Castelo Infinito

TENEBRIS, O LIVRO OCULTO

– Mas que demora. (Sanchez)
– Relaxa, aproveita o clima. (Dhon)
– Sinceramente Dhon não dá pra aproveitar esse clima barulhento e cheio de luzes aleatórias atormentando meus olhos, que saudades do nosso castelo.
– Eu sei, também estou com saudades do castelo, mal vejo a hora de estarmos de volta.
– Senhores, chegamos ao Bridge Park, onde desejam ficar? (Motorista)
– Logo Alí, frente a floresta por favor. (Sanchez)
– Ok.
– É uma bela floresta, poderíamos nos mudar para cá. (Dhon)
– E ter que aturar esse barulho infernal da cidade? Eu me recuso. (Sanchez)
– Tem razão, mas vai pensar no caso?
– Pode apostar que não e pare de falar bobagens.

Ao chegarmos ao Bridge Park avistamos as meninas logo ao descer do carro, estavam nos esperando, cheguei com as sacolas de poutines e ofereci a elas, aceitaram e seguimos caminho cortando por dentro da floresta. Alguns minutos se passaram e chegamos à caverna que a Thalita tinha mencionado, estava em um local quase impossível de se encontrar, só notei que era uma caverna quando cheguei perto.

– Thalita, como você sabia sobre essa caverna? (Aline)
– Eu e um colega meu vinhemos fazer uma pesquisa por essas redondezas quando trabalhávamos juntos. (Thalita)
– Antes de qualquer coisa vamos nos certificar que estamos a sós. (Sophia)
– Tudo indica que sim, mas vamos garantir que esteja tudo em ordem. (Thalita)
– Sanchez e Dhon, vocês olham o fundo da caverna.
– Certo. (Dhon)
– Aline e Sophia, vocês olham o lado de fora da caverna, certifiquem-se de não haver ninguém por perto.
– Pode deixar. (Aline)
– Eu ficarei aqui esperando por vocês, vão rápido e prestem o máximo de atenção. (Sophia)
– Isso está começando a me assustar. (Sanchez)
– Vamos Sanchez, estou ansioso para ouvir o que a Sophia tem a dizer sobre esse livro. (Dhon)
– Ok, vamos.

Fui com o Sanchez correndo até o fundo da caverna para ver se estávamos a sós, não tínhamos super poderes mas poderíamos ver perfeitamente no escuro, nada se escondia dos nossos brilhantes olhos vermelhos.
Então vimos que não tinha nada e voltamos para o meio da caverna onde estava a Sophia.

– Sophia! Sophia! Você não vai acreditar no que tinha no fundo da caverna. (Dhon)
– O que? (Perguntou a Sophia com um olhar amedrontado).
– Não tinha absolutamente nada. (Dhon)
– Você realmente tem o dom de me tirar do sério. (Disse a Sophia depois de dar um soco na minha cara)
– Você bate muito exagerado Sophia, eu mal tô conseguindo sentir o meu rosto.
– hahaha. (Sanchez)
– Você bem que mereceu Dhon. (Sophia)
– Do que está rindo Sanchez? (Dhon)
– As meninas estão chegando, se comportem.
– Olá pessoal, tudo em ordem por aí? (Aline)
– Sim, não tem ninguém aqui na caverna. (Sophia)
– Lá fora também não tem ninguém. (Thalita)
– Ótimo, Agora pode falar Sophia. (Sanchez)
– Ótimo, então vamos lá. O livro que estamos procurando se chama Tenebris, ele é um livro oculto, um dos primeiros livros do mundo a ser criado por um demônio.
– Então demônio sabe ler? Não sabia que tinha escola no inferno. (Dhon)
– Não seja bobo Dhon, eles não sabem apenas ler mas também sabem falar todos os idiomas desde o momento da sua existência. (Sophia)
– Pelo o que eu sei, Tenebris vem do latim que significa Trevas. (Sanchez)
– Sim, está certo. No verso deste livro tem uma frase que é: Creatio Omnis Mali, que significa a criação de todo o mal.
– Peraí você está dizendo que esse livro explica como surgiu todo o mal? (Thalita)
– Não, esse livro foi criado por um dos primeiros demônios que existia na terra, Esse demônio queria dominar todo o planeta com suas maldições tornando-se digamos que um deus, esse livro não explica como foi criado o mal, mas ensina como criar.
– Isso tá parecendo um filme, alguém quer uma pipoquinha? (Dhon)
– Dhon, onde arrumou essa pipoca? (Sophia)
– Eu comprei quando vim de táxi com o Sanchez pra cá.
– Presta atenção, antes que eu soque esse saco de pipoca no meio da sua garganta.
– Eu não duvido. (Sanchez)
– Tá, tá, tá, desculpa, vou guardar a pipoca mas depois não digam que eu não ofereci.
– Sophia, isso significa que o Sanchez e a Thalita foram transformados em vampiros porque leram alguma maldição do livro, certo? (Aline)
– Sim, porém não foi qualquer maldição, caso contrário eles teriam morrido, eles leram algo relacionado a transformação de pessoas em vampiros, só que como não sabiam com o que estavam lhe dando e acabaram não sabendo finalizar a maldição. (Sophia)
– Acabaram se amaldiçoando. (Aline)
– Tudo indica que sim.
– Mas então o livro se separou em partes por causa desse erro de maldição? (Sanchez)
– Não, o que você e a Thalita encontraram foi apenas metade do livro. (Sophia)
– Metade? (Thalita)
– Antes desse demônio invocar todas as maldições e lançar sobre a terra ele foi selado dentro do tenebroso por algum ser que ninguém sabe, depois do selamento o livro foi separado em cinco partes e escondido em cincos diferentes lugares do planeta, para manter o selamento, sendo eles: Antigo cemitério das bruxas, no Canadá, onde queimavam bruxas e enterravam nesse lugar naquela época, hoje é apenas um cemitério, onde o Sanchez e a Thalita encontraram uma parte do livro, outra parte está na Turquia, no portal de Plutão onde vocês encontraram uma grande parte dele.
– Isso significa que ele ainda está lá? (Sanchez)
– Sim, a outra parte do livro está localizada no coliseu secreto dos vampiros na Romênia. (Sophia)
– Eles são as autoridades que comandam os vampiros, com certeza estão com posse na outra parte do livro, nesse caso será impossível pegar.
– Graças a Aline que conseguiu ouvir algumas informações do livro no Coliseu dos vampiros conseguimos encontrar essa outra parte do livro antes deles.
– Como conseguiu todas essas informações? (Thalita)
– Em um castelo na Califórnia, consegui falar com um bruxo que sabia sobre esse livro, ele se chamava Leví.
– Eu e o Dhon não podíamos entrar, só é permitido uma pessoa por semana falar com o bruxo, então a Sophia foi. (Aline)
– Infelizmente não é apenas isso. (Sophia)
– Tem mais? Desembucha. (Dhon)
– Eu e o Leví fizemos um acordo, ele pediu que encontrássemos o livro e o levasse ao castelo para ter seu fim definitivo, caso contrário se ele for encontrado e todas as partes forem juntadas pode ser o fim de toda a existência.
– O fim? De toda a existência? Não pode ser. (Dhon)
– Exatamente. (Aline)
– Mas, porque isso justo agora!
– Você ficou tão pálido, o que aconteceu, ficou com medo?
– Não é nada, apenas estou preocupado.
– Sophia, sobre esse acordo você pediu algo em troca? (Aline)
– O Leví falou que quando isso for cumprido ele pode realizar um pedido nosso, mas apenas um pedido. (Sophia)
– Além de termos nossa terra salva, ainda vamos ter um pedido realizado, que maravilha. (Thalita)
– Mas não sei se realmente é verdade, podemos ser enganados e se isso acontecer vai ser o fim de tudo. (Sophia)
– Você sabe onde estão as outras partes do livro? (Sanchez)
– Não, mas vamos buscar informações ao passar do tempo. (Sophia)
– Entendi.
– Agora vamos nos preparar para voltar ao nosso castelo. (Sophia)
- Cadê o Dhon? (Aline)
– Ele sumiu? Mas ele estava aqui quase agora. (Sophia)
– Será que alguma coisa pegou ele? (Thalita)
– Acredito que não, seria impossível não notar a presença de alguma coisa a essa distância, ele deve ter saído por conta própria. (Sanchez)
– Ele nunca fez isso. (Sophia)
– Vamos, procurar lá fora, rápido. (Aline)
Todos saíram correndo da caverna e logo mais avistaram o Dhon sozinho, ele estava de pé observando a lua.
A Aline correu mais rápido, e foi a primeira a chegar perto.
– Dhon, O que aconteceu? (Aline)
– Nada, eu apenas quis sair primeiro que vocês. (Dhon)
– Sério?
– Aham. (Respondeu o Dhon olhando a lua)
– Você parece estar tão preocupado, pode falar pra mim o que está acontecendo? Por favor Dhon, eu estou com você.
– Bom, é que…
(Os outros chegam…)
– Dhon, você está aí! Porque saiu sem avisar a gente? (Sophia)
– Desculpem.
– Não faça mais isso Dhon, quase nos matou do coração… Ops, esqueci que somos imortais. (Sanchez)
– Pensamos que alguma coisa tinha te pegado. (Thalita)
– Não se preocupem comigo, vamos voltar logo ao aeroporto antes que o avião decole.
– Dhon? (Aline)
– Fala. (Dhon)
– Você ia me falar alguma coisa?
– Não, e não se preocupe comigo Aline, está tudo bem.
– Certo, mas…
– Aline, por favor.
– Desculpe.
– Então tá, vamos indo, acho que já está tudo resolvido por aqui. (Sophia)
– Claro, vamos sim. (Aline)

Saímos da floresta de Bridge Park e pegamos um ônibus em direção ao Portland International Airport, onde íamos pegar o avião de volta para a Romênia, o clima entre nós estava misteriosamente tenso e um silêncio devastador nos dominava, eu não estava me importando pelo fato de estarmos em uma missão que envolvia um livro poderoso de um demônio, mas tinha uma coisa que estava me incomodando…