The Beard | Ronarry

Capítulo 4

Harry se mexe em sua cadeira na mesa da cozinha e não consegue decidir o que fazer.

O ideal seria que Ron chegasse em casa agora mesmo, e Harry simplesmente... dissesse antes que tivesse tempo de pensar demais, e as chances são de que não faria sentido, mas talvez não importasse, e eles poderiam apenas se beijar e acabar logo com isso. Mas Harry aprendeu há muito tempo a não esperar por "idealmente", então ele realmente não fica surpreso quando a porta permanece firmemente fechada e o Flu resolutamente escuro. Ele está perdendo a paciência com a espera, no entanto, então ele decide ser um pouco mais proativo, e reúne pena e pergaminho.

...e não tem a menor ideia do que escrever.

Ron –

Pensei nas coisas e percebi que também posso ser gay de verdade. Pelo menos para você. Gay, claro.

Ron –

Pensei em você ontem à noite, percebi o erro dos meus caminhos. Me perdoa e volta para casa?

Ron –

Quando você pensa sobre isso, nós meio que já temos o que eles acham que temos. Só que sem o sexo. E não ter isso parece bem estúpido, dadas as circunstâncias. Então, vem para casa para um pouco?

Ron –

Não sei bem o que dizer, mas se você voltar para casa, eu poderia querer um amasso.

– Harry

Ele amassa o bilhete com um suspiro de desgosto e decide que é melhor não ter nenhuma evidência escrita de sua idiotice. Ron tem que voltar para casa mais cedo ou mais tarde.

Ele termina o resto do café, força um pouco de café da manhã e se acomoda no sofá com o Profeta do dia, o controle remoto da TV e o livro que Hermione lhe deu de Natal.

De alguma forma, um dia inteiro se passa.

Ele olha para os últimos relatórios de partidas, folheia as primeiras vinte e cinco páginas do livro antes de mudar para a TV e, eventualmente, é tarde o suficiente para beber cerveja sem se sentir culpado por isso. Então ele faz isso, e consegue não pensar muito enquanto os minutos passam e Ron não chega em casa e programa idiota após programa idiota passa, as histórias e personagens se misturando em uma massa indistinguível para a qual ele não dá a mínima.

.

E então Ron volta.

Ele está parado na frente do sofá, e está realmente muito claro, e Ron está vestido com suas vestes de Auror e segurando uma caneca de café, e sacudindo o ombro de Harry.

— Harry — ele está dizendo, urgentemente. — Cara, vamos lá. Está tarde. Kingsley está procurando por você, você precisa se levantar agora.

Harry pisca para ele com os olhos turvos, e ele não consegue se concentrar até que Ron solta um suspiro exasperado e pega sua varinha. Ele aponta para Harry e murmura algo, e de repente o cérebro de Harry volta à atenção.

— Ron — ele diz, pegando o café com gratidão. — Já é de manhã?

— Dez horas da manhã, Harry. Você deveria estar no trabalho há uma hora.

— Merda — Harry diz, levantando-se rápido demais. Ele bate na mesa de centro e sete ou oito garrafas de cerveja vazias caem pesadamente, batendo umas nas outras ruidosamente.

Ron olha para Harry com as sobrancelhas levantadas, e Harry quer dizer um milhão de coisas completamente estúpidas, mas, — Vista-se, Harry — diz Ron. — Kingsley já está bravo o suficiente.