10 - Descobrimos uma Triste História

20 3 0
                                    





~ Percy ~

De certo modo, é bom saber que há deuses gregos lá fora, porque aí temos alguém para culpar quando as coisas dão errado. Por exemplo, quando você está se afastando a pé de um ônibus que

acaba de ser atacado por bruxas monstruosas e explodido por um relâmpago, e ainda por cima está chovendo, a maioria das pessoas acha que na verdade isso é apenas muita falta de sorte, mas quando se é um meio-sangue, a gente sabe que alguma força divina está tentando estragar o nosso dia. A minha força divina parecia não querer seu preciso raio, porque me matar não ajudaria em nada.

Então lá estávamos nós, andando pelos bosques ao longo da margem do rio, em New Jersey, as luzes de Nova York tornando o céu amarelo atrás de nós e o fedor do rio Hudson entrando por nosso nariz.

O pobre Grover estava tremendo e balindo, e seus grandes olhos de bode, cujas pupilas haviam se transformado em fendas, estavam cheios de terror.

"Três benevolentes. As três de uma vez". Eu mesmo estava em estado de choque. A explosão das janelas do ônibus ainda ecoava em meus ouvidos. Mas Annabeth nos fazia seguir, dizendo: "Vamos! Quanto mais longe chegarmos, melhor".

"Nossas roupas e comidas", a lembrei. Como vamos chegar ao submundo sem comida, até a metade do caminho estaremos mortos".

"Bem, quem sabe se você não tivesse decidido entrar na briga..."

"O que queria que eu fizesse? Deixasse vocês serem mortos ?" Vou trocar o apelido de garota esperta para garota suicida.

"Você não precisava me proteger, Percy. Eu ia ficar bem". Muito bem assada.

"Fatiada como pão de fôrma", interveio Grover. "Mass bem".

"Cale a boca, garoto-bode", disse Annabeth. Grover baliu, triste.

"Ok, olha aqui garota, não desconte suas frustrações em nós, Quíron disse que essa missão não seria fácil e mesmo assim você concordou em vir, então abaixe a bola ou volte para acampamento, porque não precisamos disso". Desabafei e não esperei resposta, simplesmente continuei andando.

Nós caminhamos pelas terras lamacentas, por entre horríveis árvores retorcidas que tinham um cheiro azedo de roupa suja.Depois de alguns minutos, Annabeth veio para o meu lado.

"Olhe, eu..." sua voz vacilou. "Eu gostei de você ter voltado para nos defender, ok? Aquilo foi realmente corajoso".

"Somos uma equipe, não podemos deixar uns aos outros".

Ela ficou em silêncio por mais alguns passos. "É só que, se você morresse... além do fato de que seria realmente uma droga para você, isso significaria o fim da missão. Esta pode ser a minha única chance de ver o mundo real". Uau, sinto o amor.

"Acredite Annabeth, o mundo real não é tão fácil quanto você pensa, os monstros podem não ser fáceis", o tom da minha voz era monótono.

A tempestade havia finalmente acalmado. As luzes da cidade diminuíram atrás de nós, deixando-nos em uma escuridão quase total. Não conseguia ver nada de Annabeth a não ser um reflexo de seu cabelo loiro.

Decidi tentar conversar, talvez se nós tornamos próximos, seria mais fácil conviver até isso tudo acabar.

"Então... você não sai do Acampamento Meio-Sangue desde que tinha sete anos ?" Talvez não fosse o melhor assunto, mas era uma das poucas coisas que eu sabia sobre ela.

Percy Jackson, filho de Afrodite - 1 temporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora