Crepúsculo

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Esse era um dos dias em que eu só queria ficar na cama

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Esse era um dos dias em que eu só queria ficar na cama. Poderia ser por causa do cansaço e estresse que o doutorado estava me causando, ou apenas pelo clima frio e crepuscular da manhã. A partir do momento que me mudei para Maresias a vida pareceu se tornar mais leve, eu consegui criar uma rotina e passei a segui-la tranquilamente. Hoje eu deveria levantar, fazer um pouco de yoga e um cardio de no mínimo meia hora, mas a cama parecia me absorver por completo e o cobertor quentinho não permitia nenhum movimento além de virar para a direita ou esquerda. Me virei na cama enquanto resmungava palavras incoerentes e coçava os olhos. Como ele conseguia levantar sem pensar duas vezes?

Me forcei a levantar da cama e dei um pulo ao sentir meus pés em contato com o piso frio, me enrolei no cobertor fofinho e saí pela casa. Eu não queria acreditar que Gabriel teve coragem de levantar e ir surfar quando o clima poderia ser comparado ao da praia de La Push, de Crepúsculo, ao invés de continuar deitadinho comigo. No meio do caminho encontrei Simba, o gato laranja, que me olhava com aquela cara de julgamento e parecia saber de todos os meus pecados.

— Bom dia, bonitão. – falei, me abaixando e acariciando o pelo macio do felino. — Seu pai já te alimentou? – Simba miou baixinho e cheirou a minha mão. — Vou entender isso como um “sim”.

O bichano continuou deitado no tapete e eu segui pela sala, não encontrando nada além de um ambiente ainda escuro. Quando finalmente cheguei na cozinha em passos lentos e cansados, vi o meu marido preparando o café da manhã. Ele usava uma calça de moletom cinza e uma camiseta branca, os cabelos estavam bagunçados e o rosto um tanto amassado, indicando que dormiu muito bem na noite passada. 

— Bom dia, minha musa. – ele disse e abriu um sorriso ao me ver. — Dormiu bem? – me aproximei aos poucos e vi Gabriel lavar as mãos, secando-as em seguida e me puxando para um abraço. 

— Bom dia, gatinho. – sorri, ainda sonolenta. — Dormi como um anjinho. – falei, apoiando minha cabeça em seu peito. — Pensei que tivesse ido surfar, sabia? É tão a sua cara fazer isso quando o dia está totalmente propício para uma maratona de crepúsculo.

— Ah, não. – ele riu. — Dessa vez decidi seguir os desejos da minha amada e apreciar essa grande obra cinematográfica. 

— Você está debochando! – o acusei. — Mas que bom, vamos começar a maratona depois do café. – decidi simples e beijei o rosto do meu marido.

— A senhora é que manda, patroa. – ele falou sério e me roubou um selinho.

Tomamos café juntos, conversamos sobre coisas aleatórias e fofocamos. Após o café Gabriel lavou a louça e eu me ofereci para secar.

— Ele é seu amigo, mas você não tem que passar a mão na cabeça. – comentei, secando as canecas usadas. — Pô, errou feio pra’ caralho, sabe? E o pior é que ainda fica de deboche na internet.

— Pior que é, mas não vai adiantar muita coisa falar algo agora. – o moreno me olhou e suspirou. — Mas é uma cachorrada mesmo, não esperou nem a ela se recuperar e já meteu outro bebê em outra mulher, aí é foda.

— Ainda bem que você tem juízo. – falei. — É pouco? É, mas tem. – ele revirou os olhos, fingindo estar ofendido. — Até porque se você faz uma pataquada dessas comigo o primeiro a te dar uns tapas é o Charlão.

Desde o começo da nossa relação fui muito bem recebida pela família Medina. Simone gostava muito de mim, Sophia se tornou uma grande amiga e confidente, já Charlão havia me adotado quase como uma filha. Felipe, Bruna e Nalu, apesar de morarem no Rio, estavam sempre em contato comigo e me adoravam. Eu fazia parte daquilo, era uma peça necessária e amada, assim como todos os outros. 

Depois de um banho quente e rápido, vesti um moletom da WSL e coloquei meias fofinhas, me jogando na cama. Gabriel havia feito chocolate quente e levado meus cookies favoritos.

— Amor! – ouvi a voz de Gabriel. — Vai colocando o filme. – ele pediu, tirando a camisa e deitando ao meu lado.

— E você faz parte da gangue dos sem camisa? – perguntei em um tom de humor. 

— Sim. – ele sorriu sonso, me fazendo arrepiar. O sorriso dele me desmontava e obviamente ele sabia disso. — E você ama.

— Isso é fato. – sorri. — Me sinto tocando um pedaço do céu toda vez que saio do escritório e encontro esse belo monumento descamisado que tenho em casa.

Gabriel riu, me puxando para um abraço apertado e me enchendo de beijos.

— Eu te amo tanto, meu amor. – ele falou, me olhando como se eu fosse a coisa mais linda do mundo. — Às vezes fico pensando em como eu seria triste se você não tivesse me atingido com a prancha naquele dia. – o mais velho riu ao lembrar do encontro desastroso dos dois.

— Por Deus, vamos esquecer disso. – murmurei contra a sua pele. — Sinto vontade de derreter quando lembro.

— Exagerada. – Gabriel apertou a ponta do meu nariz. — Você me ama? – ele perguntou, a voz soando mais dengosa. 

— É claro que eu te amo, meu amor. – falei. — Eu casei com você, Gabriel, quer prova de amor maior que essa? 

Medina riu, invertendo as nossas posições e se aconchegando em meu peito.

— Sim, acho que poderíamos providenciar um bebê. – o olhei com os olhos arregalados.

— Agora não. – comecei a fazer mexer nos fios ondulados do meu marido. — Quando eu finalizar a pesquisa podemos pensar sobre isso. – afirmei. — E de preferência em um dia que não esteja frio, pois já temos compromissos.

Dito isso, peguei o controle e dei play no filme. Logo a abertura familiar apareceu e as músicas temáticas me fizeram sentir uma nostalgia. Eu era obcecada por crepúsculo, queria muito um Edward para chamar de meu e viver um amor irrevogável. Então Gabriel apareceu na minha vida, ela veio rindo todo faceiro e quando me dei conta estava completamente apaixonada. Pouco mais de duas semanas depois de nos conhecermos ele me levou em um almoço de domingo e nunca mais saí dessa família. 

Atualmente eu poderia me considerar mais sortuda que a Bella, já que ela sofreu o pão que o diabo amassou para conseguir casar com o Edward e ainda teve uma bebê feia de CGI. Eu era feliz e vivia tranquila ao lado de Gabriel, éramos muito amigos e conseguíamos nos resolver muito bem, não era uma relação perfeita, mas éramos as nossas melhores versões um para o outro. 

E foi olhando para o meu marido, que dormia tranquilamente, que me dei conta de que eu não gostaria de mudar nada. Não o trocaria nem mesmo pelo Edward. 

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