1-Recomeço

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Ana Flávia Castela

Eu desembarquei do trem na estação de São Paulo, com Benício nos meus braços e um misto de ansiedade e esperança no peito

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Eu desembarquei do trem na estação de São Paulo, com Benício nos meus braços e um misto de ansiedade e esperança no peito. O sol da manhã brilhava forte, e eu não podia evitar a sensação de liberdade que era estar começando um novo capítulo da minha vida. Finalmente, após anos fugindo de um relacionamento abusivo,estava aqui, em uma nova cidade,longe do passado que me atormentava.

Enquanto eu tentava me orientar entre a multidão, as memórias dolorosas voltaram com força. Fechei os olhos por um momento, me forçando a lembrar daquilo que eu estava deixando para trás.

Flashback on:

O apartamento estava escuro,e eu me sentia como se estivesse presa em um pesadelo interminável. Eu estava sentada no sofá, com Benício em meu colo, tentando faze-lo dormir. Enquanto ouvia os passos pesados que se aproximavam da porta. A chave girou na fechadura,e eu sabia que ele havia chegado.

Quando ele entrou, cambaleando e com o cheiro de álcool,o medo se predominou em mim.

-Olha só quem está aqui. Ele dizia com a
voz arrastada e carregada de raiva.

-Você realmente pensou que ia escapar de mim?-Dizia com deboche.

Tentei manter a calma, mesmo com o medo me consumindo,disse.

-Por favor, saia. Não é a hora. Estou com o nosso filho nos braços.

Ele não se conteve e avançou na minha direção, a fúria estava estampada no seu rosto.

-Você acha que pode me deixar? Ninguém vai querer uma mulher como você, sozinha e maluca. Você não vale nada.

Eu apertei Benício contra mim, tentando protegê-lo do caos que acontecia.

-Não faça isso. Eu só quero que você vá embora.

Ele ignorou meus apelos e, em um ato de violência,me empurrou para o lado. O desespero se misturava com o medo enquanto eu lutava para proteger meu filho.

-Você é uma porcaria. Sempre foi uma inútil. E agora, se acha no direito de se esconder com esse bebê? Patética!

O som de objetos sendo arremessados e quebrados ecoava pelo apartamento, enquanto eu tentava acalmar Benício e me proteger. A sensação de desamparo e tristeza era esmagadora, e eu sentia o mundo desmoronar ao meu redor.

Flashback of:

Eu sacudi a cabeça, tentando afastar as lembranças dolorosas. A estação de trem de São Paulo estava agitada pela movimentação de pessoas e eu precisava focar no presente. Respirei fundo, tentando absorver a nova energia da cidade ao meu redor. Era uma cidade vibrante, cheia de oportunidades, e eu estava determinada a aproveitar cada uma delas.

Saí da estação com uma pequena mochila e o carrinho de bebê, sentindo uma leve sensação de empoderamento ao perceber que estava tomando as rédeas da minha vida. A mudança era desafiadora, mas eu estava pronta para enfrentar cada obstáculo.

Caminhei pelas ruas movimentadas, observando a arquitetura e o ritmo frenético da cidade. Cada passo que dava me fazia sentir que estava realmente começando de novo.
Encontrei um pequeno apartamento em um bairro tranquilo e comecei a montar um novo lar para mim e Benício.

Já no nosso novo lar! Coloquei Benício para dormir em seu novo berço,já tinha arrumado tudo! Entã sentei na sala, refletindo sobre tudo que vem acontecendo na minha vida. Olhei pela janela para a cidade que aparecia à minha frente e senti uma onda de esperança. Era o começo de uma nova jornada. O passado estava ficando cada vez mais distante, e eu estava pronta para abraçar o futuro com todas as suas promessas e  possibilidades.

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