00 | Prólogo

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4 anos atrás, 2020Em algum lugar do mar Negro

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4 anos atrás, 2020
Em algum lugar do mar Negro.

Sombra para o comandante, está na escuta? ― questionei quase em um grito no walkie-talkie por causa da chuva forte, a voz cética soou em resposta.

― Positivo.

― A tempestade está piorando a cada segundo aqui na proa, peço permissão para recuar. Não tínhamos previsto chuva no radar para essa manhã de sábado e o mar pode ficar revolto. Estar aqui é perigoso.

― Permissão negada, Dario, você precisa continuar na linha de frente com os outros. Estamos chegando perto da nossa missão e creio que em poucas horas voltaremos para casa.

― Vamos acabar perdendo a visão com essa tempestade, senhor. A nossa equipe tem que se manter em alerta. Entramos em possível território inimigo e sem ver nada não poderemos agir. ― encarei Harlei Freedom e Sheldon Orlov, meus amigos de longa data desde que entrei na marinha, que, assim como os outros soldados, enxugavam seus rostos molhados a cada segundo.

― Se eu disse que é para ficar, é para ficar. Iremos atracar na Geórgia em trinta minutos, se saírem agora, terei que modificar cada um dos seus postos e não é a primeira vez que pegamos uma tempestade igual a essa.

― Sei disso, porém a Rússia é ao lado. Os russos irão suspeitar de um navio sem licença nas águas próximas, comandante. ― tentei ser mais convincente, já perdendo a paciência.

― Os russos não podem atacar se não formos uma ameaça ou se não estamos em suas terras.

― Mas somos uma ameaça e estamos perto de suas terras.

― Pois que venham, não temos o que temer. ― foi sua última palavra ao desligar o seu rádio transmissor.

― Bill é um osso duro de roer, Bazán. ― Sheldon zombou da minha carranca quando guardei o radinho e ajustei a alça do fuzil em meu ombro, Harlei o acompanhou assim que o chinês ao meu lado fez linguagem de sinais, pois nosso amigo era surdo e mudo.

― O infeliz sabe que estamos correndo risco se ficarmos sem enxergar nada daqui. Tem dez horas que a embarcação está navegando. Ele é um péssimo comandante, só pensa no seu próprio nariz.

― Relaxa, cara, estamos todos molhados, mas a missão vai compensar. Termos descoberto um submarino da década de noventa com possível ouro dentro nessas águas é tipo ter encontrado petróleo.

― Não sei se esse petróleo vai valer tão a pena, Orlov. Vamos nos arriscar por pouca coisa e podendo ainda ser incerto.

― Quando você vai parar de ser tão pessimista, hein, Bazán?

― Quando seus olhos abrirem, chinês.

― Não fode, otário. Isso é xenofobia. ― riu, voltando ao seu posto.

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