fiz esse cap ouvindo "depois" da marisa monte e "paciência" da ludmilla com o ferrugem, caso gostem de ler ouvindo música ta ai boas indicações que.. talvez deem spoiler do que vai rolar..
nos vemos lá embaixo!
onde um ano após as olimpíadas de paris, o sucesso de flávia como ginasta se tornou estrondoso. mas, junto da fama, veio a distância e o afastamento de s/n, sua namorada.
ou
onde talvez você e flávia devessem aprender a viver uma sem a outra.
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o sol se punha lentamente sobre o rio de janeiro, tingindo o céu com tons de laranja e rosa. a brisa suave do fim de tarde trazia o cheiro do mar até a varanda do apartamento de flávia. ela estava encostada na grade, olhando para o horizonte, com uma expressão distante. vestia uma camiseta larga e shorts, o cabelo preso em um coque bagunçado. a fama das olimpíadas ainda era fresca em sua mente, e o turbilhão de eventos, entrevistas e convites havia transformado sua rotina. mas com todo o sucesso, veio também o vazio.
ela ouviu passos atrás de si e se virou para ver s/n saindo para a varanda. s/n estava mais séria do que de costume, os olhos castanhos evitando os de flávia. ela se apoiou na grade ao lado da ginasta, mas manteve uma distância respeitosa.
— oi. — flávia quebrou o silêncio, sua voz baixa, quase hesitante.
— oi. — s/n respondeu, sem olhar diretamente para ela.
o silêncio voltou a se instalar entre elas, apenas o som distante das ondas preenchendo o ar. as duas sabiam que aquela conversa precisava acontecer há tempos, mas ambas vinham adiando, como se evitar o confronto fosse uma forma de manter o que restava do relacionamento.
— tá bonito o pôr do sol hoje, né? — flávia comentou, tentando soar casual.
s/n soltou um suspiro, finalmente se virando para encarar sua namorada.
— flávia, a gente precisa falar sério. — ela disse, seu tom de voz firme.
flávia assentiu, seu coração acelerando. ela sabia que aquele momento chegaria, mas não estava preparada para ele.
— eu sei... eu só... — ela passou a mão pelo rosto, tentando organizar seus pensamentos. — eu só queria que as coisas fossem como antes, sabe?
s/n balançou a cabeça, com um sorriso triste nos lábios.
— mas não são. não mais. — ela respondeu, com a voz embargada. — desde que passou as olimpíadas, tudo mudou. você mudou, flávia.
