05-Encantado

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GUSTAVO MIOTO

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GUSTAVO MIOTO

Quando a entrevista com Ana Flávia começou, eu estava preparado para mais uma conversa profissional, como tantas outras que já conduzi. Mas algo foi diferente desta vez. Assim que sua imagem apareceu na tela, fui surpreendido por um nervosismo incomum,algo que não sentia há muito tempo. Ana Flávia era não apenas competente, mas havia uma aura nela que era difícil de ignorar. Durante toda a entrevista, tentei manter o foco nas perguntas, analisar suas respostas com a objetividade que a situação exigia. Mas, ao mesmo tempo, não pude evitar reparar em como ela era incrivelmente bonita. Seu sorriso era cativante, e a maneira como falava, com confiança e um toque de vulnerabilidade,despertou algo em mim.
Ela começou falando sobre sua experiência em uma empresa de máquinas, e logo percebi que, apesar de ter interrompido o curso de Administração,Ana possuía uma base sólida. Suas habilidades em gestão de estoque, controle financeiro e atendimento ao cliente mostravam que ela sabia como manter tudo em ordem, mesmo em situações desafiadoras. Mas o que mais me chamou a atenção foi a forma como ela equilibrava suas responsabilidades como mãe e profissional.

Quando ela mencionou seu filho, não pude deixar de admirar sua força e determinação. Lidar com a maternidade e,o mesmo tempo, buscar oportunidades profissionais em uma cidade como São Paulo exige coragem. E ela demonstrava isso em cada palavra.

Conforme a entrevista avançava, eu me perguntava se ela percebia o impacto que estava causando em mim. Claro, mantive a postura profissional, mas a verdade é que Ana Flávia mexeu comigo de uma forma que eu não esperava. Quando a conversa terminou,e ela agradeceu pela oportunidade, eu já sabia que precisaria falar com ela novamente, mas não apenas pelo trabalho.

Assim que a videochamada terminou, fiquei alguns minutos em silêncio, refletindo sobre tudo. Decidi enviar uma mensagem para ela pelo WhatsApp, agradecendo pela participação e oferecendo minha ajuda para qualquer coisa que precisasse. Não queria parecer invasivo, mas também não queria deixar passar a chance de manter o contato.  Quando vi sua resposta um simples “Muito obrigada pela mensagem e pela oportunidade. Fico feliz em saber que posso contar com você. Qualquer coisa, eu te aviso”, senti um alívio misturado com uma leve ansiedade. Ela parecia genuinamente grata, e isso me deu esperança de que esse poderia ser apenas o começo de algo mais.

Agora, com o celular na mão, me peguei pensando nela novamente. Ana Flávia era diferente. Havia algo em seus olhos, em sua voz, que me fazia querer conhecê-la melhor, além do profissional. Mas, por enquanto, guardaria esses pensamentos para mim. Precisava manter o foco no trabalho e decidir sobre a vaga, mas não conseguia ignorar o fato de que aquela entrevista, de certa forma, tinha mudado algo em mim.

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