2- O Mago Yoon

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Seungcheol acordou assustado com as batidas violentas na porta. Percebendo que estava sozinho, levantou rapidamente da cadeira sentindo suas costas doerem, pronto para atender o mal educado que incomodara um idoso a esta hora da manhã. Mas, ao escutar passos vindo da escada, voltou imediatamente para onde estava sentado e fingiu dormir.

De canto de olho, viu um garotinho vestir uma capa azul antes de virar a maceta da porta até que esta também assumisse uma outra cor, e então a abriu.

– O mago Yoon está? – um guarda real questionou.

– Ele não está. – respondeu o garotinho, com a voz parecendo a de um ancião.

– O Rei deseja vê-lo imediatamente. Diga-o que tem até amanhã para se apresentar a corte real.

O garotinho fechou as portas quando os guardas saíram. Então, retirou a capa e finalmente se voltou para Seungcheol.

– Eu sei que não está dormindo. Quem é o senhor? – agora sua voz tinha um tom infantil.

Envergonhado por mentir tão mal, Seungcheol voltou a levantar e jogou mais lenha para Mingyu na lareira. O garoto ainda o encarava de braços cruzados.

– Não me olhe assim, o Mingyu me deixou entrar.

– Ela veio das terras desoladas... – disse a pequena chama, hesitante.

– Tem certeza que ele não é um bruxo? – o pequeno rodeou Seungcheol com um olhar suspeito.

– Nenhuma bruxa poderia entrar.

O garoto deu de ombros, seguindo até uma pilha de pratos sujos procurando por algo minimamente limpo. Seungcheol foi até uma das janelas, e, agora podendo olhar do lado de fora, percebeu que aquela não era a sua cidade. Não havia fumaça preta do trem ou grandes chapéus chamativos, havia um belo horizonte. Novamente, alguém bateu na porta.

– A porta de Kingsbury! – anunciou Mingyu, então o garoto voltou a vestir sua capa e caminhou até a porta.

Uma vez na frente desta, girou a maçaneta mais uma vez, até que ela estivesse completamente verde. Então, quando ele abriu a porta, os olhos de Seungcheol se arregalaram.

Não havia mais um horizonte. Havia uma grande cidade movimentada e barulhenta.

– Aqui é a residência do Mago Yoon? – perguntou um outro oficial do rei, vendo o garoto ancião assentir. – Eu trouxe um convite de sua majestade. Informe ao mestre Yoon que a sua visita é indispensável.

– Muito obrigado, senhor.

Então Seungcheol correu até a porta antes que ela se fechasse, e ficou completamente surpreso com as carruagens chiques e o estilo de roupas que as pessoas dali usavam. Kingsbury era muito longe da sua casa, nunca imaginou que um dia colocaria os pés ali.

– É realmente uma cidade digna de um rei...

– É melhor você entrar vovô. – O puxou para dentro e trancou a porta logo em seguida. – Não pode ficar passeando por aí, é perigoso.

Espiando de canto de olho para ter certeza que o garoto estava mesmo ocupado, Seungcheol girou a maceta até que ela assumisse a cor vermelha, e quando abriu a porta soltou um suspiro surpreso ao perceber que estava de volta a montanha que subia na noite anterior, agora finalmente no topo.

Voltou para dentro e fechou a porta, girou a maçaneta mais uma vez até ela assumir a cor amarela, e então quando abriu a porta estava de volta à cidade litorânea.

– Para com isso, você vai quebrar! – o garoto então o puxou para dentro e trancou a porta de vez.

– Para onde a porta preta leva? – Seungcheol estava curioso e impressionado com tanta magia.

Jeonghan's Moving Castle | Jeongcheol Onde histórias criam vida. Descubra agora