ㅤㅤㅤㅤㅤㅤ𓂀┊𝗥𝗔𝗩𝗘𝗡 𝗣𝗘𝗟𝗘𝗧𝗜𝗘𝗥
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤ𝐓𝐇𝐄 𝐃𝐄𝐕𝐈𝐋 𝐑𝐈𝐒𝐄𝐒 - استمر في البقاء
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ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ𝖇ᴏᴡ 𝖉ᴏᴡɴ 𝖙ᴏ 𝖒ᴇNão me lembro exatamente quando parei de assistir televisão e de acompanhar o que estava acontecendo no mundo. Uma nova epidemia... ninguém levou a sério. Um surto de canibalismo, pessoas matando e devorando umas às outras nas ruas. Passava várias vezes no noticiário. Eu assisti alguns trechos, mas logo deixei de lado quando Ed — infelizmente, meu pai — me proibiu de tocar no controle remoto. O motivo? Bom, eu finalmente tinha encontrado minha voz naquela casa e o enfrentei. O resultado foi traumático. Ele bateu em mamãe por minha causa. Fui forçada a assistir enquanto ela apanhava, chorando em silêncio, sem poder protestar. Naquele dia, me arrependi tanto que pensei em fugir para bem longe. Mas eu não podia. Não podia deixar Sophia e mamãe nas mãos daquele monstro.
A verdade é que eu não suportaria se ele fizesse com Sophia o que fez comigo. Se ele a abusasse... esse seria o meu limite. Eu o denunciaria.
Naquele momento, estava arrumando algumas coisas dentro da mochila com pressa. Mamãe subiu correndo, dizendo que precisávamos fugir para a cidade, pois todos estavam surtando e não era mais seguro ficar ali. Coloquei algumas roupas, objetos pessoais e itens de higiene na mochila, enquanto mamãe e Ed ficaram encarregados de pegar comida.
Quando terminei, Sophia apareceu na porta do meu quarto. Seus olhos azuis, assustados, me olhavam. Ela não entendia bem o que estava acontecendo e, sinceramente, nem precisava. Caminhei até ela, tocando gentilmente seus ombros, e me abaixei à sua frente, olhando em seus lindos olhos com um sorriso encorajador.
── Vai ficar tudo bem, eu estou com você ── prometi. Sophia assentiu, sentindo a segurança nas minhas palavras.
Levantei-me e, ainda segurando seus ombros, a virei em direção ao corredor, guiando-a para fora do quarto. Descemos juntas até o primeiro andar, onde Carol e Ed andavam de um lado para o outro. Ed reclamava e xingava mais do que fazia qualquer coisa útil.
Revirei os olhos e fui até Carol, ajudando-a a terminar de encher uma caixa com enlatados e outros suprimentos essenciais para a nossa sobrevivência.
Assim que terminamos, Carol e eu seguramos a caixa, uma de cada lado, e a carregamos para fora, onde o carro já estava estacionado, nos esperando. Olhei ao redor. Muitas famílias também estavam desesperadas, saindo de suas casas. O terror era evidente em seus rostos.
Ed abriu o porta-malas, e mamãe e eu colocamos a caixa de suprimentos e nossas mochilas lá dentro, certificando-nos de que tudo estava seguro. Ele fechou o porta-malas com força.
── Vamos logo! Ou vocês querem ficar e virar comida dessas coisas? ── ameaçou Ed, impaciente.
Corri para abrir a porta do carro, dando espaço para Sophia entrar primeiro. Antes que eu pudesse entrar, gritos ecoaram pelo bairro. Meus olhos procuraram a origem do som até que os vi: os canibais. Eles estavam aparecendo. Um deles atacava uma mulher, suas mãos agarrando a carne humana e a rasgando brutalmente, enquanto seus dentes traçavam caminhos pela pele da vítima. A cena era selvagem. Senti o bile subir pela garganta, mas me obriguei a conter antes que escapasse pela minha boca.