Sacrifício

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Eu representa Poppy

**Eu** representa Branch, Tronco.

Nostalgia.

Sua voz e seu aroma agradável. Aconchego, eu me senti protegida.

Me pressionei mais contra ele e em seus braços um calor inexplicávelmente agradável me envolveu e por um momento cheguei a pensar que éramos inseparáveis, não havia solidão ou ansiedade ali. Desejei do fundo de meu coração que isso durasse para sempre enquanto o sentimento de estar finalmente completa preenche meu corpo.

De repente, me senti sendo empurrada gentilmente. Meus olhos se abrem para vê-lo.

Seu cabelo.

A sua cor.

Seus olhos.

— Vá, Poppy...

Meu coração acelerou assim que eu o ouvi, o meigo som de sua voz foi o suficiente para meu rosto esquentar.

Ele se afastou.

Em meros segundos sinto o calor que envolvia meu corpo desaparecer, nenhum tipo de conforto permanece. Sem nem dar tempo de pensar, lágrimas começam a fluir.

Eu tentei me aproximar denovo mas senti quando alguém me puxou de volta, é o meu pai.

_—É mesmo..._

Lembrei onde estava e o que estava acontecendo, o curto espaço de tempo que estive ao lado dele me fez esquecer que estávamos no meio de uma fuga. Amaldiçoei internamente essa situação, quero estar junto dele.

Mas **eu** não posso ficar. **Eu** olho para a minha princesa com pesar em meu coração. O rei a levou para longe dali, longe desse amaldiçoado campo de batalha. Achei irônico o fato da árvore que uma vez chamei de lar se tornar um campo de guerra. As lágrimas que amorteceram meus olhos há pouco tempo já se foram, junto com a pouca tranquilidade que nos restava.

—Senhor! A nossa linha de frente foi destruída os invasores estão escalando, é uma questão de tempo até que eles consigam chegar ao salão principal.

**Eu** não disse nada, olhei para os meus arredores enquanto um sentimento nostálgico me preencheu. Era uma sala realmente bonita, as paredes com desenhos entalhados a mão, o trono, as luminárias, aqui **eu** passei uma boa parte da minha vida, dentro deste tronco. A árvore era gigante, e mesmo nós construindo esse grande salão por dentro as paredes eram até que bem grossas.

Olhei para minha mão direita, a mão que acabará de enxugar minhas lágrimas e então desviei o olhar até minha cintura onde minha espada estava adormecida.

Ouço uma explosão...

— Eles chegaram...

Disse um de meus soldados.

Me viro em direção a entrada.

Observo a fumaça invadir o lugar, os destroços jogados por vários lugares do salão.

Suspirando, caminho até ficar na linha de frente do meu pequeno pelotão, pouco mais de vinte. Todos olhavam para mim com certa espectativa, eu agradeci por não estar sozinho.

Mesmo que todos ali tivessem família, amigos, eles escolheram estar ao meu lado.

Me viro denovo até estar de frente para todos os trolls que estavam ali comigo.

Fecho meus olhos.

Inspiro calmamente, a imagem de minha amada invadindo minha mente.

Seus lindos olhos.

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