Amor Proibido

07

Ísis Helena | 📍Leblon

"Seus olhos são o espelho
do que tem dentro de você"

Célia: Onde você estava mocinha? – Célia observe as próprias unhas enquanto esperava uma resposta minha.

Ísis: Ai Célia, que susto! – exclamei, com a mão no coração, que por sinal tava muito acelerado por conta do susto.

Célia: Resposta errada querida – a mesma fecha a porta atrás de mim e começa a varrer o local.

Ísis: Ué Célia, eu tava na faculdade – mordo minha bochecha por dentro – Fazendo a prova.

Célia: Sua prova era até às três da tarde – colocou as mãos na cintura – E agora são seis e pouco, você não estava até agora na faculdade fazendo essa prova querida – me olhou desconfiada.

Ísis: Ih Célia ta dando uma de mãe agora? – dou de ombros desviando de sua fala.

Caminhei até a cozinha sendo perseguida pela mesma.

Célia: Eu me preocupo com você Ísis – inclino a cabeça para trás fechando os olhos.

Respirei fundo abrindo meus olhos e encarei a mesma em minha frente insistindo por uma resposta minha.

Ísis: Eu estava com Esther – dou a resposta que a mesma tanto queria – Satisfeita? – fechei a torneira após lavar a maçã.

Célia: De novo com essa garota Ísis? – veio até mim – Sabe que seu pai não gosta que você fique perto dessa menina, mas parece que você gosta de provocar o doutor Carlos – ela respira fundo.

Ísis: Por que você tem tanto medo do meu pai? – perguntei e a mesma desviou seu olhar do meu – Esther é minha melhor amiga, não vou deixar de falar com ela só por que meu pai pediu – dei uma mordida na maçã – Falando nele, onde ele tá? – perguntei curiosa.

Célia: Viajam de última hora com aquela mocreia que ele chama de namorada – revirou os olhos e eu dei um sorriso de orelha a orelha.

Ísis: Finalmente paz – me joguei no sofá dando um gritinho animada.

Célia: Olha aqui garota – ela veio até mim – Se comporta viu? Ele foi viajar mas não deu data de retorno não – me olhou fixamente.

Ísis: Fica tranquila, isso eu descubro depois – pisquei para a mesma que levantou as mãos para o alto pedindo piedade para Deus.

Depois de um dia cansativo, eu estava jogada no sofá, assistindo a um filme que já tinha visto mil vezes. Quando finalmente percebi que estava só trocando as cenas na tela, decidi desligar a televisão.

Levantei do sofá, esticando os braços e dando uma espreguiçada. A casa estava tranquila e eu precisava de um momento só para mim. Fui caminhando até o meu quarto, sentindo o chão frio nos pés.

Abri a porta do meu quarto e, assim que entrei, fechei-a atrás de mim. A luz acendeu e iluminou tudo com aquele brilho suave. Eu dei uma olhada ao redor, como se estivesse checando se tudo estava onde deveria estar.

Fui até a porta de correr da varanda e abri as cortinas com um movimento rápido. O céu lá fora estava incrível! Saí para o lado de fora, sentindo a brisa fresca no rosto. Olhei para cima e as estrelas brilhavam como diamantes no céu escuro.

Fiquei ali por um tempo, simplesmente observando. Era como se o mundo tivesse parado por um instante.

Peguei o controle remoto e liguei a televisão. O som prendeu o ambiente e, claro, fui direto para a música do Orochi - "Vermelho Ferrari". Assim que a batida começou, não consegui me segurar. Comecei a cantar junto, a letra falava comigo de um jeito que parecia que ele tinha escrito só para mim. A energia da música me envolveu e eu deixei a voz fluir, dançando um pouco.

Deixei a musica tocando e fui em direção ao banheiro. Queria aproveitar esse momento e relaxar ainda mais. A água quente do chuveiro sempre ajudava a aliviar o estresse do dia.

Assim que entrei no banho, fechei os olhos e deixei a água escorregar pelo meu corpo, enquanto ainda ouvia a batida da música ecoando lá fora. Depois de um banho relaxante, desliguei o chuveiro e me enrolei na toalha, sentindo a pele fresquinha. Saí do banheiro e voltei para o meu quarto, onde a música ainda tocava.

Fui até o guarda-roupa e abri as portas, olhando para as roupas que estavam ali. Eu queria algo que fosse confortável, mas que também tivesse aquele toque de estilo. Depois de um tempinho escolhendo, achei a combinação perfeita: uma saia jeans clara que deixa tudo leve e um top branco que mostrava minha barriga, deixando meu piercing no umbigo à mostra.

Deixei meu cabelo negro solto, caindo sobre a cintura, e fiz uma maquiagem bem simples – só um pouco de rímel e um gloss para dar aquele brilho.

Como meu pai tinha viajado, eu decidi passar o final de semana na casa da Esther. O sábado prometia ser animado com o baile chegando, então era melhor me preparar. Comecei a arrumar minhas coisas, colocando só o essencial na bolsa – não queria exagerar.

Desliguei a televisão, fechei as cortinas e apaguei as luzes do quarto. Antes de sair, dei uma última olhada para ter certeza de que estava tudo em ordem e fechei a porta. Quando cheguei à sala, vi a Célia sentada no sofá assistindo televisão. Ela parecia tão concentrada que não percebeu a minha presença ali.

Fiquei parada em frente à televisão, com um sorrisinho no rosto, esperando que a Célia notasse minha presença. Decidi dar uma voltinha, tipo uma mini passarela, para ela ver como eu estava. Mas, ao invés do elogio que eu esperava, ela me olhou com uma expressão incrédula.

Célia: Onde você pensa que vai, menina? – ela perguntou, com um olhar de quem não estava acreditando no que via – Já viu que horas são? Vai trocar essa roupa! Está a maior ventania lá fora!

Eu só consegui revirar os olhos, mas não pude evitar um sorriso. Fui até ela e dei um beijo na testa.

Ísis: Fica tranquila, Célia! Vou dormir na casa da Esther. Volto domingo à noite! – pisquei para ela, enquanto ela levantava do sofá com a mão no coração.

Célia: Pelo amor de Deus, não faz isso comigo! – disse, toda preocupada – Aquela favela é perigosa, menina! Imagina você lá dentro sem proteção, correndo perigo!

Aquela fala dela me deixou bufando de raiva. O preconceito que Célia tinha era irritante! Olhei para ela e peguei suas mãos.

Ísis: Que atitude feia, Célia! Fica em paz! Qualquer coisa eu te ligo – disse enquanto acariciava suas mãos.

Célia: Por favor, faça isso! E se acontecer alguma coisa, venha correndo para a casa! – ela me abraçou apertado.

Sorri para ela, sentindo todo aquele carinho. Peguei minha mochila e saí de casa. Acho que a Célia só precisava relaxar um pouco e confiar em mim. Afinal, eu sabia me cuidar!

[...]

©️ Todos os créditos reservados