Primeira vez Amor Pt.2 - Taekook

Capítulo 4

9h

Taehyung se sentou no tribunal, observando o homem à sua frente com uma expressão fria e cansada. O julgamento estava chegando ao fim, e as palavras do juiz eram apenas uma confirmação do que Taehyung já sabia: a condenação era inevitável. O homem que quase levou sua empresa à falência, alguém em quem confiava cegamente, agora enfrentava as consequências de seus atos.

Enquanto o veredicto era lido, Taehyung se lembrava de todas as vezes em que aquele homem esteve ao seu lado, garantindo que tudo corria bem nos negócios. Ele havia sido um conselheiro, alguém próximo, e traí-lo daquela forma fora um golpe difícil de suportar. Taehyung sentiu uma mistura de raiva e tristeza, mas também alívio por finalmente colocar um ponto final naquela história de traição e quase destruição.

Ao sair do tribunal, a luz do sol parecia mais forte do que ele se lembrava, cegando-o por um momento. Taehyung respirou fundo, tentando se recompor. Ele sabia que o trabalho o esperava e que, mesmo com a vitória no tribunal, ainda havia muito a consertar.

Mais tarde, Taehyung estava na fábrica de óleo de soja da família, um dos negócios que ainda estavam de pé e resistindo ao tempo. Ele andava pelo local, observando atentamente o processo de produção, interagindo com os funcionários, sempre preocupado com cada detalhe. A fábrica era um símbolo de resiliência, um reflexo de tudo que a família Kim construiu ao longo dos anos.

Enquanto ele percorria o espaço, seu telefone tocou. Taehyung atendeu, reconhecendo a voz familiar de seu pai do outro lado da linha.

ㅡ Filho, como estão as coisas por aí? ㅡ Perguntou seu pai, com a voz carregada de preocupação e cansaço.

ㅡ Tudo sob controle, pai. Estamos ajustando algumas coisas na produção. E como foi a viagem de volta?
ㅡ Chegamos bem, mas já com as preocupações em dia.
ㅡ O que aconteceu agora?
ㅡ Aconteceu algo nos campos de arroz. Algumas pragas apareceram, mas nada grave. Estamos trabalhando para controlar sem usar agrotóxicos, como você sempre insiste.
Taehyung sentiu uma pontada de preocupação, mas também um certo orgulho por ver sua família mantendo seus princípios. Enquanto ele estava na capital, seus pais ainda estavam no campo, na fazenda, cuidados dos negócios dali, a colheita, plantação e exportação para as fábricas de arroz e soja.

ㅡ Ótimo, não podemos acabar com a qualidade do que fornecemos. Nós conseguimos lidar com isso sem danificar as plantações. Que tipo de praga é?
ㅡ São caramujos.
ㅡ Não são pragas difíceis, use a técnica que os chineses desenvolveram, use patos, eles comem os caramujo e qualquer outro animal prejudicial ao arroz sem danificar.
ㅡ É, eu ouvi falar mesmo. Bom, tentaremos arranjar alguns patinhos.
ㅡ Certo, tenho que desligar, estou ocupado agora, me de noticias de algo importe se necessário. Até mais.
Após encerrar a ligação, Taehyung sentiu o peso da responsabilidade se intensificar, já bastava ter que lidar com tanta coisa, agora tem que dar um jeito em caramujos comedores de arroz, que são irônicos. Ele sempre fez questão de manter métodos sustentáveis, recusando o uso de produtos químicos que pudessem prejudicar o solo e a qualidade do que produziam. Era uma das razões pelas quais ele se dedicava tanto ao trabalho — para garantir que o legado de sua família fosse preservado e que nada os abalasse novamente.

Sendo o CEO, o lidera a frente, com ele os negócios estavam indo melhor que na gestão de seu pai e de seu avô, adotando novos meios táticos, tecnologia e investimento para melhor retorno financeiro.

Taehyung sabia que precisava focar, que a vida estava cheia de compromissos urgentes, mas o impacto do reencontro ainda estava lá, latente em cada fibra de seu ser. Ele tentava afastar as lembranças, mas era difícil quando o passado e o presente se misturavam de forma tão cruel.