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Na terça-feira, Min-ho e eu fomos designados para limpar uma das salas da escola após o horário das aulas. Trabalhamos juntos, conversando e rindo enquanto organizávamos os materiais e limpávamos as mesas.

— Você tem irmãos, Jessie? — perguntou Min-ho, enquanto varria o chão.

— Sim, tenho. Um mais velho e um mais novo. E você? — respondi, empilhando alguns livros.

— Não, sou filho único. — disse Min-ho, sorrindo.

Quando terminamos de limpar, estávamos prestes a sair quando a porta bateu com um estrondo, trancando-se automaticamente.

— O que foi isso? — perguntei, surpresa.

— Acho que a porta se trancou. Vamos tentar abrir — sugeriu Min-ho, indo até a porta e tentando girar a maçaneta. — Está trancada.

— E agora? — perguntei, começando a ficar nervosa.

— Vamos tentar chamar alguém para nos ajudar — disse Min-ho, batendo na porta e chamando por ajuda. — Alguém aí? Estamos presos!

Depois de alguns minutos sem resposta, Min-ho suspirou e se encostou na parede.

— Parece que estamos presos aqui por um tempo — disse ele, olhando para mim.

— Ótimo… — murmurei, sentando-me no chão.

Min-ho se aproximou e sentou-se ao meu lado.

— Não se preocupe, alguém vai nos encontrar em breve — disse ele, tentando me confortar.

O silêncio entre nós era palpável. Eu sentia meu coração bater mais rápido, não apenas pela situação, mas pela proximidade de Min-ho. Ele olhou para mim, seus olhos cheios de uma intensidade que eu não tinha visto antes.

— Jessie, eu… — começou Min-ho, hesitando.

— O que foi, Min-ho? — perguntei, olhando diretamente para ele.

Antes que eu pudesse reagir, Min-ho se inclinou e me beijou. Foi um beijo cheio de paixão e desejo, e eu me vi correspondendo, mesmo com a confusão em minha mente. As mãos de Min-ho seguraram meu rosto com delicadeza, enquanto eu sentia uma mistura de emoções.

O beijo parecia durar uma eternidade. Eu podia sentir o calor de seu corpo, o toque suave de seus lábios, e meu coração batia descontroladamente. Era como se o mundo ao nosso redor tivesse desaparecido, deixando apenas nós dois naquele momento.

Depois de um longo momento, Min-ho se afastou, parecendo desesperado.

— Desculpa, Jessie. Eu não devia ter feito isso. Me perdoa — implorou ele, com os olhos cheios de arrependimento.

Eu estava atordoada, sem saber o que dizer. Antes que pudesse responder, um dos zeladores abriu a porta, permitindo que saíssemos.

— O que vocês estão fazendo aqui? — perguntou o zelador, surpreso.

— Ficamos presos. Obrigado por nos soltar — respondeu Min-ho, rapidamente.

Enquanto saíamos da sala, eu sentia meu coração dividido entre Han e Min-ho. A confusão em minha mente só aumentava, e eu sabia que precisaria de tempo para entender meus próprios sentimentos.

No caminho para casa, meus pensamentos estavam em turbilhão. O beijo de Min-ho tinha sido inesperado e intenso, e eu não conseguia parar de pensar nele. Ao mesmo tempo, meus sentimentos por Han também eram fortes, e eu não sabia como lidar com essa situação.

“Será que estou me apaixonando por Min-ho?”, pensei, enquanto caminhava. “Ou talvez seja só momentâneo... E o Han?... Ah, chega de pensar nisso! Eu deveria me preocupar menos com isso...”

Quando cheguei em casa, fui direto para o meu quarto e me joguei na cama, tentando processar tudo o que tinha acontecido. Eu sabia que precisava falar com alguém sobre isso, mas não sabia por onde começar. Eu olho para o teto, passando os dedos pelos lábios, ainda eufórica pelo beijo repentino de Min-ho.

Quando eu menos espero, Bangchan abre a porta, parecendo um pai quando vai nos acordar de manhã.

— Eai, Jessy! — diz ele, já dentro do quarto. Me chamando pelo apelido fofo que ele me deu quando tínhamos 10 e 12 anos.

Me sento com rapidez.

— Ei! Bata na porta da próxima vez! E se eu estivesse pelada aqui dentro? — digo desesperadamente, mas de forma brincalhona.

Ele me olha de cima a baixo, com desdém.

— Credo... — ele murmura baixo.

— Oi?

— Ah, nada não. — ele se senta do meu lado, na cama. — Sua cara está meio...

— Feia?! — eu o interrompi.

Ele vive falando que eu sou feia, que sou uma cópia muito mal feita dele... Ele se acha muito. Ele solta uma risada.

— Não! Não é isso. Você parece estar pensando em algo... O que aconteceu na escola? Ficou sozinha na sala? Esqueceu o dinheiro da cantina? Bebeu água? Precisa se hidratar.

As preocupações dele me deixam meio sufocada, pior é que ele sempre faz isso... Mas eu entendo ele. Nós não moramos com nossos pais. Nossa mãe vive fazendo viagens ao trabalho, já nosso pai... Nem me pergunte sobre ele.

Suspiro.

— Não, não é nada disso... — eu olho para o lado. — Eu dei meu primeiro beijo...

— Sério? Na minha época, os primeiros beijos ocorriam com até 10 anos de idade, não com 17. — ele ri.

Dou um soquinho camarada no ombro dele.

— Não ria de mim! Foi de repente...

— Ah, um beijo de repente?... Saquei... — ele me olha, curioso. — Mas por que foi de repente?

— Porque eu não esperava...? Ele me beijou do nada, eu só retribuí.

Ele põe uma das mãos em meu ombro, alisando.

— Meu primeiro beijo também foi desse jeito. Só... Tenta não se arrepender, tá?

Eu o olho, apertando os lábios, formando um leve sorriso.

— Claro! Não irei me arrepender. — eu digo, calma por fora, mesmo estando com medo por dentro.

𝑶𝒔 𝑨𝒎𝒊𝒈𝒐𝒔 𝑫𝒐 𝑴𝒆𝒖 𝑰𝒓𝒎𝒂̃𝒐 - 𝒯. 𝒜 ℳ𝒾𝓃𝓈𝓊𝓃𝓰Onde histórias criam vida. Descubra agora