Capítulo III - Together and alone, or not
S/n pov's
S/n's point of view
Era 3 da manhã e eu ainda estava dormindo no sofá. A festa tinha sido uma maratona de bebidas e risadas, e todas nós estávamos completamente chapadas. Quando finalmente acordei com um barulho vindo do banheiro, senti que algo estava errado. Olhei rapidamente para a sala e percebi que Rebeca não estava mais lá. Levantei-me imediatamente e fui em direção ao banheiro.
— Rebeca?! — Chamei, ao abrir a porta e encontrá-la sentada no chão, encostada na parede e vomitando no vaso sanitário.
Ela levantou a cabeça com dificuldade, olhando para mim com um olhar cansado e envergonhado.
— Bebi demais — disse, a voz fraca e entrecortada.
— Passou?! — Perguntei, enquanto me ajoelhava ao seu lado e a ajudava a se encostar na parede.
Ela confirmou com um leve movimento de cabeça.
— Vamos para o quarto. Vou pegar um remédio — falei, levantando-a com cuidado e ajudando-a a se levantar.
Com muito esforço, conseguimos ir até o quarto. Assim que chegamos, Rebeca se deitou na cama, tentando se ajeitar para ficar mais confortável.
— Eu devo ter alguma coisa aqui — disse, vasculhando minha bolsa à procura de medicamentos enquanto Rebeca se acomodava na cama.
— Dramin, serve?! — Perguntei, estendendo a mão com o comprimido.
— Obrigada... — Rebeca murmurou, pegando o remédio.
— Eh... eu já tô indo então... — Comecei a me virar para sair do quarto, mas a trançada me chamou.
— Tá com sono? —
— Que'? — Perguntei, surpreendida.
— Eu perdi o sono. Se você não se incomodar... — Rebeca ofereceu um convite tímido.
— Ah... não, tudo bem — respondi, sentando ao seu lado na cama.
O silêncio preencheu o ambiente, não um silêncio opressor, mas aquele tipo de silêncio que esconde um burburinho interno. Havia uma sensação de tranquilidade que, de certa forma, parecia mais um barulho disfarçado. Nossas mentes estavam imersas em pensamentos que tentavam entender o que estava acontecendo, mas ao mesmo tempo, não sabíamos bem o que dizer.
— E então, não tivemos muito tempo para nos conhecer verdadeiramente... — comecei, quebrando o silêncio barulhento de meus pensamentos.
— Eh... então, o que gosta de comer?! — Rebeca perguntou, um sorriso brincando nos lábios.
— Pergunta bem cringe — respondi, rindo ao ver sua expressão debochada.
— Cringe é falar "cringe" em pleno século XXI — ela retorquiu, rindo junto comigo.
— Ah, qual é, a galera estadunidense ainda fala — falei, tentando me recuperar da crise de risos.
— Ah, tá bom então, americana... — Rebeca disse sarcasticamente.
Ri — Enfim, não tem nada melhor pra conversar?! —
— Não tenho nada em mente — ela respondeu, ainda rindo.
— Nem eu... — Concordei, sentindo a falta de tópicos de conversa.
As duas estavam imersas na dificuldade de encontrar um assunto, mas sabiam exatamente o que queriam perguntar, e saber o que perguntar é diferente de saber o que realmente quer saber...
— Seu relacionamento está bom? — perguntei, não conseguindo me conter.
— Você é comprometida? — Rebeca perguntou ao mesmo tempo.
— Ah, pode perguntar — confirmei, dando-lhe permissão.
— Ah não, pode falar você primeiro — Rebeca insistiu, fazendo um gesto para que eu começasse.
— Ah não, agora você vai falar! — Incentivei, com um sorriso brincalhão.
— Ah, nada demais, só se você tem alguém — Rebeca finalmente revelou, me fazendo parar por um instante.
— Não mais, eu não tava passando na porta, então terminei — falei, fazendo uma piada sobre o fim do meu relacionamento.
— Ah meu Deus, sinto muito — ela disse, parecendo genuinamente arrependida pela indelicadeza.
— Ah, não, tá tranquilo, já não andava bem, foi melhor assim... — respondi, tentando amenizar o desconforto.
— Hm... bem idiota a pessoa que te deu corno... — Rebeca falou, seus pensamentos se manifestando de forma inesperada.
— Acha é? — perguntei, com um sorrisinho.
— Ah... que? Eh... — Ela se atrapalhou, fazendo com que acabássemos rindo juntas.
Ouvimos barulhos vindos da escada e franzimos o cenho. Logo, percebemos barulhos de beijos e gemidos, e nos entreolhamos curiosas.
— Seja lá quem são, não vão vir pra cá, né?! — perguntei, surpresa.
Rebeca apontou para o guarda-roupas — Agora! —
...
— Que ideia maravilhosa, Andrade! — disse, tentando me acomodar no armário apertado.
— Tinha melhor?! — Rebeca respondeu, dando de ombros.
A porta se abriu com o casal misterioso prestes a transar no quarto onde eu e Rebeca fucking Andrade estávamos escondidas no guarda-roupas.
— Meu Deus, tem como isso ficar pior?! — exclamo, sentindo o desconforto da situação.
— Bora sair?! — perguntou Rebeca, olhando para mim.
— Já estamos aqui. Agora é torcer para que não façam nada... — respondi, resignada.
— Jade?! — Um coro sussurrado escapuliu das nossas bocas após Jade mencionar seu parceiro.
— Ihh, eu acho melhor a gente sair... vamos dizer que por acaso dormimos aqui... — propus, tentando manter a calma.
— Ehh... licença ao casalzinho aí, mas... a gente quer sair daqui... — Rebeca falou alto, sua voz soando firme.
— Que?! Rebeca?! Que porra você tá fazendo aí?! Quem tá aí?! Espera, não sai agora — Jade gritou, chocada.
Aparentemente, a pessoa que estava com Jade foi embora, e nós saímos do armário, aliviadas.
— Não me diga que vocês duas... — Jade começou, com uma expressão de choque.
— QUE!? Não, não! Não é isso! — Nós duas respondemos ao mesmo tempo.
— Então que diabos vocês estavam no armário?! Juntas, em um quarto escuro — Jade perguntou, com um tom malicioso.
— Não aconteceu nada — Rebeca garantiu.
— Ela estava passando mal e eu a trouxe para cá. Até você e um certo alguém chegarem e Rebeca ter a brilhante ideia de nos escondermos no guarda-roupas! — expliquei, com um sorriso irônico.
— Hm — Jade franziu o cenho, ainda desconfiada.
— Depois dessa eu vou até dormir — falei, me levantando e saindo do quarto — Boa noite pra vocês...
Rebeca e Jade ainda ficaram discutindo no quarto, enquanto eu me dirigia ao sofá para tentar dormir. Confesso que não foi nada ruim ficar no guarda-roupas com Rebeca...
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CAPÍTULO EDITADO - Esse é o ultimo que está sendo editado, fiz isso para que a escrita não ficasse diferente ao decorrer.
Obrigada por ler! Votem e comentem!
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LOWKEY - S/n Santtoro & Rebeca Andrade
RomanceLOWKEY (às escondidas) S/n Santtoro, uma talentosa e reservada diretora cineasta, acabou de sair de um relacionamento traumático. Após descobrir a traição de sua namorada, uma atriz famosa, S/n se afasta do mundo glamouroso das celebridades para se...