capítulo 8

19 3 1
                                    

MIKEY

Sentia meu corpo gelado e sem forças; minha respiração falha e meus olhos tinham dificuldade em se manter abertos, mas, apesar de tudo, sentia uma paz incomum em meu interior e sentia uma mão quente segurar a minha.

Lágrimas escorriam dos meus olhos o que deixava minha visão embaçada; mas com o resto de forças que tinha virei a cabeça para o lado vendo de relance uma silhueta e senti um aperto no coração.

— Em outra vida. — Sua respiração, assim como a minha, era falha e mesmo com a visão embaçada via seu rosto coberto de sangue. — Vamos ficar juntos, San–

— MIKEY! — Acordei em sobressalto com meu coração acelerado.

Sentei na cama tentando acalmar minha mente e meu coração. Aos poucos meus sentidos iam voltando e senti meu rosto molhando, e quando o toquei, notei que havia lágrimas.

— Quê? — Indaguei a mim mesmo.

— Que merda você 'tá fazendo? — Emma berrava em meus ouvidos me obrigando a olhá-la.

Nara estava em seus braços vendo curiosamente a situação em que estávamos.

— Desculpa. Eu dormi demais. — Lamentei. — Oh, Emma. Você já teve algum sonho estranho?

A loira semicerrou os olhos e me olhou com dúvida.

— Você 'tá chorando? — Ela questionou e então suspirou fechando os olhos. — Olha, você tá passando por alguma coisa? — Ela se aproximou se sentando na beirada da cama ainda com Nara em seus braços. — Somos família, sabe? Pode contar conosco com qualquer coisa, entendeu?

Seu olhar preocupado me atingiu em cheio, finalmente me dando conta do que estava acontecendo.

— Não! Emma tá tudo bem. Eu só tive um sonho ruim. Mas obrigada. — Olhei para Nara e estiquei meus braços para pegá-la. — Você vai ficar com o titio de novo, princesa.

Agora com Nara nos braços, me virei para Emma e suspirei cansado.

— Acredita em vidas passadas?

A minha teoria era interessante e ao mesmo tempo intrigante. Ela era meu anjo da guarda, então, para mim, nada mais era impossível, como por exemplo vidas passadas, isso explicaria o porquê dela saber tanto sobre mim e do porque eu me sentir tão bem ao seu lado.

Emma me olhou de relance e pensou consigo mesma.

— Acho que nunca pensei nisso tão profundamente, mas é uma teoria que acho bonita. — Acariciou os cabelos de Nara que riu em resposta a ela. — Você tem falado bastante sobre essas coisas sobrenaturais ultimamente. Para quem é ateu, você ainda continua tendo fé em certas coisas.

Eu não era ateu por motivos de não acreditar nele ou até mesmo para zombar dessa crença, na verdade eu só não conseguia crê e ter fé nele, pois quando precisei dele de nada me serviu acreditar. Então pedir a ele alguma coisaa estava fora de cogitação.

— Só tenho pensado sobre isso. Ultimamente tenho tido sonhos... estranhos? É, acho que é assim que posso chamá-los. — Olhei para Nara e ela então sorriu e fechou os olhos me olhando.

Uma forte dor de cabeça me veio e um zumbido alto me fez ficar surdo. Coloquei as mãos na cabeça e minha visão escureceu me fazendo ficar tonto. Antes de eu apagar tive uma visão de [Nome] sorrindo para mim com os olhos fechados.

— Me chamo Abe Nara. É um prazer, Manjiro.

[...]

Os becos sujos e ruas mal iluminadas fazia meu rosto se contrair em reprovação. Roubar para sobreviver era algo que eu fazia há muito tempo, mas havia alguém da qual eu sempre me interessei.

A garota de pele brilhante e roupas cheio de glamour. A riqueza estava estampada na sua cara e eu sempre me perguntei o porquê alguém como ele sempre vir a um lugar sujo e cheio de doentes.

— Que burra. — Pensei comigo mesmo enquanto a olhava de longe folhear um livro.

Ela pareceu adivinhar que eu estava ali, pois assim que fechei a boca seus olhos se encontraram com os meus.

Linda.

Foi tudo o que consegui pensar. Meus olhos se sentiam hipnotizados pelos dela e minha respiração se acalmou como nunca antes.

— Ei. — Falou sendo informal. — Foi você que me roubou, não foi?

— Ahn? — Curvei minha boca em desaprovação.

Me lembrei da primeira vez que a vi e roubei 3 moedas dela.

— Idai? Vai me prender? — Questionei dando um passo para frente entrando na defensiva.

Ela abaixou o olhar e riu como se tivesse ouvido uma piada.

— Claro que não. Está tudo bem, eu sei que você rouba porque não tem como sobreviver. — Desviou o olhar para seu livro. — Qual o seu nome? — Indagou ainda sem olhar em meus olhos.

Aos poucos comecei a sentir falta de seus olhos, queria eles grudados ao meu.

— Sano Manjiro. — Falei relutante. — E você?

Seu olhar mais uma vez se encontrou o meu, mas dessa vez ela fez questão de parar o que estava fazendo e se levantar e vir em minha direção.

Seus passos eram silenciosos e majestosos. Por um momento senti o mundo parar ao meu redor enquanto a observava se aproximar cada vez mais e mais de mim.

— Me chamo Abe Nara. É um prazer, Manjiro.

Um zumbido forte me deixou surdo e senti minhas vista escurecer. Aos poucos o zumbido ficava mais fraco e sentia que agora seria capaz de abrir os olhos lentamente.

Ainda um pouco surdo e com a visão  embaçada abri os olhos lentamente sentindo minha cabeça doer um pouco.

Quando minha mente se focou encontrei com aqueles olhos da qual mesmo em meus sonhos sempre estão lá.

— Abe Nara. — Quase sussurei.

Seu olhar tremeu um pouco e o nervosismo começou a ficar evidente em sua face quando citei aquele nome, como se fosse no automático.

— O quê? — Sua voz falha saiu como um sopro.

Me sentindo um pouco desconfortável e com percebi que estava na cama de um hospital; Peguei sua mão e deixei um leve selar sentindo seu cheiro me relaxar e me confortar.

— Você é minha desde aquela época então?





Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Sep 03 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

MY GUARDIAN ANGEL | SANO MANJIRO Onde histórias criam vida. Descubra agora