A Linha Tênue Entre o Mundo e o Inferno

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A noite se aproximava, e o medo se tornava quase tangível à medida que o grupo se preparava para o ritual que poderia, esperançosamente, neutralizar a influência do Livro dos Condenados. Evelyn Blackwood havia indicado que o ritual precisava ser realizado à meia-noite, o momento em que as barreiras entre os mundos eram mais tênues. O grupo estava de volta à livraria, onde o livro repousava em uma mesa improvisada, cercado por velas e símbolos arcanos.

Felipe estava em um estado de tensão extrema, sua mente completamente absorvida pelo que o livro representava. Isabella estava ao seu lado, revisando as anotações de Evelyn e verificando se tudo estava conforme o planejado. Lucas e Marina tentavam manter a calma, mas o ambiente carregado e os eventos sobrenaturais que haviam experimentado os deixavam inquietos.

Evelyn, com um olhar sério e determinado, começou a preparar o espaço para o ritual. Ela desenhou símbolos complexos no chão ao redor do livro e acendeu velas negras, criando uma atmosfera de escuridão e mistério. O grupo a observava em silêncio, a sensação de que algo terrível estava prestes a acontecer crescendo a cada minuto.

Enquanto o ritual começava, uma sensação de opressão tomou conta do local. As sombras nas paredes pareciam se contorcer e ganhar vida própria, criando formas ameaçadoras que dançavam nas luzes das velas. O ar estava pesado, e um frio penetrante parecia invadir o espaço, aumentando a sensação de desconforto e medo.

Evelyn começou a entoar palavras antigas em um idioma desconhecido, suas vozes ecoando de forma inquietante. À medida que ela prosseguia, os símbolos no chão começaram a brilhar com uma luz fraca e pulsante, e um som baixo e constante parecia vir de algum lugar profundo e sombrio.

De repente, as velas começaram a apagar-se uma a uma, como se uma força invisível estivesse consumindo a luz. O grupo sentiu um vento gélido que parecia sussurrar palavras incompreensíveis em seus ouvidos. As sombras nas paredes se tornaram mais densas e ameaçadoras, e uma sensação de que algo estava prestes a emergir do escuro se tornou quase insuportável.

— Algo está errado — sussurrou Marina, olhando ao redor com uma expressão de pânico. — Não conseguimos mais ver nada.

Evelyn, com um olhar determinado e preocupado, continuou o ritual, ignorando as interrupções sobrenaturais. Ela estava prestes a completar o incantamento quando um grito agudo e estridente ecoou na livraria, fazendo todos se estremecerem. O livro, agora coberto por uma aura negra e pulsante, começou a vibrar violentamente, suas páginas virando-se sozinhas.

— Rápido! — gritou Evelyn, sua voz quase inaudível sobre o caos ao redor. — Precisamos terminar o ritual antes que seja tarde demais!

Felipe, Isabella, Lucas e Marina tentaram se concentrar, ajudando Evelyn a seguir com o ritual. Mas a atmosfera estava cada vez mais opressiva, e os eventos sobrenaturais se intensificaram. As sombras ganharam forma e começaram a se mover em direção a eles, criando uma sensação de claustrofobia e pânico.

De repente, o livro começou a emitir um som ensurdecedor, como se estivesse sendo rasgado por uma força invisível. O grupo lutava para manter a concentração, suas emoções à flor da pele. A sensação de que o livro estava se alimentando do medo e da energia ao redor se tornava cada vez mais evidente.

Enquanto Evelyn continuava a entoar as palavras finais do ritual, o livro finalmente parou de vibrar e a aura negra ao seu redor começou a se dissipar. As velas acenderam-se novamente, e o ambiente começou a voltar ao normal, embora ainda carregado de uma sensação de desconforto e tensão.

— Fizemos o que pudemos — disse Evelyn, com um olhar exausto. — O livro agora está de volta ao seu estado original, mas a influência que ele exerceu pode ter deixado marcas permanentes.

Felipe, Isabella, Lucas e Marina estavam aliviados, mas também profundamente abalados. A sensação de que algo estava mudado dentro deles e no ambiente ao redor era inconfundível. O Livro dos Condenados havia sido neutralizado, mas o impacto de sua influência ainda permanecia.

Enquanto o grupo se preparava para deixar a livraria, uma última sensação de inquietação os envolveu. Eles tinham a impressão de que o livro, embora agora em silêncio, ainda estava observando-os, como se estivesse esperando para ser descoberto novamente. A sensação de que o mal nunca foi completamente derrotado era uma sombra constante sobre eles.

O Capítulo 4 deixa o grupo com a sensação de que, apesar dos esforços para neutralizar o livro, a influência e os horrores que ele trouxe não foram totalmente erradicados. O impacto psicológico e emocional do Livro dos Condenados continua a assombrá-los, e o verdadeiro custo de sua experiência está apenas começando a se revelar.

O Livro dos CondenadosOnde histórias criam vida. Descubra agora