Robert Artois

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Terça-feira, 19 de Agosto de 1824.

Meu irmão disse que eu não deveria estar escrevendo esse diário.
Mas de que outra forma poderia expressar meus mais sinceros sentimentos e conhecimentos se não for por meio deste?

Arnald não me entende sempre.

Quinta-feira, 21 de Agosto de 1824.

Acredito que Arnald pudesse estar certo.
Ainda não sei o que expressar neste diário. Meu casamento anda bem. Minha esposa, Cecília, carrega nosso primeiro filho em seu ventre.
Tudo vem me ocorrendo devidamente bem, acabo não ter o que expressar de forma tão vunerável.
Mas me considero um explorador, acredito que encontrarei algo para dissertar sobre isso aqui em breve.
E, quem sabe, esse mísero diário de um homem com 30 primaveras se torna algo mais interessante para se ler daqui há alguns anos pelas futuras gerações.

Domingo, 24 de Agosto de 1824.

Tivemos um infortúnio na noite de ontem.
Meu pai, um homem de quase seus 75 anos, tomou um tombo de cavalo durante seu passeio.
Infelizmente, eu e meu querido irmãos iremos com ele para uma cidade chamada Misty Village.
Lugar onde minha Tia, por parte de mãe, mora atualmente.
Meu pai diz que ela tem conhecimentos medicinais que são únicos.
Não temos notícias suas há alguns anos, mas acreditamos estar tudo bem.
Assim, logo meu pai estará curado.

Segunda-feira, 25 de Agosto de 1824.

Pegamos a estrada esta manhã após o café.
Dei um beijo em minha querida esposa e um no meu filho, ainda em seu ventre. Disse-lhes que sentirei saudades, mas que retornarei em breve.
Acredito já ser a hora do almoço, pois estou sentindo minha barriga doer.
Paramos agora pouco para dar água aos cavalos.
Nosso pai vem reclamando de dor durante todo o percurso, mas disse que devemos chegar em nosso destino na tarde de amanhã se o tempo continuar bom.

Quarta-feira, 27 de Agosto de 1824.

Chegamos exaustos ontem à noite em Misty Village.
Tivemos que perguntar por nossa Tia, mas pela Graça de Deus, encontramos sua casa e estamos hospedados.
Ela mora um pouco mais afastada da cidade, mas sua casa é espaçosa e nos aconchegou muito bem.

Nossa tia é uma senhora de 50 anos. Seu marido morreu quando tinha 40, mas ele deixou poupança o suficiente para que vivesse muito bem após sua partida.
É uma mulher reservada, mas educada.
Medicou meu pai com pomadas caseiras e chás. Ainda não fez nenhum resultado, mas disse para termos paciência.
Estamos tendo.

A cidade é mais fria, parece que está sempre triste. As pessoas são simpáticas, mesmo que andem com muitos símbolos religiosos em vários lugares.
Todos aqui parecem ser bem religiosos.
E sua enorme universidade é tão intrigante, que me deixou um desejo de retornar para mais um diploma.

Agora, algo que preciso registrar, hoje quando eu e Arnald saímos para conhecer o local ao anoitecer, entramos em uma taverna para tomar um pouco de vinho e cerveja.
Porém, no meio da conversa que tive com os cavalheiros que lá estavam, disseram-me que a floresta que vos cerca é assombrosa.
Que há muitos vestígios das antigas civilizações pagãs e sua magia que fora muito usada ali.
Disseram para que não peguemos no sono sem antes rezar.
Evitar passeios durante a chegada da noite dentro das casas e ruas sem uma iluminação adequada de uma lamparina.

Sentado na cama, já tarde da noite com pouca luz ao meu favor e o barulho de sono do meu irmão ao lado, ainda estou pensando sobre isso.
Talvez minha Tia Margareth saiba de algo, já que vive aqui desde sua nascença.
Tomara que seja algo interessante a se registrar em meu diário.

Sábado, 30 de Agosto de 1824.

Meu pai anda melhor. Os chás de minha Tia tem o ajudado muito e suas pomadas também.
A mesma se cartou para nós dizendo que seus conhecimentos os boticário jamais saberiam.
Isso me instigou a perguntar sobre o passado desse lugar. Sinto algo no fundo de minha alma implorando para que eu investigue.
Acho que é minha alma de explorar.

Hoje, no meio da tarde, nos sentamos para conversar e descobri coisas muito interessantes.
E, para minha felicidade, ela me emprestou um livro antigo de nossos antepassados.

Irei dar uma olhada em breve.
Porém, ela me disse para guardar absoluto segredo para que nossa linhagem permanecesse viva.
Mas não coloco toda a minha fé nisso.

Domingo, 1 de Setembro de 1824.

Encontrei coisas muito interessantes no livro que passarei para meu diário em breve.

Ansioso para ler e reler sempre que quiser.
Porém, muitas coisas que achei me deixaram apreensivo sobre esse lugar.
Parece-me curioso e magnífico ao mesmo que perigoso e assombroso.

Minha alma implora para que eu escreva logo.




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