Sempre a invisível
Nunca a protagonista
Sempre a vila
Nunca compreendidaMas todo vilão e só uma vítima
Cuja história não foi contada
Então eis a delaIrmã primogênita
Herdeira do trono
Levada a se esconder
Ouvir e obedecerSempre fazendo de tudo
Pra fazer jus a seu título
Tratando todos com amor
Fazendo de tudo pelos que ama
Com a nação de copas nos ombrosE a chamam de louca
A julgam má
A fazem se esconderPorque o que mais fazer
Quando ninguém a vê de verdade
Se não ser o que entendem de você?Porque todos olham pra sua irmã
Perfeita, com a coroa de ouros
Reluzindo e sendo amadaSempre
Os pretendentes são dela
A atenção é dela
As vontades são delaE a outra restam as flechas do cupido
Cravadas fundo em seu coração
E em sua mente
Reforçando que nunca será suficienteOs espinhos crescem e a envolvem
As rosas ficam mais vermelhas
Os corações se partem
Porque tudo o que ela queria era ser amada
Cortejada do jeito que merece
Por quem não a enxergaEla não é louca
Ama sua família
Está cercada de amigos leais
Mas foi levada ao extremo
E afundou na toca do coelhoAgora ela chora todas as noites
Desejando que um cavalheiro possa remendar suas cartas
Porque ela não acredita mais no amor
E a cada pretendente, ela apenas clama
Que cortem-lhe a cabeça
Antes que lhe seja despedaçado o coração
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A espiral
PoetryColetania de poemas de temas diversos. alguns com referências a outras obras outros apenas sobre uma garota passando pela ansiedade