Capítulo 22

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Jimin


Sentado na poltrona ao lado da minha cama, encarava o nada, meus joelhos estavam encostados em meu peito e eu os abraçava. De vez em quando, caia uma lágrima. Durante o caminho de volta - que foi feito na velocidade máxima do meu carro, logo depois que sai correndo do ginásio - consegui me acalmar. Então, quando cheguei a casa, a consciência de tudo que havia acontecido... Tudo que eu havia feito me atingiu como uma bigorna. Chegava a ser cômico, trágico-cômico, o fato a dor não me atingia mais - acredito já ter ultrapassado os limites desse sentimento. Já o constrangimento, que parecia ter se tornado meu fiel companheiro nessas últimas semanas, permanecia firme e forte em seu posto: ao meu lado, se divertindo as minhas custas.

Era impressionante, pateticamente impressionante, como eu sempre conseguia arrumar um jeito novo de me humilhar. Cada momento da minha vida em que Jungkook estava envolvido, eu confundia tudo. Confundi meus sonhos com a realidade quando ele me deu a flor, quando me beijou, quando agiu amigavelmente. Sonhei que ele gostava de mim; que ele queria os beijos tanto quanto eu; que gostava da minha companhia. Mas ele só estava sendo legal; fingindo; e sendo educado.

Era de se esperar que, depois de tantos tombos, eu aprendesse a desviar das armadilhas. Aliás, fora exatamente isso que eu prometera fazer: manter o foco, sempre me lembrando do motivo porque eu estar ajudando Jungkook, a fim de não me machucar ainda mais, me humilhar ainda mais. E, no primeiro grande teste que tenho para utilizar minha maturidade e honrar minha promessa, eu falho miseravelmente. Não que eu não teria gritado horrores com ele por ele ter falado mais do que devia a Tzuyu. O problema é que eu também falei mais do que devia. Era possível tê-lo confrontado pela traição sem ter que gritar aos quatro ventos que eu ouvi a conversa dele - que eu sabia da verdade - mas eu não fizera isso. Agora, no trágico momento que nos reencontrássemos, a compaixão em seus olhos seria ainda maior, o que acabaria de me matar.

Eu sou o pior tipo de fracassado: o fracassado que faz alarde sobre o próprio fracasso. Por que eu não podia ser daqueles que sofre calado, depois sacode a poeira e continua a caminho?

Fechei os olhos, encostando a testa no joelho. Apesar de tudo, como eu suportaria viver sem nem mesmo poder falar oi ao Jeon?

Senti uma fisgada no peito.

Ótimo! Agora a dor voltara. Como se eu já não tivesse o suficiente de sentimentos conflitantes ( orgulho ferido, raiva, amor - que infelizmente, apesar dos pesares, não morria - vergonha) com os quais lidar...

Supostamente não deveria doer porque eu senti meu coração sucumbir devido ao golpe-Tzuyu. Mas doía. E como doía...

Respirei fundo quando minha cabeça começou a martelar como se alguém estivesse batendo continua e fortemente nela. Apertei o abraço em minhas pernas, implorando mentalmente para que o som parasse. Depois de um tempo, meus pedidos foram atendidos. Suspirei, aliviado.

Contudo, agradecia cedo demais. Pouco depois, as batidas voltaram cinco vezes mais alto do que antes. Quase chorei de desespero.

"Jimin? Filho?" ouvi.

Foi quando eu percebi que as batidas não estavam em minha cabeça, e eram, na verdade, batidas na porta de meu quarto.

Ao apoiar minhas pernas no chão, cambaleei, meus membros inferiores reclamando por terem passado muito tempo na mesma posição. Parei por um instante, tentando recuperar o equilíbrio, depois fui destrancar a porta.

"Oi, mãe." franzi o cenho "Quando a senhora chegou?"

"Algumas horas atrás, querido."

Fiquei ainda mais confuso. Virei à cabeça para o lado a fim de olhar a janela. Uma luz fraca entrava por ela, indicando que o sol estava se pondo. Se eu deixei a escola logo depois do almoço, então... Onde foram parar todas aquelas horas?

Obsessão • Jikook ver.Onde histórias criam vida. Descubra agora