★𝟶𝟹★

39 9 13
                                    

O dia na escola tinha sido longo, mas divertido. Min-ho e Han estavam se tornando bons amigos, e eu me sentia cada vez mais à vontade com eles. Enquanto caminhava de volta para casa, meus pensamentos estavam cheios de lembranças do dia. A aula de educação física, as conversas na biblioteca, e até mesmo os momentos de silêncio compartilhados com Min-ho.

“Será que estou começando a gostar dele?”, pensei, enquanto chutava uma pedrinha no caminho. “Ou talvez seja só amizade. De qualquer forma, é bom ter novos amigos.”

Quando cheguei em casa, a primeira coisa que notei foi a bola de futebol de Felix abandonada na calçada. Ele devia estar jogando na rua com os amigos. Abri a porta da frente e entrei, esperando encontrar a casa tranquila. Mas o que vi me pegou de surpresa.

Bangchan e Yunna, sua namorada, estavam no sofá da sala, trocando beijos apaixonados. Eles nem perceberam minha entrada.

— Ah, não acredito! — exclamei, interrompendo o momento deles.

Bangchan se afastou rapidamente de Yunna, com um olhar de culpa.

— Jessie! O que você está fazendo aqui tão cedo? — perguntou ele, tentando parecer casual.

— Eu moro aqui, lembra? — respondi, cruzando os braços. — E você, Yunna, não tem casa?

Yunna riu, mas parecia um pouco desconfortável.

— Desculpa, Jessie. Eu só vim visitar o Bangchan — disse ela, tentando amenizar a situação.

— Visitar? Parece mais que vocês estavam se devorando! — retruquei, ainda irritada.

— Ah, para com isso, Jessie. Você está exagerando — disse Bangchan, revirando os olhos.

— Exagerando? Eu só quero um pouco de paz na minha própria casa! — respondi, elevando a voz.

Nesse momento, Felix entrou correndo pela porta, suado e ofegante.

— O que está acontecendo aqui? — perguntou ele, olhando de um para o outro.

— Nada demais, Felix. Só uma pequena discussão de família — disse Bangchan, tentando encerrar o assunto.

— Pequena? Parece mais uma guerra! — respondeu Felix, rindo.

— Cala a boca, Felix. Você nem sabe do que está falando — retruquei, irritada.

— Ei, não fala assim com ele! — disse Yunna, defendendo Felix.

— Ah, agora você também vai se meter? — perguntei, olhando para Yunna.

— Eu só estou tentando ajudar! — respondeu ela, cruzando os braços.

A discussão continuou por mais alguns minutos, com todos falando ao mesmo tempo. Finalmente, nossa avó desceu as escadas, com um olhar sonolento e irritado.

— O que está acontecendo aqui? Não dá para ter um pouco de paz nessa casa? — perguntou ela, com a voz firme.

Todos nós nos calamos imediatamente. A avó tinha esse efeito sobre nós.

— Desculpa, vovó. Nós só estávamos discutindo — disse Bangchan, olhando para o chão.

— Discutindo? Parece mais que vocês estavam tentando derrubar a casa! — respondeu ela, balançando a cabeça. — Agora, todos para os seus quartos. E você, Yunna, é melhor ir para casa.

Yunna assentiu e se despediu rapidamente, saindo pela porta da frente. Bangchan, Felix e eu subimos as escadas em silêncio, cada um indo para o seu quarto.

Deitei na cama, ainda sentindo a adrenalina da discussão. “Por que tudo tem que ser tão complicado?”, pensei. “Eu só queria um pouco de tranquilidade.”

Fechei os olhos e tentei me acalmar. Apesar de tudo, eu sabia que amava minha família, com todas as suas inúmeras imperfeições. E, de alguma forma, isso me dava forças para enfrentar qualquer coisa que viesse pela frente.

𝑶𝒔 𝑨𝒎𝒊𝒈𝒐𝒔 𝑫𝒐 𝑴𝒆𝒖 𝑰𝒓𝒎𝒂̃𝒐 - 𝒯. 𝒜 ℳ𝒾𝓃𝓈𝓊𝓃𝓰Onde histórias criam vida. Descubra agora