3 - Veronica e Austin

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VERONICA

Já na terça feira à noite, termino minha janta escutando Austin tocar guitarra, meu Deus, ele não cansa nunca?.

- Fala gêmea! - ouço a voz de Damon quando atendo meu telefone.

- Fala grudento, o que você quer ?- Damon é a pessoa mais grudenta da face da terra, mas até que eu acho isso fofo, está comigo desde sempre né ?.

- Quero saber como foi o bar sexta, Dylan contou que Taylor estava lá - eu sabia que Dylan ia contar para Damon, pensa em um irmão fofoqueiro.

- Nada demais, nem conversei com ele, ele nem me olhou, você sabe que ele não me nota muito - e admitir isso dói, dói demais.

- Para, somos gêmeos, somos bonitos - riu, eu e Damon não somos tão parecidos igual meu pai é com a tia Dakota, mas temos nossas semelhanças.

- Enfim, está na casa de quem hoje ? Porque você não para quieto - ele ri no telefone e eu termino de comer.

- Estou no Alex, tio Jackson está muito bebado, está bem engraçado - riu e vou colocar meu prato na pia.

- Isso eu queria ver - ouço a voz da tia Lola e abro um sorriso.

- Vou mandar os vídeos no grupo da família, o que você está fazendo ?- quando vou sentar no sofá, pego o controle remoto e travo ao ver uma barata no chão.

- AHHHHH! - pulo no sofá, puta que pariu! Que nojo!.

- Veronica! Veronica! - pego meu celular que caiu no sofá.

- Tem uma barata aqui, preciso desligar, tchau.

AUSTIN

Já depois de sair do meu trabalho, que é comandar uma livraria famosa aqui em Toronto, sim, sou dono da maior livraria da cidade, vou rápido até meu carro, preciso muito tocar guitarra, é o melhor momento do meu dia para ser sincero.

- Fala - atendo meu telefone ao ver que é minha irmã mais nova Jasmine.

- Aí que grosso! Boa noite para você também - vejo que já são seis horas.

- Boa noite, agora fala - posso até ver ela revirando os olhos.

- Sábado vamos no baile de máscaras dos Know ?- abro um sorriso, vai ser muito divertido provocar Veronica lá, ela nem imagina que também sou amigo do pai dela.

- Sim, minha banda vai tocar lá - Jas suspira - nada de dar em cima de Ross.

- Ah seu cuzão! Porque ?- riu, como uma mulher bonita da chance para o Ross? O cachorro do Ross?.

- Porque a pergunta ? Já estou chegando em casa e quero tocar minha guitarra, então fala logo - posso de novo ver ela revirando os olhos.

- Ok seu grosso! Eu quero saber porque quero comprar um vestido bonito - é claro que era pra isso.

- E pode ir bem arrumada, os Know sempre estão bem vestidos - estaciono o carro já indo até o elevador.

- Sim senhor, beijinhos! - ela desliga o telefone. Faço tudo o que tenho que fazer em casa e coloco minha calça de moletom folgada, sem camisa, perfeito para tocar guitarra. Me perco na melodia, eu adoro rock, mas confesso que letras românticas....

- AHHHH! - erro o acorde e olho para a porta, alguém gritou ? - SOCORRO! - deixo a guitarra do lado e vou em passos rápidos até a porta, será que é a Veronica ? - AHHHH! - é ela.

- Veronica!- bato forte na porta, quem diria que os papeis iam se reverter.

- Está aberta! - abro a porta e vejo ela com uma almofada na mão e em pé em cima do sofá - aí graças a Deus, nunca pensei que iria ficar feliz em te ver - sorriu de lado.

- O que aconteceu ? Que gritaria é essa ? - vou até ela e vejo seu olhar ir para o meu corpo, humm, então ela gostou?.

- Tem uma barata aqui! - não aguento e começo a rir, não, não pode ser isso - seu imbecil, me ajuda! - não consigo parar de rir.

- Eu achei que você estava morrendo- ela revira os olhos e aponta para o chão.

- Bem que você queria! Ela está ali olha - vou até a barata e piso em cima dela.

- Viu? É fácil - vou até o banheiro, pego um papel, embrulho a barata, jogo no lixo e lavo a mão depois.

- Aí obrigada, nossa, nem sei como te agradecer - eu com certeza sei como ela pode me agradecer.

- Só isso? Posso voltar a tocar guitarra ?- falo caminhando até a porta.

- NÃO! - paro no meio do caminho - você não pode me deixar aqui sozinha - vou até ela e vejo que seus joelhos estão tremendo.

- Veronica, é só uma barata - falo e ela aperta forte meu braço, chega até doer por conta da sua unha grande.

- Você não tem noção do pavor que eu tenho - abro um sorriso.

- Posso imaginar - falo e pego ela no colo já ajudando ela a descer - viu? Segura - ela fica olhando para o chão que nem uma doida - Veronica, eu realmente preciso...

- Por favor Austin, você não pode me deixar aqui, aonde tem uma, tem milhares - suspiro - eu faço qualquer coisa- olho maliciosamente para ela - menos isso.

- Tem certeza que vai querer dever dois favores meus ?- ela revira os olhos e passa a mão pelos braços como se estivesse cheia de barata.

- Vai, meu irmão disse que você é legal, seja legal comigo hoje - ok, ela fica bem fofa assim.

- Está admitindo que sou legal ?- ela me soca no braço me fazendo fazer cara feia, porra, que força que ela tem - ok ok, vem comigo - falo e ela me acompanha até na minha casa, vejo que tranca a sua rápido.

- Obrigada - ela fala quando entra na minha casa, observo que ela olha em volta com olhos arregalados, tranco a porta.

- O que foi ?- ela me olha e pela primeira vez acho que ela repara na minha aparência, ela me olha de cima a baixo e depois olha para a casa - o que foi Veronica ?.

- Eu....você gosta de livros ?- concordo e vou até o roupeiro pegar as coisas para ela dormir.

- Eu sou dono de uma livraria - ela me olha incrédula - porque está me olhando assim?.

- Porque eu achei que você era um badboy mal amado - abro um sorriso e vou até o quarto de hóspedes, ela me acompanha.

- Só porque sou um guitarrista ?- ela concorda um tanto tímida - posso ser os dois - ela abre um sorriso e senta na poltrona me vendo arrumar a cama.

- Obrigada por me ajudar, eu realmente odeio baratas - apenas concordo, eu posso ser meio cuzão, mas não ia deixar ela na casa dela morrendo de medo.

- Com certeza você nunca teve que matar uma barata na vida - ela ri alto me fazendo sorrir, ok, ela até que é legal.

- Eu tenho 3 irmãos e uma irmã, você tem total razão - termino de arrumar e a olho.

- Já são onze horas, já quer dormir ?- ela concorda subindo em cima da cama - ok então, boa noite - falo e vou caminhando até a porta.

- Espera - a olho - pode tocar alguma coisa para mim até eu dormir ? - levanto uma sobrancelha.

- Achei que não gostasse quando eu toco guitarra - ela suspira.

- Não gosto quando você toca as 4 horas da manhã - justo, ela pode ter razão - mas nada de metálica - abro um sorriso, pego minha guitarra e sento ao seu lado - espera - ela se ajeita.

- Pronta ? - ela concorda e fecha os olhos, eu apago a luz e começo a tocar sem saber o que estou tocando. Não sei até que horas eu toco, mas quando paro, ela está dormindo, a observo, ela parece muito calma assim, até um pouco angelical, deixo minha guitarra de lado e deito ao seu lado, vou ficar aqui até me dar sono.

Meu VizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora