~•Vida Nova•~ (Murder Drones)

Alguém com novos olhos

Mesmo depois das coisas "complicadas" que ocorreram dentro daquele grande prédio, o mundo ainda girava e as coisas aconteciam como em qualquer outro dia. Mesmo agora com a perna enfaixada e estando um pouquinho melhor, V ainda estava raciocinando o que tinha acontecido no dia anterior. Ela queria acreditar que era mais uma alucinação ou algum tipo de brincadeira na tentativa de tirar sarro dela, mas para V, infelizmente esse não era o caso.
O prédio, as palavras e rosto de J, a tentativa de atirar contra a própria ex companheira mexeram bastante com a cabeça dela, mas isso não mudava nada.
V pensou sobre isso durante um longo período de tempo, e chegou em uma conclusão.

V-"... É melhor não falar nada. Esse planeta... Era tão pequeno e insignificante a poucos dias atrás, mas agora, de uma hora para outra, ele simplesmente virou um lar pro N, acho que deveria ser pra mim também, só que... no final, ele tem amigos, pessoas para conversar, e principalmente, agora ele tem a Uzi. O N realmente tem uma vida boa aqui, agora que ele superou as mágoas, pode finalmente seguir em frente... Mas..."

"Porque eu não consigo fazer isso também..?"

E enfim, a ficha acaba caindo para ela:Mesmo no meio de tantos Drones de todos os tamanhos, cores, idades e caráteres, ela ainda se sentia só, pois V finalmente percebeu que o seu mundo rodava ao redor daquela nave espacial e de mais absolutamente nada, só um espaço vazio que era para ter algum tipo de memória ou motivo de vida para que ela pudesse continuar vivendo. Mas querendo ou não, ela sempre ignorou e renegou esse fato com todas as forças durante todos esses anos, e sem nenhuma maneira ou brecha plausível para se desculpar por tudo que ela fez durante esse tempo, e assim ela permaneceria por tempos se não tivesse percebido isso.
Ao compreender esse fato de uma vez por todas e tomar toda a verdade em uma única facada, V leva as mãos ao rosto e começa a ter uma crise, vendo um turbilhão de flashbacks ao mesmo tempo e somente se lembrando de trechos de cenas que ela viu e frases sem sentido, o que pioram mais ainda sua situação e deixando ela cada vez mais ansiosa e inquieta, com sua respiração acelerando a cada segundo e seu corpo inteiro tremendo: Para acordar desse pesadelo, V teria de fazer alguma coisa meio radical demais, porém, a ansiedade tomou essa frente por ela. Em meio ao desespero e a falta de autocontrole, V tenta cravar suas garras com tudo dentro do próprio peito, na intenção de arrancar seu núcleo e o destruir de uma vez por todas, basicamente quase causando um suicídio dentro do quarto de hóspedes da casa da Uzi, se a mesma não tivesse a impedido, segurando o braço de V antes que ela pudesse fazer qualquer outra coisa.

Uzi-"OU SUA SOCIOPATA, TÁ ENLOUQUECENDO DE VEZ POR ACASO?? QUE DROGA FOI ESSA?? EU TE DEIXEI CINCO MINUTOS NO QUARTO E VOCÊ QUASE SE MATA? É ISSO????"

V-"Eu-... Espera, o que eu tô fazendo aqui afinal? Eu não tava na pilha de corpos hoje de manhã?"

Uzi-"Ahh que saco! Suas memórias reiniciaram de novo?? Quer saber, que se Dane! A gente tem que entender o que tá rolando com você, mas resumindo, você acordou hoje de manhã como em qualquer outro dia comum e simplesmente DESMAIOU DO NADA, aí o N te trouxe pra cá desesperado se tremendo todo, mas valeu por me dar um motivo pra faltar a escola. E por acaso, isso tem alguma coisa haver com a sua perna V?"

V não entendeu o porque dela perguntar isso, mas ela já sabia que deveria evitar qualquer coisa que pudesse ter haver com o dia anterior.

V-"Ehh, não..? Porque você perguntou isso?"

Uzi-"Sei lá, o impacto do incidente que cê tomou na perna foi pro cérebro??"

V-"... Se você tava planejando me falar isso, me deixava morrer logo, você nem gosta de mim mesmo né?"

Uzi-"NÃ- pera aí, como é a história?"

V-"Bem... É isso. Você não gosta de mim, e eu... Quer saber? Eu acho que não tenho motivos o suficiente pra continuar batendo boca contigo. Eu... Eu já vou tá? Se eu achar o N por aí, eu mando ele vir pra cá."

Uzi-"O V, espera aí! A gente precisa dar uma olhada no seu sistema interno pra descobrir o que tá causando i-"

Antes que Uzi pudesse terminar a frase, V fecha a porta e começa a ir embora, mas N estava esperando alguma das duas na sala, e quando ele a viu saindo, N parou ela imediatamente, super preocupado

N-"V! Tá tudo bem? Você quase caiu e bateu a cabeça hoje mais cedo, tem algo de erra-"

V-"Nada. Não, não tem nada de... Errado... A Uzi tá te esperando no quarto."

Afastando N da frente da porta e saindo da casa de Uzi, ela abre suas asas e vai voando sem olhar para trás, deixando a vida a levar para onde bem quiser:V precisava de um tempo para respirar.

Depois de um bom tempo voando às cegas, V acaba se cansando e senta para descansar em um lugar deserto que ficava depois de algumas construções antigas. Como já estava cansada de apostar sua vida dentro daquele tipo de lugar, V se senta em uma pilha de sucatas que havia por ali e resolve olhar ao redor, além de várias outras pilhas, ela também tem a oportunidade de apreciar uma bela vista.
Ela tentou relaxar e esquecer o mundo ao seu redor, mas sem nenhum sucesso, pois após tentar durante um certo período de tempo, V caiu de joelhos e começou a desabar em lágrimas, se lembrando dos flashbacks horríveis das vezes que ela morreu, de acontecimentos ocorridos naquela maldita mansão, e do Dia do Massacre na Mansão Elliot.
Mas, quando ela menos espera, alguma coisa atinge o chão a sua frente, causando um grande impacto que acaba a assustando de primeira, só que após se recuperar do susto, V logo percebe que se trata de uma caixa que havia sido arremessada com tanta força, que acabou acendendo pequenas chamas em sua estrutura. Quando ela a abre, encontra um cachecol vermelho e uma carta que estava um pouco queimada por conta da queda. Depois de analisar as coisas que ela tinha "achado", V resolve ler a carta que acompanhava a caixa:

"Oi V
Aqui estão algumas coisas para você. Talvez não lembre de tudo no primeiro momento, mas provavelmente o tempo irá te explicar as coisas melhor do que eu. Pode ser que nós nunca tenhamos qualquer tipo de contato novamente, porém, eu só quero que você saiba de uma coisa: Você pode ter plena noção de quem está te escrevendo isso, ou pode não ter a mínima ideia, mas independentemente da situação, mesmo que seja por um acaso, só quero que saiba que tudo de ruim que disse para você e N eram mentira. Durante muito tempo, eu me permiti ser controlada e moldada as vontades de 'alguém conhecido', e durante muito tempo, fui uma pessoa cega e arrogante que só pensava no próprio sucesso e não ligava para aquilo que de fato era importante: Minha vida e as pessoas que conviviam comigo. Eu sinto muito por tudo o que aconteceu e, mesmo que minhas palavras e atitudes não tenham absolvição, saiba que..."

Por conta do impacto, o final da carta acabou sendo queimado, impossibilitando que V pudesse ler o resto. Após sacudir a poeira do cachecol, ela o colocou e, por algum motivo se sentiu bem melhor. Apesar de parecer um pouco antigo, o cachecol era tricotado e macio, então não havia motivos para deixar de usá-lo, e também, V notou que embaixo da caixa, havia alguma coisa que ela não havia notado anteriormente: Afastando um pouco de neve no local aonde a caixa tinha caído, é possível ver o broto de uma planta nascendo, mesmo nos locais mais inesperados.
Mas os planos do nosso C.A.F (Casal Assassino Favorito) vão pra um rumo Bem diferente nesse fim de semana...
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Demorei pacas, MAS EU POSTEI!

Como estão nesse sábado? Tudo certo? Bem, não tem nada de certo pros nossos assassinos favoritos!
Pretendo postar mais um capítulo, então aguardem!

ASS: Yuri~