Até O Inferno..

CAP 7 - Ilusao

Vitor Martins
🌸

Acordei com a luz do sol filtrando através das cortinas, e a dor no meu corpo me lembrou da noite difícil que eu tinha enfrentado. Meus olhos estavam inchados de tanto chorar, e meu rosto estava marcado pela noite de agitação. Senti uma leve sensação de dor e cansaço, e levantei-me com esforço.

Eu sabia que precisava de um pouco de normalidade, então fui para o banheiro. Entrei no chuveiro, a água fria ajudando a reviver um pouco minha mente e a tirar a sensação de peso das minhas pernas. Depois de me enxugar e arrumar o cabelo, olhei no espelho. Tentando dar um toque de normalidade ao meu semblante, apliquei um pouco de maquiagem para cobrir as marcas e passei um corretivo. Não estava perfeito, mas era o suficiente para me sentir um pouco melhor.

Desci para a cozinha, me sentindo um pouco mais composto, mas a fome estava batendo. Não estava afim de cozinhar nada elaborado, então decidi ir à cafeteira perto da minha casa. A cafeteria do Lucas sempre teve um ar acolhedor, e eu sabia que um bolo e um café poderiam ser exatamente o que eu precisava para enfrentar o dia.

Ao chegar, a campainha da porta soou e eu entrei. O aroma do café fresco e o cheiro do bolo acabaram de me reconfortar. Lucas estava atrás do balcão, e quando ele me viu, um sorriso acolhedor apareceu em seu rosto.

-"Vitor! Que bom te ver. O que você vai querer hoje?-

-Oi, Lucas. Só um café e um pedaço do bolo de chocolate, por favor. Estou precisando de algo reconfortante-

Lucas preparou o pedido com a habitual eficiência e atenção. Quando ele entregou o café e o bolo, parecia perceber que algo estava errado.

-Você está bem? Parece meio abatido.-

-É... tive uma noite difícil. Briguei com um amigo e... acabei passando por uma situação complicada. Só preciso de um pouco de tempo para me recompor.-

-Sinto muito por ouvir isso. Se precisar de alguém para conversar, estou aqui. Não é sempre que a gente tem um dia fácil, né?-

-Obrigado, Lucas. Realmente preciso de um pouco de normalidade agora. Vou só aproveitar o café e o bolo e tentar colocar as coisas em perspectiva.-

-Claro, fique à vontade. Se precisar de algo mais, é só me chamar. Às vezes, um bolo e uma boa conversa ajudam a clarear as ideias.-

Sentei-me em uma mesa perto da janela, observando as pessoas passando pela rua. O café estava quente e o bolo, delicioso. Enquanto comia, sentia um pouco da tensão se dissipar, e o calor do café era um consolo simples, mas bem-vindo. O dia estava começando, e, apesar de ainda me sentir abalado, o momento de tranquilidade era o que eu precisava para enfrentar o resto do dia.

Depois de terminar o café e o bolo, Lucas parecia notar que algo ainda não estava certo com Vitor. Ele olhou para mim com preocupação e decidiu perguntar.

-Vitor, você tá bem? Parece meio abatido.-

-Na verdade, não muito. Só tô me sentindo um pouco estranho.-

De repente, um enjoo inesperado começou a se instalar. Antes que eu pudesse reagir, vomitei no chão da cafeteria. A situação foi um choque para ambos.

-Porra, Vitor! Peraí, vou chamar alguém pra limpar isso!-

Lucas rapidamente foi até o balcão e chamou um funcionário para lidar com a sujeira. Enquanto isso, eu me sentia tonto e exausto, e Lucas voltou para me ajudar.

-Senta aqui, Vitor. Parece que você tá passando por um momento difícil. Você tá sentindo mais alguma coisa?-

-Sim, tô me sentindo com enjoos frequentes. E... minha menstruação tá atrasada.-