A água quente escorre pela sua pele, traçando um caminho desajeitado pelo seu quadril e se perdendo por seu corpo, indo por fim, ao azulejo do banheiro. Seus olhos estão pesados e irritados, nem a meia luz do abajur consegue ajudá-lo a se acalmar, então você apenas se contenta em deixá-los fechados o máximo de tempo que conseguir.
Você acordou faz poucas horas, com uma dor de cabeça horrível e uma sede incontrolável, que nem um litro e meio de água conseguiu resolver, o que na verdade, piorou sua situação. Se lembra apenas de algumas cenas específicas da noite passada, mas se lembra mais ainda de chegar no seu dormitório e correr para perto da privada, despejando todo o líquido das ices que havia bebido horas antes. Um pecado surreal sair para beber sem comer nada antes, é claramente pedir para vomitar o estômago inteiro. A ânsia de vômito ficou em seu corpo pelas primeiras horas do dia amanhecendo, onde já nem aguentava mais despejar o que quer que fosse da sua barriga, ficando por último o ácido que impregnou em sua garganta.
Resumindo: um tremendo caos que você não queria repetir nem tão cedo.
Conseguiu pegar no sono quando seu corpo cansou de te penalizar, vencendo a exaustão e dormindo até quase às cinco horas da tarde do domingo. Se levantou apenas para tomar um remédio e comer alguma coisa extremamente leve, não queria ter que voltar a sessão de vômitos durante o período restante de descanso.
Pelo menos, havia conseguido descansar o bastante até o dia seguinte.
Sério, não vou mais encostar um pingo de álcool na boca, pensou, enquanto se enrolava na toalha e ia até os armários para achar uma roupa qualquer digna de cobrir seu corpo – quase – deprimente. Por fim, não teve muito tempo para suas indecisões, as batidas na porta te irritaram o suficiente para que fosse até lá quase abrindo o piso com tamanha força que batia os pés no chão.
Assim que girou a chave na fechadura e destrancou a porta para que quem for pudesse ser entrasse, viu a melhor amiga com uma roupa extravagante e a encarou com uma sobrancelha elaborada.
— Mau humor em plena segunda, amiga?
Saeko não esperou sua resposta, entrou dentro do dormitório e se sentou no sofá perto da bancada na cozinha. Sua feição é neutra como se nada tivesse acontecido no final de semana que acabara de passar. Se perguntou por um momento se estavam vivendo em realidades diferentes, pelo menos até notar seu olhar distante. Suspirou pesadamente e a encarou.
— O que está fazendo aqui? — a sua pergunta sai quase de forma automática, te fazendo quase esquecer que estava de toalha com a porta aberta.
— Vim te buscar para ir a aula — responde como se fosse óbvio. Sorriu ladino, soprado. — Ainda está de ressaca?
— Saeko, como você aparece aqui como se nada tivesse acontecido? — sua voz sai incrédula, não é possível que sua amiga fosse tão cara de pau assim.
— Mas o que eu fiz? — a pergunta saiu de forma tão natural que mesmo você se perguntou o que fora feito.
— Saeko, você me deixou ir embora sozinha e se trancou sei lá onde com um cara que nunca vi na minha vida — solta um suspiro. — Não é como se você fosse obrigada a me trazer de volta, mas poderia ter, pelo menos, me avisado antes para que eu não bebesse tanto e pudesse voltar para casa de uber.
— Eu sei que fui uma péssima amiga, mas também não estava lá muito sóbria — ela choraminga, caminhando até você e te puxando para um abraço, sem se importar se sua pele estava úmida. — Desculpa, ‘tá legal? Prometo que isso nunca mais vai acontecer. — garante, olhando no fundo dos seus olhos e te fazendo ponderar mentalmente se desculpava aquilo apenas para encerrar o assunto.
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𝐓𝐎́𝐗𝐈𝐂𝐎, 𝑘𝑎𝑔𝑒𝑦𝑎𝑚𝑎 𝑡𝑜𝑏𝑖𝑜
Любовные романыh̶a̶i̶k̶y̶u̶u̶ ̶f̶a̶n̶f̶i̶c̶ ❝Quando você se muda para a grande cidade de Tóquio, deixando toda sua família e sua vida para trás, há apenas uma coisa em sua mente: viver como se não houvesse amanhã. Numa fase repleta de novas experiências e escolhas...