Capítulo 7 - Sangue e ferro

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"Vou lutar contra todos
Um exército de sete nações não poderia me impedir
Eles vão fazer isso na marra
Ocupando o tempo atrás de mim
E estou falando comigo mesmo à noite" — Seven Nation Army de
White Stripes

Ao chegar em casa, Floyd estava sentado em sua poltrona de couro, lendo o jornal. Fechei a porta com um suspiro pesado e coloquei o skate ao lado do porta-casacos.

O ruivo fechou o jornal e me olhou com uma mistura de ternura e preocupação.

— Abby. Eu não vou dizer nada à sua mãe. — Ele se levantou, colocando o jornal em cima da mesa com um imenso vaso de rosas brancas, as preferidas da minha mãe. — Mas te peço para o seu próprio bem; não quebre as regras para ser justa. Isso faz com que seu protesto seja mais um erro do que um protesto.

Eu assenti, lutando contra as lágrimas que ameaçavam escapar. Ele era tão diferente do meu pai.

— Obrigada, Sr. Bowen. — Sorri, tentando manter a compostura.

Ele me deu um tapinha nas costas e se dirigiu ao seu escritório. Subi as escadas com passos pesados. Ao entrar no meu quarto, peguei o celular e vi que tinha sido removida do grupo das meninas, Julie e Ayka.

Meu coração disparou, e uma dor aguda atravessou meu peito. Senti um nó na garganta e uma vontade de chorar, mas me recusei a derramar lágrimas. Era besteira chorar por isso.

Olhei para a janela ao ouvir um barulho. Ryder estava ali, escalando a lateral da casa com a destreza de um gato.

— Ryder, o que você está fazendo aqui? — Perguntei, surpresa.

Ele entrou pela janela com um sorriso travesso.

— Vi seu carro chegando. Pensei em te fazer companhia. — disse ele, olhando ao redor do meu quarto. — Parece que você teve um dia difícil.

Soltei um suspiro frustrado.

— Você não faz ideia. — murmurei, jogando-me na cama.

Ryder se sentou na beirada da cama, observando-me com aqueles olhos intensos.

— Quer falar sobre isso? — perguntou ele, sua voz mais suave do que o normal.

Hesitei por um momento antes de contar tudo. Sobre as meninas, sobre como me senti traída e isolada. Ryder ouviu em silêncio, seus olhos nunca deixando os meus.

— Elas não te merecem, Abby. — Ele finalmente disse, sua voz cheia de convicção. — Se não conseguem ver o quanto você vale, então são elas que estão perdendo.

Aquelas palavras, vindas de Ryder, de todas as pessoas, trouxeram uma estranha sensação de conforto. Talvez ele estivesse certo. Talvez fosse hora de deixar de lado quem não me valorizava e focar em quem realmente se importava.

— Obrigada, Ryder. — sussurrei, sentindo uma pequena chama de esperança acender dentro de mim.

Ele sorriu, dando um leve tapa no meu ombro.

— Sempre estarei aqui para você, Abby. Não se esqueça disso.

Sorri.

— Agora — Ryder disse — Eu estava pensando, sei que gosta do Gabe, mas...

— Mas você quer vingança. Eu te conheço.

Ele deu de ombros, um sorriso travesso no rosto.

— Quero tomar o que ele mais ama. A reputação de ser o melhor nos rachas e a gangue dele.

Olhei para ele, surpresa.

— E como você planeja fazer isso?

— Simples. — Ele disse, seus olhos brilhando com uma determinação sombria. — Vamos desafiar Gabe para uma corrida. Vou fazer ele perder de forma humilhante. Depois disso, a confiança da gangue nele vai despencar. Eles vão perceber que ele não é invencível.

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