bolso do uniforme.
- Não fale nada e não se mexa se eu não ordenar que o faça. Entendido? - ele apertou as algemas fazendo com que a dor que havia sentido voltasse, assenti freneticamente e abaixei a minha cabeça olhando para o chão.
Fui levado para fora da sala e desejei nunca ter saído dela. O corredor que atravessamos era assustador. A pintura estava velha e escura, haviam várias portas iguais a da minha sala. Todas enferrujadas, como se há séculos ninguém se importasse.
Assustador. Sim, aquele lugar era assustador.
O soldado me levou para uma sala maior, dessa vez ela era limpa. As luzes também eram brancas, comecei a odiar o branco. Me lembrava a doença, morte.
O soldado tirou as algemas e percebi que havia outra porta, uma muito maior. Parecia ter uns três metros e ser bem resistente. O soldado se aproximou e abriu um painel que estava escondido atrás da parede. Com alguns toques a porta foi aberta dando visão a um corredor imenso e mal iluminado, no entanto ele não parecia ter fim.
- O que você vai fazer? Me matar?
Ele não respondeu. O medo tentava tomar conta da minha mente e eu só queria que tudo não passasse de um sonho ruim.
Me apoiei na parede e fiquei parado tentando não surtar. Meus pensamentos estavam em desordem me deixando com mais medo.
Eu devo ter demorado muito pois o brutamontes bufou impaciente e agarrou o meu braço me empurrando para a porta. Gritei para que me soltasse e me deixasse ir mas fui calado com a sua outra mão livre que pegou meu pescoço.
Ele apertou e fiquei sem ar, cada vez mais me aproximava da porta. Fui empurrado caindo de bruços. Olhei para trás e antes que pudesse tentar fugir a porta foi fechada me deixando no escuro.
Sozinho.
A única coisa que ouvia era a minha respiração e o meu coração martelando no meu peito. Tateei o chão de pedra procurando apoio e apertei a mochila em meu peito.
Minhas pernas tremiam incessantemente, em passos lentos eu caminhei pelo corredor sentindo meu coração falhar uma batida toda vez que dava um passo e percebia que a luz estava ficando mais fraca; foi assim até que mergulhei no breu.
Ás cegas tentei encontrar a caixinha que vi momentos antes. Estava quase entrando em desespero quando meus dedos tocaram no que procurava. No fundo encontrei a caixinha quadrada.
- Graças a Deus.- eram os fósforos.
Consegui acender um e vi o quanto estava tremendo. Iluminei a caixinha e vi que não me restavam muitos.
- Seis, preciso economizar.- murmurei.
Amarrei o saco de roupas e comecei a caminhada. O fósforo não iluminava muita coisa mas era o suficiente para ver que eu estava em mais um corredor.
Senti o calor das chamas esquentarem as pontas dos meus dedos. Lá se foi o primeiro fósforo.
Acendi mais um, agora andando mais rápido. Parecia não ter fim, quanto mais andava mais longo parecia. Me assustava com meus próprios passos e comecei a ouvir barulhos desconhecidos, com certeza criação da minha mente assustada.
Parei quando saí do corredor e entrei em um tipo de gruta.
- Mas o que diabos-
Encontrei quatro entradas, na verdade era rodeado de entrada. Do dois lados da que estava haviam mais cinco, e contei mais outras cinco na minha frente. No entanto, a maioria estava fechada com pedaços de madeira e arame restando apenas três logo na minha frente.
Fiquei parado por muito tempo. Apavorado. Até que o fósforo estivesse queimando meus dedos.
Acendi mais um e tentei decidir o que fazer. Eu poderia voltar e encontrar aquela porta trancada. Ou poderia ir na sorte e entrar em uma dessas que encontrei. Mas qual?
Espera... É isso!
Quando meu pai não era um bêbado, ele passava muito tempo comigo, seu passatempo favorito era cavalgar; nós passávamos hora e mais horas em meio aos cavalos selvagens. Mas montá-los não era a minha parte favorita, mas sim ouvir a chegada da cavalaria. Os belos Mustangs trotando com toda a sua beleza. Meu pai e eu ficávamos deitados no chão com as orelhas coladas no solo esperando o momento em que os sons dos trotes se propagassem. Parece algo inútil, mas ele e eu passávamos o dia inteiro deitados no chão de terra escutando os barulhos para então correr até os cavalos.
Acho que isso serve para encontrar o caminho. Pelo menos eu acho que sim.
Ajoelhei e acendi mais um fósforo, eu estava ficando sem, tinha que ser rápido. Eu estava bem no centro da gruta, encostei minha orelha no chão e fechei os olhos me concentrando.
Ainda agachado no chão fui me aproximando de cada entrada, não sei quanto tempo fiquei assim, mas em uma delas escutei vibrações.
Levantei minha cabeça e olhei para a entrada, deve ser essa; tem que ser essa. Já usei quantos fósforos? Quatro? Agora é tudo ou nada.
Então a atravessei, dessa vez com passos cautelosos. Andei pelo o que pareceram horas, estava no último fósforo; então ele se apagou.
- Merda. Não, não, não.- toquei na caixinha e me deseperei quando percebi que estava sem.
Repirei tentando controlar meu desespero. Tateei a parede de pedra e caminhei lentamente tomando cuidado para que não caísse. Senti embaixo dos meu pés o chão se inclinar à medida que andava mais.
Eu estava descendo.
Continuei descendo mais e mais. Se lá na superfície o calor já era alto, aqui era insuportável. Eu estava suando muito e o meu cabelo estava pingando.
O chão parou de se inclinar e vi uma luz. Apertei os olhos para ver melhor e vi que era uma saída.
Andei mais rápido e a atravessei.
Quase chorei quando minha mente raciocinou tudo o que estava na minha frente.
Não era uma saída.
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Aprisionado |• DRM Jkk vrs
Historia Corta[ FINALIZADA] Jimin fez aquilo para proteger a sua irmã. Ele não teve culpa. Mas ninguém o ouviu. Levado para o meio do deserto do Arizona, Jimin é colocado em uma "prisão" subterrânea. Agora ele terá que se proteger dos monstros que governam aquele...