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Rio de Janeiro
26/01/2025



Não era uma sensação desconhecida e estranha pisar em São Januário para mim, todo santo dia estava lá por causa de Davi. Mas era estranho para mim entrar no estádio para presenciar a apresentação de Philippe. É loucura ver quantos anos se passaram, e que agora estou vendo ele retornar.

Durante todos esses anos sempre procurei saber o mínimo dele, que era durante o período de Seleção Brasileira — Levou um tempo até aceitar que não deveria me privar de algo que gosto por causa dele —, qualquer coisa que soube além disso foi contra minha vontade. E com a total vontade de Davi, que o tem como uma inspiração, muito mais até, como um ídolo.

Saber que ele está retornando ao Brasil, para jogar no Vasco... Nossa, isso tem me deixado de cabelo em pé nessas últimas semanas. Só de encontrar meu ex-sogro, apenas elevou o meu nível de estresse.

Entretanto no meio de toda a sua confusão do passado se tornando presente, tem um pré adolescente que não merecia tudo isso.

Davi estava contagiante desde que começaram os rumores dos jornalistas, e então receber um convite do próprio pai do Coutinho, era impossível recusar sem magoar o meu garoto. E por ele eu faço tudo o que posso, incluindo rasgar o meu orgulho e engolir minha vergonha.

Por Deus, isso vai ser horrível.

Descendo do carro, eu ajeito minha calça de alfaiataria preta que combina perfeitamente com a camisa branca do lançamento da nova temporada do Vasco, meu cabelo está solto com minhas ondas naturais e nos pés coloquei um Air Force branco para combinar.

Eu estava nervosa, tinha que admitir, e tudo piorava quando lembrava de que seria intimada pelo Zé Carlos. Ao menos era ele e não o Philippe. Por pouco tempo, eu sei.

No caminho para seguir ao vestiário — local onde seu Zé indicou que era pra ir assim que chegasse no estádio — passei pelo estúdio da Vasco Tv, e soltei um sorriso curto para o Fellipe Bastos ao notar o mesmo como um dos comentaristas, não sabia se ele lembrava de mim, já que faziam 14 anos e esperava que o sorriso retribuído fosse por lembrar e não apenas de educação. Talvez fosse só educação.

Na beira da porta para entrar no vestiário, eu poderia sentir meu coração quase explodir da minha caixa torácica, aquele lugar estava cheio de pessoas que não conhecia e as que conhecia não era uma relação muito amigável, ao menos da minha parte. Mas nada disso era um impedimento grande o suficiente para meu filho, Davi tomou à frente e entrou no local sorrindo para alguns dos funcionários que conhecia, recebendo os cumprimentos de volta como o miss simpatia que sempre foi.

Conseguia sentir alguns olhares voltados para mim — Devem estar pensando que sou um idiota por estar aqui, principalmente de alguns membros da família Coutinho, e dava graças a Deus que o camisa 11 estava muito ocupado tirando fotos sem parar para perceber que nós estávamos ali. Não que tivesse feito algo de errado para Philippe ou a família em si, mas era desconfortável estar lá no mesmo lugar que sua atual esposa e filhos. Eu não fazia mais parte disso, deles, e me sentia como uma intrusa.

Então, só me resta observar de longe, e tinha que admitir, ele formou uma família linda com Ainê. Seus filhos são lindos, e totalmente atentados.

  — Mãe, tira uma foto minha com o Coutinho? — Sou tirada dos meus pensamentos por Davi, que estendia seu celular impaciente para mim.

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⏰ Última atualização: Sep 18 ⏰

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