capítulo 36

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- Tem uma lanchonete aqui do lado, nos encontramos lá mais tarde?- Soobin sugeriu e todos nós concordamos, todos estavam cansados e o relógio marcava quatro da manhã. Eu já estava sonhando acordado com a cama do hotel na beira da estrada que encontramos.

Jeon já estava com a chave do nosso quarto e eu praticamente fui carregado até lá, antes mesmo do meu corpo tocar no colchão eu já estava em um sono profundo e sem sonhos.

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Quando acordei Jeon já não estava do meu lado, o chuveiro estava ligado e relógio marcava quase meio dia. Me levantei com os olhos ainda fechados de sono e caminhei até o banheiro tentando não tropeçar em nada.

Felizmente a porta não estava trancada, escovei meus dentes ainda lutando contra o sono e tirei as roupas antes de abrir o box, quando o abri escutei a risada do tatuado.

- Isso tudo é sono, princesa?- resmunguei um xingamento e senti sua mão molhada na minha bochecha.- Eu sei um jeito incrível de tirar esse sono de você.

- Seu pervertido.- abri os olhos e encontrei um lindo sorriso sacana moldando aquela boca gostosa.

Ele não disse nada, ambas as suas mãos foram para a minha cintura e me puxaram para debaixo da água morna. Resmunguei mais um pouco e encostei a minha cabeça em seu peito enquanto Jeon passava sabão pelo meu corpo.

- Eu já disse que te amo?- sorri e neguei me apertando mais contra seu corpo.

- Não hoje.- beijei seu peito e finalmente abri totalmente os olhos para encará-lo.

- Mas que falha a minha.- seus lábios rasparam os meus e bufei quando o beijo foi na ponta do meu nariz.- Eu te amo muito.

- Eu te amo.- e finalmente nos beijamos.

Foi calmo, nós não estávamos com pressa, o risco de sermos atacados não existia mais. Ali naquele banheiro era apenas Jungkook, Junghyun e eu.

Minha mão foi para a sua nuca e a outra passeava pelas costas musculosas. Eu tomava cuidado para não machucar seu rosto ou força a sua perna que ainda estava se recuperando, mas Jeon não parecia ligar muito para isso. Suas mãos apertavam a minha bunda com força e ele tentava aprofundar o beijo enquanto eu tentava ser cuidadoso.

- Você ainda 'tá machucado.- consegui me separar dele e olhei para a sua perna que estava um pouco inchada e com hematomas pela pele.- Eu acho que você nem deveria estar de pé.

- Eu não preciso estar de pé pra te foder, anjo.- dei um gemido esganiçado pela forma bruta que Jeon apertou a minha bunda e apontou para a porta entreaberta.

- E se eu quiser te foder?- sorri sacana e caminhei meus dedos em sua mandíbula marcada.- Amor?

O aperto dele em minha cintura se tornou fraco e seus olhos perderam todo o brilho que tinha segundos atrás.

- E-eu não acho uma boa ideia.- antes que eu tivesse a chance de falar alguma coisa ele praticamente fugiu dos meus toques.

Desliguei o chuveiro, praguejando alto quando quase escorreguei, e enrolei uma toalha de qualquer forma na cintura tendo pressa em encontrar o tatuado.

Quando entrei no quarto o encontrei encolhido na cama e enrolado em um lençol encharcado pelo corpo molhado. Me aproximei lentamente e sentei na ponta da cama.

- Ei, o que aconteceu no banheiro?- tentei ser o mais suave que conseguia e aos poucos me aproximei mais dele.

- Nada.- sua voz saiu trêmula e desconfiei que ele estava chorando.

- Jungkook?- quando o chamei escutei um soluço doloroso e logo após um choro engasgado.

Eu não pensei muito, só queria tirar a dor que Jungkook estava sentindo. O abracei por trás e sussurrei palavras reconfortantes; beijei a sua nuca e o abracei mais forte quando o choro foi chegando ao fim.

- Está tudo bem, eu tô aqui.- afaguei sua cabeça molhada e percebi seu choro diminuir gradativamente.

Eu não sei quanto tempo ficamos daquele jeito, mas em algum momento Jungkook dormiu, eu peguei uma toalha para secá-lo e o vesti em uma calça de moletom. Desci o mais rápido que pude para pegar um café da manhã e felizmente não encontrei os outros. Não teria paciência para explicar toda a minha pressa.

Quando voltei para o quarto encontrei Jungkook de olhos abertos encarando o teto.

- Oi.- ele se sentou e coloquei a bandeja em seu colo.- Eu peguei de tudo um pouco, não tinha certeza do que você iria querer.

Jungkook me deu um sorriso envergonhado e dividimos a comida entre nós dois. Terminado o café da manhã eu me sentei ao seu lado e esperei.

Senti que ele estava inquieto, seus dedos brincavam com a ponta do lençol e toda

hora ele pigarreava como se fosse começar a falar mas desistia logo no início.

- Está tudo bem se não quiser falar, meu amor.- beijei seu ombro desnudo e o abracei de lado.

- Não é isso, é que eu não quero que você fique diferente comigo depois do que eu contar.

- Depois de tudo que nós passamos eu acho difícil.- peguei sua mão, silenciosamente o encorajando, e ele suspirou.

- Quando cheguei em Mors eu fui...- Jungkook gemeu como se suas palavras o causassem dor e ele mordeu a mão tentando controlar o choro.

Não foi preciso mais nada, lembrei das palavras de Jin quando ainda estávamos em Mors e me senti estúpido por não ter percebido antes.

- Shh, não precisa falar, eu já entendi e não quero que você continue sofrendo por causa disso, tudo bem?- ele assentiu e se encolheu me puxando para ficar abraçando-o por trás.

- Se Junghyun não existisse eu provavelmente estaria morto.- ele sussurrou entre uma fungada e outra.

- Vamos deixar isso no passado, sim? Vocês estão aqui agora, livres, e são meus pra amar e cuidar.- o cutuquei na cintura e ele se esquivou rindo alto.

- Obrigado por existir, Chim.

Sorri enquanto beijava seus ombros, mesmo sabendo dos problemas que Jungkook, e até mesmo Junghyun, enfrentaria para superar os traumas causados em Mors eu estava me sentindo feliz como nunca antes, porque sabia que eu estaria sempre ali para dar apoio e amá-lo.

Aprisionado |• DRM Jkk vrsOnde histórias criam vida. Descubra agora