A Demon in my life

♧capítulo 1♧

Esse capítulo contém partes sensíveis.
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6:00 am.

Fui acordada pelo som do meu despertador, indicando o horário e mais um dia de luta, só torço que hoje não seja tão difícil como foi ontem.

Levantei da minha cama bem desorientada, perguntas começam a passar pela minha cabeça:

Como eu vim passar aqui?

Na minha casa?!

No meu quarto?!

Na minha cama?!

Eu não lembro de estar na minha casa.

A última coisa que eu lembro é de muitas pessoas vestidas de preto juntas, rindo e conversando, como se nada tivesse acontecido, como se ninguém daquele lugar estivesse triste pelo meu tio.

Começo a trocar de roupa. Hoje é o meu primeiro dia no ensino médio.

Já uniformizada pego o meu celular e vejo algumas mensagens não lidas.

Abro a minha última mensagem com o meu tio Jack. Não entendo o que essa mensagem significa... Números? Por que meu tio me mandou essa mensagem?

Olho o horário 06:25. Vou para o banheiro pentear o cabelo e escovar os dentes. Assim que termino, pego minha mochila e vou para a cozinha pegar uma maçã. Saio da minha casa em direção a casa do Caleb

... 06:33

Chego na casa de Caleb e vejo que ele já me esperava do lado de fora de sua casa. No exato momento em que nossos olhos se encontram, o meu mundo cai. Sinto os meus olhos se encherem de lágrimas, corro em direção ao meu melhor amigo e o abraço com força, como se aquele fosse o último abraço que eu daria nele ( talvez realmente fosse o último abraço que nós dois compartilhavamos ), abracei ele tão forte e me permiti chorar. Meu abraço era desesperado... Desperado por... Amor?... Carinho?... Atenção?... Compaixão?... Não! Não era por nada disso. Meu abraço só procurava no meu amigo o que ele sentia com o Jack, meu falecido tio.

Afeto!

Isso é o que eu sentia com o meu tio.

Era o único sentimento que eu precisava sentir:

Afeto.

- Luna? Quer desabafar agora?

Caleb, com uma voz doce, gentil e carregada de amor me perguntou.

- Sim!

Respondo.

- Estou te ouvindo.

Sua voz doce, gentil e carregada de amor se transformou em uma voz preocupada.

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- Sabe quando você não se encaixa em lugar algum? Como se nesse mundo tudo e todos se encaixassem menos você? Sabe quando a única pessoa desse mundo, que te faz bem, sai da sua vida e você automaticamente morre?

Olho para Caleb que me olha compreensivo.

- Sabe quando vc quer morrer, porquê nada mais faz sentido na sua vida? É assim que me sinto. Desde que completei 12 anos, esses pensamentos me perseguem: Por que estou viva? Por que eu ainda não tirei minha vida? Por que permitiram que eu nascesse?

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Paro de falar assim que percebo que falei mais do que devia.

Estava esperando receber críticas como resposta, porém recebi um beijo na testa, e o abraço que eu e meu amigo compartilhavamos se intensificou.

- O Jackob sabia sobre isso?

Pergunta ele.

Não consigo lhe responder, pois além de lágrimas escorrendo pelo meu rosto, eu começo a soluçar.

A resposta de Caleb foi um simples balanço de cabeça, afirmando.

- Tem mais coisa que o Jack sabia?

Mais uma vez balanço a cabeça afirmando.

- Quer me contar?

Ele me pergunta

Dessa vez négo

- Tá bom... Quando você estiver pronta irá me contar.

Foi a resposta de Caleb, que veio acompanhada de mais um beijo na testa.

- Melhor irmos para a escola.

Falo checando o horário.

Ele me da um sorriso gentil.

- Vamos.

É única coisa que fala antes de seguirmos o caminho.