CAPÍTULO 08 | O ALMOÇO
Costurar roupas para bebês era uma das formas de trabalho favoritas de Edith. Não exigia muito gasto de material, e os bebês cresciam rápido o bastante para que suas mães logo tivessem que voltar para comprar mais algumas roupas. No meio tempo, a modista torcia para que traças acabassem com as roupas herdadas pelos membros mais velhos da família; desejava que o mofo tomasse conta dos tecidos antigos e que os fios apodrecessem sob o toque. Aquilo assegurava que os bebês precisariam de seus serviços com urgência. Felizmente para os Shelby, Edith não fazia aquele tipo de desejo sobre eles; eram uma família sem muito apego pelos dias do passado, e suas roupas de infância já haviam sido descartadas há tempos.
O pequeno Karl não tinha nada. Nada além de uma mãe despreparada, um pai que estava na cadeia, um tio que havia entregado seu pai à polícia enquanto sua mãe havia acabado de o parir. Também não tinha roupas, e por isso, Edith havia passado os últimos dias trancafiada no ateliê, costurando e costurando, enquanto Polly a visitava algumas vezes ao dia para pegar as peças que estivessem prontas e levá-las até Ada, a quem a modista não via desde o nascimento do bebê.
A situação chegava a ser cômica para Edith.
Polly Gray a detestava. Ela a detestou e ameaçou por meses. Aos poucos, o sentimento de ódio diminuiu, e agora, a mulher visitava o Mundo das Agulhas diariamente, sem levar pistolas ou punhais. Não eram amigas, certamente que não, mas em comparação com o que eram antes, Edith podia afirmar que o acordo de paz silencioso entre as duas estava sendo uma maravilha, e Preston percebeu naquele meio-tempo que, quando estava irritada com Tommy, Polly era mais gentil e paciente com ela; era como se, finalmente, as duas tivessem algo em comum para comentar.
━ Ele ainda diz que não foi ele ━ Polly resmungou, naquela tarde, com os braços cruzados enquanto ajudava Edith a dobrar algumas camisas para Karl. ━ Mas quem mais poderia ter sido?
━ Bom, ele me disse a mesma coisa. Disse que não sabia que Ada entraria em trabalho de parto, então nem ao menos teria tempo o suficiente para dar uma trégua ao Freddie e chamar os policiais ━ Edith respondeu, recordando-se da breve conversa que havia tido com o homem alguns dias antes, quando o encontrou no caminho para o mercado. ━ Ele também disse que não me devia satisfações de nada, e que eu ainda vou morrer pela minha língua. Estúpido. Quem deu com a língua nos dentes foi ele.
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DARK PARADISE | peaky blinders.
FanfictionEm Birmingham, Thomas Shelby era considerado muito mais do que um líder de gangue; ele era, praticamente, um rei. No período pós-guerra, com a gangue expandindo os negócios por toda a região das Midland Ocidentais, o homem lutava para recuperar o te...