Capítulo XX

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GETO

Gesto romântico.

Como diabos eu faço um gesto romântico?

Sim, infelizmente, sem querer, escutei o final da conversa de Shoko com Utahime quando acabei voltando na sala pra pegar meu celular.

Faz cinco dias que estou tentando descobrir como faço um gesto romântico.

Já assisti vários filmes que o Google considera românticos e nenhum me ajudou em absolutamente nada, e já estava desistindo quando tive uma ideia estúpida, tão estúpida, que tive que mandar mensagem para três pessoas para saber se daria certo.

Gojo:

" Isso é tão estupidamente brega, que pode acabar dando certo com Shoko "

Utahime: 

" Eu estou chorando, Geto, você é o melhor! "

E finalizou a mensagem com vários emojis de coração. 

A terceira pessoa era Sofie, ela não respondeu é claro, mas eu sei bem como seria sua reação, e com isso tomei minha decisão. 

♧♧♧

Levou mais dois dias até eu finalmente criar coragem. Resolvi fazer um jantar depois que as crianças dormiram e Shoko lavava o cabelo. Não exatamente "eu" fiz o jantar, eu comprei, mas era no restaurante preferido de Shoko, então ela não deve se importar. O que ficou comprovado quando ela saiu do banheiro com uma toalha na cabeça e viu a mesa arrumada.

— Meu preferido! — ela sorri enquanto tira a toalha da cabeça e seus cabelos castanhos úmidos ficam soltos. Ela está usando um babydoll preto de seda, e eu posso ver as curvas de seu corpo conforme se aproxima da mesa, o bico de seus seios, seus quadris, sua...

— ...comemorando algo?

Desvio o olhar de seu corpo e olho para o rosto de Shoko, que parece está aguardando uma resposta minha. Pisco confuso. 

— Como?

Shoko rir. 

— Eu perguntei se estamos comemorando algo. 

— Na verdade, não.

— Graças a Deus, achei que tivesse esquecido seu aniversário. — ela puxa a cadeira e senta.

— Comprei vinho, como a pediatra falou que você poderia beber em quantidades pequenas porque ainda está amamentando, não vi problemas em você tomar um pouco hoje. — tiro a rolha do vinho e sirvo sua taça, não mais que dois dedos.

— Aki tomou coisa pior quando estava escondido em minha barriga.

Às vezes parece difícil de acreditar que naquele dia, entre rodadas de tequilas e uma rapidinha no banheiro, já tinha um bebê de nove meses na barriga de Shoko e que dois dias depois ele estaria vindo ao mundo como se fosse a coisa mais normal do mundo passar nove meses escondido.

Sento em minha cadeira e tento comer e beber, mas não consigo, então fico dividido entre olhar para minha taça de vinho e olhar para Shoko comendo tranquilamente. Até que não consigo mais. 

— Shoko, eu queria lhe dizer algo, e que também você não tem obrigação nenhuma de aceitar e muito menos...

— Eu adoro isso. — diz tomando um gole do seu vinho e sorri em minha direção. 

— O quê?

— Sua voz, você é todo sério e tudo mais, mas quando começa a falar, sua voz parece dengosa.

Pequenas OrbesOnde histórias criam vida. Descubra agora